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16/08/2006 - 18h19

Novo sistema solar pode revolucionar astronomia

da BBC Brasil

Astrônomos reunidos em Praga decidem nesta quinta-feira se o Sistema Solar passará a ter 12 planetas em vez dos 9 atuais - podendo ainda incorporar novos planetas que sejam descobertos nos próximos anos.

A proposta desenvolvida pela União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) reconhece oito planetas clássicos - Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - três pertencentes a uma nova categoria chamada "Plutões" - Plutão, Caronte e Xena, ou 2003 UB313 - e o asteróide, Ceres.

Todos os livros escolares e universitários teriam que ser reescritos e os critérios para o reconhecimento de novos planetas mudariam definitivamente dependendo da decisão dos 2,5 mil cientistas reunidos na Assembléia Geral da IAU.

Clique aqui para ver imagens do "novo Sistema Solar"

"Pela primeira vez em mais de 75 anos, seremos capazes de descobrir novos planetas no nosso Sistema Solar. Essa é uma perspectiva fascinante", diz Richard Binzel, integrante da comissão que desenvolveu a proposta.

Plutão

Especialistas estavam divididos até o momento sobre o status de planeta de Plutão.

Desde o início dos anos 90, astrônomos descobriram vários outros corpos celestes de tamanho comparável a Plutão, o que iniciou a polêmica sobre um possível rebaixamento do planeta.

A discussão aumentou depois que foi confirmada a verdadeira extensão do 2003 UB313, descoberto no ano passado por Mike Brown e outros cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia.

O 2003 UB313 tem cerca de 3 mil quilômetros de diâmetro, 700 quilômetros a mais do que Plutão.

Na proposta do IAU, Plutão continuaria sendo um planeta, mas faria parte da nova categoria "Plutões", que incluiria também Caronte - considerada uma lua de Plutão até o momento - e o 2003 UB313.

Owen Gingerich, que dirige o Comitê de Definição de Planetas da IAU afirmou: "De certa maneira estamos rebaixando Plutão quando o retiramos da lista de planetas clássicos, mas ao mesmo tempo o estamos promovendo por torná-lo o protótipo desta nova categoria de Plutões".

Novos critérios

A base para as mudanças no Sistema Solar é uma nova definição de planeta, que usa a gravidade como fator determinante.

Os critérios para um objeto ser considerado um planeta passariam a ser que ele estivesse em órbita ao redor de uma estrela, mas que não fosse uma estrela, e que tivesse massa suficiente para que sua própria gravidade o deixasse com forma quase esférica.

Owen Gingerich disse à BBC que está confiante de que a resolução será aprovada em Praga: "Seria uma situação muito estranha se isso não acontecesse. Na tarde de domingo fizemos a proposta para o diretor da divisão e foi tomada a decisão unânime de apoiar o projeto".

"Tenho certeza de que vai haver controvérsia com aqueles que apóiam outra solução, mas espero que consigamos a maioria", disse ele.

Mais corpos celestes devem ser reconhecidos como planetas num futuro próximo. A IAU já tem uma lista com pelo menos outros 12 candidatos que poderiam se tornar planetas uma vez que se descubra mais sobre seus tamanhos e órbitas.

Isso inclui os objetos distantes Sedna, Orcus, Quaoar e 2003 EL61 e os asteróides Vesta, Pallas e Hygiea.

"Com a nova definição, por enquanto teremos três novos planetas, mas nos próximos dois anos provavelmente haverá 50 a cem novos planetas", diz Mike Brown.

A IAU passou dois anos debatendo o assunto com seus membros até que uma comissão com sete integrantes foi formada para estudar as descobertas e definir uma proposta.

A organização é responsável pela nomeação dos planetas e luas desde 1919.
 

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