Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
08/09/2006 - 09h58

Volkswagen alemã negocia aumento da jornada de trabalho

MARCELO CRESCENTI
da BBC Brasil, em Frankfurt

A reestruturação da Volkswagen alemã entra em uma nova fase: a diretoria da empresa e o sindicato negociam um acordo que poderá resultar em mais trabalho e menos regalias para os funcionários.

Mais de treze mil operários da Volkswagen alemã já se demitiram voluntariamente ou concordaram em se aposentar mais cedo. A montadora quer cortar até vinte mil empregos na Alemanha.

Agora começa uma nova fase na reestruturação da empresa. O presidente Bernd Pischetsrieder quer aumentar a jornada de trabalho nas fábricas alemãs sem aumentar os salários dos trabalhadores.

As negociações com o sindicato dos metalúrgicos alemães IG Metall começaram nesta sexta-feira.

Participação no lucro

Analistas dizem que a Volks poderá oferecer aos funcionários uma participação no lucro da empresa como compensação pelo aumento da jornada.

Como no Brasil, a Volkswagen alemã quer baixar drasticamente os custos de produção, mas tem pela frente negociações duras e complicadas com os sindicalistas.

Um porta-voz da empresa não quis comentar se uma solução semelhante poderá ser empregada no Brasil.

Até agora quase dez mil funcionários decidiram se aposentar mais cedo e cerca de 3,5 mil se demitiram voluntariamente, sem que houvesse maiores atritos com o sindicato.

Quem se demite ganha até 250 mil euros de compensação – quase R$ 700 mil – dependendo de seu cargo e do tempo de serviço.

Segundo o professor Willi Diez, do Instituto de Estudos Automobilísticos da Faculdade de Nürtigen, até agora a paz com os sindicalistas teve um preço alto para a empresa, já que as compensações pagas aos funcionários são muito boas. "Mas greves também custam caro", diz o professor.

Diez lembra que a Volks é conhecida por seu lado social, e que há um aspecto essencial que diferencia a situação na Alemanha da do Brasil: o estado da Baixa Saxônia é um dos maiores acionários da empresa, e os políticos influenciam as decisões da empresa.

"Eles não querem perder votos por causa de medidas impopulares tomadas pela direção da empresa", disse Diez.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página