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07/09/2006
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11h09
11 de setembro é meu aniversário de 5 anos de BBC. Que dia para começar uma coluna!
Naquela época gravava a coluna na véspera, dia 10, sobre a eleição primária republicana para prefeito de Nova York.
O líder nas pesquisas era um pequeno gênio no mundo de negócios e um joão-ninguém na política.
Michael Bloomberg ia ganhar porque era o mais rico entre os republicanos mas tudo indicava que seria massacrado pelos democratas em novembro. O então prefeito republicano, Rudolph Giuliani, terminava o mandato brigado com quase todas facções políticas e grupos étnicos de Nova York. Caminhava para o fim da carreira.
Entre 8 e 9 da manhã do dia 11 os aviões entraram nas torres. A coluna foi para os ares. Nada funcionava. Sabíamos que estávamos no primeiro dia de um novo conflito brutal, sem datas nem roteiro definidos.
Giuliani virou herói, elegeu Michael Bloomberg, George Bush disparou nas pesquisas e ficamos sabendo quem era Osama Bin Laden.
Uma invasão bem sucedida no Afeganistão em março reforçou os argumentos de Bush e também as apreensões no primeiro aniversário do 11 de setembro em 2002. Atraiu um número recordista de jornalistas do mundo inteiro na expectativa de um novo atentado mas Osama Bin Landen não compareceu.
Em março de 2003, George W. Bush convenceu a maioria dos americanos de que a luta contra Osama passava por Saddam Hussein com suas armas de destruição em massa. Contrariando a ONU, invadiu o Iraque.
Nas comemorações do segundo aniversário do 11 de setembro, entre notícias de vitórias no Iraque, as dúvidas sobre as armas de destruição em massa de Saddam não foram suficientes para impedir a reeleição de George W. Bush em novembro.
Em 2004, a decepção com a guerra no Iraque começou a baixar os números do presidente nas pesquisas, mas em 11 de março, em Madrid, os muçulmanos radicais mataram 191 inocentes no metrô e os republicanos, de novo, convenceram os americanos de que os democratas eram frouxos contra o terror.
Osama não compareceu no 11 de setembro, mas os republicanos fizeram a festa em novembro.
Em julho de 2005, o terror foi bem sucedido na Inglaterra e ficou claro que os focos de atividades terroristas não estavam nas ditaduras nem regimes muçulmanos, mas nas democracias ocidentais. Discretamente, europeus e americanos marcaram o quarto aniversário do 11 de setembro com a mesma insegurança.
Neste quinto aniversário, o xeique Nasralah e seus Hezbollahs estão firmes no Líbano, o Hamas governa a Palestina, o Irã aparece como potência dominante no Oriente Médio e os americanos se afundam na democracia que plantaram no Iraque. Osama, mesmo sem comparecer, está mais presente do que nunca.
Lucas Mendes: Osama? Presente.
da BBC Brasil11 de setembro é meu aniversário de 5 anos de BBC. Que dia para começar uma coluna!
Naquela época gravava a coluna na véspera, dia 10, sobre a eleição primária republicana para prefeito de Nova York.
O líder nas pesquisas era um pequeno gênio no mundo de negócios e um joão-ninguém na política.
Michael Bloomberg ia ganhar porque era o mais rico entre os republicanos mas tudo indicava que seria massacrado pelos democratas em novembro. O então prefeito republicano, Rudolph Giuliani, terminava o mandato brigado com quase todas facções políticas e grupos étnicos de Nova York. Caminhava para o fim da carreira.
Entre 8 e 9 da manhã do dia 11 os aviões entraram nas torres. A coluna foi para os ares. Nada funcionava. Sabíamos que estávamos no primeiro dia de um novo conflito brutal, sem datas nem roteiro definidos.
Giuliani virou herói, elegeu Michael Bloomberg, George Bush disparou nas pesquisas e ficamos sabendo quem era Osama Bin Laden.
Uma invasão bem sucedida no Afeganistão em março reforçou os argumentos de Bush e também as apreensões no primeiro aniversário do 11 de setembro em 2002. Atraiu um número recordista de jornalistas do mundo inteiro na expectativa de um novo atentado mas Osama Bin Landen não compareceu.
Em março de 2003, George W. Bush convenceu a maioria dos americanos de que a luta contra Osama passava por Saddam Hussein com suas armas de destruição em massa. Contrariando a ONU, invadiu o Iraque.
Nas comemorações do segundo aniversário do 11 de setembro, entre notícias de vitórias no Iraque, as dúvidas sobre as armas de destruição em massa de Saddam não foram suficientes para impedir a reeleição de George W. Bush em novembro.
Em 2004, a decepção com a guerra no Iraque começou a baixar os números do presidente nas pesquisas, mas em 11 de março, em Madrid, os muçulmanos radicais mataram 191 inocentes no metrô e os republicanos, de novo, convenceram os americanos de que os democratas eram frouxos contra o terror.
Osama não compareceu no 11 de setembro, mas os republicanos fizeram a festa em novembro.
Em julho de 2005, o terror foi bem sucedido na Inglaterra e ficou claro que os focos de atividades terroristas não estavam nas ditaduras nem regimes muçulmanos, mas nas democracias ocidentais. Discretamente, europeus e americanos marcaram o quarto aniversário do 11 de setembro com a mesma insegurança.
Neste quinto aniversário, o xeique Nasralah e seus Hezbollahs estão firmes no Líbano, o Hamas governa a Palestina, o Irã aparece como potência dominante no Oriente Médio e os americanos se afundam na democracia que plantaram no Iraque. Osama, mesmo sem comparecer, está mais presente do que nunca.
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