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08/09/2006
-
12h38
A organização Anistia Internacional (AI) defendeu nesta sexta-feira uma investigação sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes que poderia abrir uma segunda "frente de batalha" para a família no caso.
Na quinta-feira, o legista que examina o caso adiou --possivelmente até 2008-- a abertura de uma investigação separada da que já corre na Justiça contra a polícia londrina.
No Reino Unido, legistas são responsáveis por abrir processo e solicitar júri popular quando autoridades públicas estão envolvidas em mortes violentas.
Mas essa possibilidade foi adiada pelo legista John Simpson até a conclusão de outro processo --movido pela Procuradoria britânica-- que examina se a Polícia Metropolitana (Scotland Yard) desrespeitou regras de segurança e de saúde pública.
Se o processo se arrastar indefinidamente, no entanto, o legista John Simpson ressaltou que prosseguirá com sua investigação.
O pesquisador da Anistia Livio Zilli disse que a organização estava "desapontada com a decisão, e que "investigação deve ser feita agora".
"Em outros casos, nunca houve adiamentos do processo do legista", afirmou.
Para a Anistia, a investigação do incidente é uma "questão de direitos humanos".
Responsabilidades
O inquérito do legista é visto pela família de Jean Charles de Menezes como uma via para responsabilizar indivíduos pela morte do brasileiro.
No processo que move atualmente contra a Scotland Yard, a Procuradoria britânica alegou que não havia provas para apontar indivíduos responsáveis. Em vez disso, serão examinadas "falhas sistêmicas" dentro da instituição.
No entanto, se o processo do legista concluir que a morte de Jean Charles foi "ilegal", a Procuradoria sofrerá mais pressão maior para buscar novamente indícios contra responsáveis.
Isso já aconteceu em situações anteriores, disseram representantes da família.
Espera
O pedido de adiamento da abertura de um novo processo foi feito ao legista pela Procuradoria, que acusa a Scotland Yard no processo que corre atualmente na Justiça britânica.
No entender dos procuradores, a repercussão de um processo poderia interferir no outro.
No próximo dia 19, a Scotland Yard deve aportar indícios de sua inocência --ou pelo menos atenuantes de sua culpa-- para alegar que não feriu regras de segurança e saúde pública durante a operação que matou Jean Charles.
O caso pode ser remetido para uma Suprema Corte e ganhar grande visibilidade na opinião pública quando for analisado, provavelmente no ano que vem. Mas não seria concluído antes de 2008.
Para os parentes, a espera é "uma vergonha".
"A família seguirá lutando para recorrer de todas as decisões, a fim de garantir que a verdade do que ocorreu venha à luz o mais rápido possível."
Jean Charles foi morto em Londres no dia 22 de julho de 2005, um dia após uma série de atentados frustrados ao sistema de transporte da cidade, e duas semanas depois de ataques que deixaram mais de 50 mortos na capital britânica.
Especial
Leia cobertura completa sobre os ataques em Londres
Leia o que já foi publicado sobre Jean Charles de Menezes
Adiamento no caso Jean Charles decepciona Anistia
da <>BBCA organização Anistia Internacional (AI) defendeu nesta sexta-feira uma investigação sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes que poderia abrir uma segunda "frente de batalha" para a família no caso.
Na quinta-feira, o legista que examina o caso adiou --possivelmente até 2008-- a abertura de uma investigação separada da que já corre na Justiça contra a polícia londrina.
No Reino Unido, legistas são responsáveis por abrir processo e solicitar júri popular quando autoridades públicas estão envolvidas em mortes violentas.
Mas essa possibilidade foi adiada pelo legista John Simpson até a conclusão de outro processo --movido pela Procuradoria britânica-- que examina se a Polícia Metropolitana (Scotland Yard) desrespeitou regras de segurança e de saúde pública.
Se o processo se arrastar indefinidamente, no entanto, o legista John Simpson ressaltou que prosseguirá com sua investigação.
O pesquisador da Anistia Livio Zilli disse que a organização estava "desapontada com a decisão, e que "investigação deve ser feita agora".
"Em outros casos, nunca houve adiamentos do processo do legista", afirmou.
Para a Anistia, a investigação do incidente é uma "questão de direitos humanos".
Responsabilidades
O inquérito do legista é visto pela família de Jean Charles de Menezes como uma via para responsabilizar indivíduos pela morte do brasileiro.
No processo que move atualmente contra a Scotland Yard, a Procuradoria britânica alegou que não havia provas para apontar indivíduos responsáveis. Em vez disso, serão examinadas "falhas sistêmicas" dentro da instituição.
No entanto, se o processo do legista concluir que a morte de Jean Charles foi "ilegal", a Procuradoria sofrerá mais pressão maior para buscar novamente indícios contra responsáveis.
Isso já aconteceu em situações anteriores, disseram representantes da família.
Espera
O pedido de adiamento da abertura de um novo processo foi feito ao legista pela Procuradoria, que acusa a Scotland Yard no processo que corre atualmente na Justiça britânica.
No entender dos procuradores, a repercussão de um processo poderia interferir no outro.
No próximo dia 19, a Scotland Yard deve aportar indícios de sua inocência --ou pelo menos atenuantes de sua culpa-- para alegar que não feriu regras de segurança e saúde pública durante a operação que matou Jean Charles.
O caso pode ser remetido para uma Suprema Corte e ganhar grande visibilidade na opinião pública quando for analisado, provavelmente no ano que vem. Mas não seria concluído antes de 2008.
Para os parentes, a espera é "uma vergonha".
"A família seguirá lutando para recorrer de todas as decisões, a fim de garantir que a verdade do que ocorreu venha à luz o mais rápido possível."
Jean Charles foi morto em Londres no dia 22 de julho de 2005, um dia após uma série de atentados frustrados ao sistema de transporte da cidade, e duas semanas depois de ataques que deixaram mais de 50 mortos na capital britânica.
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