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15/09/2006 - 07h35

Lula endurece e obriga Evo Morales a retroceder, diz jornal

da BBC Brasil

A suspensão, pela Bolívia, da decisão de passar o controle das refinarias da Petrobras para a estatal YPFB, foi tema de destaque dos principais jornais bolivianos nesta sexta-feira.

“A resolução aprovada pelo governo do presidente Evo Morales, que praticamente obrigava a Petrobras a sair do negócio da refinação, causou um terremoto no governo brasileiro”, relata o diário La Razón, de La Paz.

A reportagem observa que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrenta eleições em menos de três semanas, “ameaçou fazer algo mais duro caso a Bolívia continue tomando medidas unilaterais”.

Segundo o jornal, a aplicação da medida foi revista após um contato do vice-presidente Álvaro Garcia Linera com o assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia, e que “agora já se fala até mesmo em negociá-la”.

O jornal El Nuevo Día, de Santa Cruz de la Sierra, relata que Lula havia ordenado à Petrobras “ser firme e não afrouxar sua posição com relação à Bolívia”, razão pela qual o governo brasileiro decidiu adiar até 9 de outubro uma reunião de negociações.

“Os brasileiros inclusive já estudam a possibilidade de recorrer à Justiça boliviana em primeira instância e depois a uma arbitragem internacional se não chegarem a um acordo com o governo da Bolívia”, diz a reportagem.

Na mesma linha, o diário El Deber, também de Santa Cruz, diz que “o governo cedeu diante dos fortes protestos da estatal petroleira brasileira Petrobras” e decidiu congelar a resolução.

O jornal destaca ainda a falta de gasolina e óleo diesel nos postos de gasolina da cidade desde a quarta-feira. Segundo a reportagem, a Petrobras e a YPFB se acusam mutuamente pelo problema.

O diário Los Tiempos, de Cochabamba, destaca a declaração de García Linera de que a suspensão da medida é temporária e que não deterá o processo de nacionalização do setor de gás e petróleo boliviano.

A reportagem relata que o vice-presidente disse não ter comunicado Lula sobre a decisão, mas o próprio jornal observa que o presidente brasileiro anunciou a suspensão antes mesmo que o governo boliviano.

Compra no Japão

Numa outra notícia que afeta a Petrobras, o jornal econômico japonês Nihon Keizai Shimbun relata nesta sexta-feira o interesse da estatal brasileira na aquisição da refinaria Nansei Sekiyu, em Okinawa.

Segundo o jornal, a iniciativa é uma tentativa da Petrobras de avançar “no mercado asiático em expansão”. “A transação seria a primeira aquisição direta de uma instalação de produção em solo japonês por um grande produtor de petróleo”.

A reportagem diz que o interesse da companhia brasileira é adquirir a participação de 87,5% na refinaria japonesa hoje nas mãos da Tonen General Sekiyu, uma subsidiária da americana Exxon.

O jornal observa que a refinaria é pequena e pouco produtiva, com uma capacidade de apenas 100 mil barris por dia, e que a Exxon vinha considerando fechá-la por considerar difícil “competir na eficiência de custos com os concorrentes”.

Porém, segundo a reportagem, “a Petrobras planeja investir vários bilhões de ienes (1 bilhão de ienes = R$ 18,3 milhões) para instalar equipamentos de último tipo e converter a refinaria para a produção de gasolina de alto valor agregado e materiais petroquímicos”.

Mittal e Arcelor

O processo de fusão das siderúrgicas multinacionais Arcelor e Mittal, anunciado em junho, pode sofrer complicações por conta da decisão da agência reguladora financeira brasileira de exigir uma oferta pública aos acionistas minoritários da Arcelor Brasil, segundo reportagem desta sexta-feira no diário britânico Financial Times.

Segundo o jornal, “a decisão da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) mostra a complexidade da finalização da oferta ‘hostil tornada amigável’ da Mittal pela rival Arcelor, que estabeleceu um grupo que produz um décimo do aço mundial”.

“Isso poderia custar à Mittal cerca de US$ 5 bilhões, segundo alguns investidores na subsidiária baseada em São Paulo”, afirma a reportagem.

O jornal afirma que o processo de fusão tem como obstáculo a resolução do problema na Arcelor Brasil, subsidiária na qual a Arcelor tem uma participação de 66%. A Arcelor Brasil responde por um terço dos lucros da empresa.

A reportagem observa que alguns investidores na subsidiária brasileira exigem o mesmo tratamento dado aos acionistas minoritários da matriz, que incluiu uma oferta de compra com um ágio de 82% no preço das ações.
 

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