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24/08/2006
-
09h54
A Times Square não é nem uma praça nem é quadrada mas, pela fama e volume humano, é o alvo número 1 do terror na lista da polícia de Nova York.
Eu trabalho na praça, mas só percebo esta ameaça pela presença dos seguranças e seus cães.
Terça-feira foi um destes dias. Para entrar no meu prédio, pela primeira vez, havia uma parada obrigatória diante de um cão cheirador de pacotes e pastas. Não reclamo, mas me interesso pelas novidades.
"Amanhã é Jihad Day", explicou o segurança. Como havia muita gente atrás de mim na fila da cheirada, não insisiti nos detalhes.
Meu vizinho correspondente da Al Jazeera também não soube explicar.
Depois descobrimos que o segurança tinha senso de humor. Esta terça era um feriado importante no mundo islâmico, o dia em que o profeta Maomé fez seu milagroso vôo noturno de Jerusalém para o céu e voltou no seu cavalo alado, o Burak.
Agora em Nova York os grandes feriados islâmicos são considerados Jihad Day, dia de possíveis atentados. A polícia solta a cachorrada.
Estamos já na neura do 11 de Setembro, com um festival de Bin Laden nas rádios, televisões e livrarias.
Girassóis
De novo, aprendi pouca coisa. Bin Laden tinha paixão por agricultura em geral e flores em particular.
Gostava de fazer experiências com girassóis e estava convencido que tinha criado o maior girassol do mundo.
Queria entrar no livro de recordes da Guiness mas quando os americanos colocaram suas botas e tanques na Arábia Saudita para expulsar Saddam Hussein do Kuwait, Bin Laden perdeu o interesse pelos girassóis. Deu no que está dando.
Neste aniversário de cinco anos do 11 de Setembro, a imprensa americana tenta fugir da repetição e do lugar comum.
A revista New York pediu a 15 intelectuais e novaioquinos ilustres que especulassem sobre como seria a cidade se o 11 de Setembro não tivesse acontecido.
O escritor Bernard-Henry Levy disse que os americanos estariam nadando em felicidade, Kerry seria o presidente e poderíamos chegar aos aeroportos um minuto antes do vôo.
Thomas Friedman , colunista do Times, diz que os americanos hoje estariam numa situação de confronto com a China, o escritor Tom Wolfe, num deboche, acha que Nova York estaria irreconhecível, mas o consenso é que a cidade estaria do mesmo jeito.
Sem os cães farejadores de bombas a paisagem da cidade seria a mesma. A paisagem interior é outra história.
Lucas Mendes: Cinco anos depois
da BBC BrasilA Times Square não é nem uma praça nem é quadrada mas, pela fama e volume humano, é o alvo número 1 do terror na lista da polícia de Nova York.
Eu trabalho na praça, mas só percebo esta ameaça pela presença dos seguranças e seus cães.
Terça-feira foi um destes dias. Para entrar no meu prédio, pela primeira vez, havia uma parada obrigatória diante de um cão cheirador de pacotes e pastas. Não reclamo, mas me interesso pelas novidades.
"Amanhã é Jihad Day", explicou o segurança. Como havia muita gente atrás de mim na fila da cheirada, não insisiti nos detalhes.
Meu vizinho correspondente da Al Jazeera também não soube explicar.
Depois descobrimos que o segurança tinha senso de humor. Esta terça era um feriado importante no mundo islâmico, o dia em que o profeta Maomé fez seu milagroso vôo noturno de Jerusalém para o céu e voltou no seu cavalo alado, o Burak.
Agora em Nova York os grandes feriados islâmicos são considerados Jihad Day, dia de possíveis atentados. A polícia solta a cachorrada.
Estamos já na neura do 11 de Setembro, com um festival de Bin Laden nas rádios, televisões e livrarias.
Girassóis
De novo, aprendi pouca coisa. Bin Laden tinha paixão por agricultura em geral e flores em particular.
Gostava de fazer experiências com girassóis e estava convencido que tinha criado o maior girassol do mundo.
Queria entrar no livro de recordes da Guiness mas quando os americanos colocaram suas botas e tanques na Arábia Saudita para expulsar Saddam Hussein do Kuwait, Bin Laden perdeu o interesse pelos girassóis. Deu no que está dando.
Neste aniversário de cinco anos do 11 de Setembro, a imprensa americana tenta fugir da repetição e do lugar comum.
A revista New York pediu a 15 intelectuais e novaioquinos ilustres que especulassem sobre como seria a cidade se o 11 de Setembro não tivesse acontecido.
O escritor Bernard-Henry Levy disse que os americanos estariam nadando em felicidade, Kerry seria o presidente e poderíamos chegar aos aeroportos um minuto antes do vôo.
Thomas Friedman , colunista do Times, diz que os americanos hoje estariam numa situação de confronto com a China, o escritor Tom Wolfe, num deboche, acha que Nova York estaria irreconhecível, mas o consenso é que a cidade estaria do mesmo jeito.
Sem os cães farejadores de bombas a paisagem da cidade seria a mesma. A paisagem interior é outra história.
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