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20/09/2006 - 22h00

Amorim diz que Brasil não concorda com Chávez em tudo

ANGELA PIMENTA
da BBC Brasil, em Nova York

O chanceler brasileiro, Celso Amorim, disse hoje em Nova York que apesar de o Brasil apoiar a candidatura venezuelana a uma vaga rotativa do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU), o governo Lula não concorda necessariamente “com as posições de um país”.

Amorim se referia ao discurso feito pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, na Assembléia Geral, em que chamou o presidente americano, George W. Bush, de “diabo”.

O chanceler brasileiro recusou-se a comentar especificamente o pronunciamento de Chávez, mas acrescentou que tanto o presidente Lula quanto ele próprio têm sugerido para o governo venezuelano “moderar o discurso” em relação aos Estado Unidos.

“O Brasil é amigo da Venezuela e é também amigo dos Estados Unidos”, afirmou, acrescentando que existem “cicatrizes de ambos os lados”.

Bolívia

Quanto às negociações da Petrobras com o governo Evo Morales sobre o fornecimento de gás boliviano ao Brasil, Amorim se disse otimista.

“Conversei duas vezes com o presidente Morales agora em Havana”, disse.

“Acho que o desejo deles (bolivianos) é que a Petrobras continue (na Bolívia), e o nosso também.”

De acordo com Amorim, o Brasil não espera que a Bolívia reverta o decreto de nacionalização de seus recursos naturais.

Ele acrescentou que o acordo ideal para a questão deverá equacionar “o que seja ao mesmo tempo justo e viável para os dois lados”.

BRIC

Na quarta-feira, além de participar da 61ª Assembléia Geral da ONU, Celso Amorim reuniu-se com os chanceleres dos chamados países BRIC, que além do Brasil incluem a Rússia, a Índia e a China.

“Este é um grupo sui-generis, porque não nasceu de uma articulação, mas da constatação de analistas políticos e financeiros de que essas nações terão um peso cada vez maior nas próximas décadas”, disse.

“É bom que desde já comecemos a nos entender.”

Segundo o chanceler brasileiro, a partir de agora, representantes dos quatro países começarão a se encontrar periodicamente para discutir questões de interesse comum, como na área do comércio.

“Além disso, dois desses países (Rússia e China) já são membros permanentes do Conselho de Segurança. E aqueles que não são (Brasil e Índia), querem ser.”

A propósito da ambição brasileira de se tornar membro permanente do CS, Amorim disse que “a questão é saber quando a reforma sai, porque ela terá que vir”.

Ele acrescentou que o Brasil não pleiteia o direito de veto, como candidato a uma vaga permanente, pois “o veto é um instrumento que progressivamente deveria ser abandonado”.
 

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