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16/09/2006 - 08h20

Igrejas em Nablus são atacadas com bombas incendiárias

GUILA FLINT
da BBC Brasil, em Tel Aviv

Na manhã deste sábado, bombas incendiárias foram lançadas contra duas igrejas – uma é católica e a outra, anglicana – na cidade de Nablus, na Cisjordânia.

Um grupo, até hoje desconhecido e que se apresentou como "Leões do Monoteísmo", assumiu a autoria do lançamento das bombas e afirmou que o ataque foi uma reação ao discurso do papa Bento 16 na Alemanha, que desencadeou uma onda de críticas no mundo islâmico.

O pronunciamento do papa despertou protestos tanto nos territórios palestinos quanto entre a população árabe de Israel.

Durante a noite da sexta feira, milhares de pessoas participaram de atos públicos condenando o discurso.

Leia os principais trechos do discurso do papa
Lapso?

Em um comício de 50 mil pessoas, na cidade de Um El Fahem, organizado pelo movimento islâmico, o Sheikh Raed Salah declarou: "espero que este tenha sido um lapso por parte do papa, caso contrário, o significado de suas palavras é uma convocação direta aos povos da Europa para que se unam ao presidente Bush e a Israel em sua guerra contra o Islã".

O tema original do comício do movimento islâmico era a salvação da Mesquita de El Aksa, porém, os oradores dedicaram grande parte de seus discursos ao pronunciamento do papa.

Outro líder do movimento islâmico, o Sheikh Camal Hatib, acusou o papa de "provocar uma terceira guerra mundial".

"Esperava que, em vez de atacar o Islã, o papa defendesse a religião cristã de líderes como Bush e Blair, que cometem matanças em nome do Cristianismo. A maioria do mundo islâmico não tem nada contra a religião cristã, mas, sim, contra a politica dos Estados Unidos", disse Hatib.

O deputado árabe israelense Taleb A-Sana, do partido Lista Árabe Unida, condenou o pronunciamento do papa. "As palavras do papa demonstram ignorância e ele deve se desculpar perante o mundo islâmico", disse A-Sana.

Durante a noite da sexta feira, 2.000 palestinos participaram de uma manifestação contra o papa na cidade de Gaza. Os manifestantes se reuniram perto do prédio do parlamento e acusaram o papa de promover uma "cruzada contra o mundo islâmico".

O ataque com bombas incendiárias em Nablus não provocou danos graves à estrutura das duas igrejas.
 

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