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25/09/2006
-
14h56
da BBC Brasil, em Nova York
Setembro tem sido um mês relativamente bom para o presidente George W. Bush e suas legiões republicanas que se mobilizam para as eleições no Congresso em 7 de novembro.
A saúde política do governo não é nenhuma maravilha, enfraquecida pelo vírus Iraque, mas nas últimas semanas aconteceu uma certa revitalização tanto nas pesquisas de opinião como na percepção de que as perdas republicanas nas eleições talvez não sejam tão danosas como se temia.
Em parte foi o sucesso previsto do plano da campanha eleitoral.
A celebração do quinto aniversário dos atentados do 11 de setembro foi o tônico que a Casa Branca e os candidatos republicanos precisavam.
Guerra ao terror
Era fundamental desviar o debate da agonia do Iraque para a insistência de que Bush continua sendo o grande condutor na chamada guerra contra o terror e que os republicanos ainda são mais capazes (ou menos incapazes) do que a oposição democrata para tornar o país mais seguro.
Houve também lances de sorte nesta revitalização governista.
As ansiedades em relação à economia (confiança do consumidor, baixa salarial, maiores custos do seguro de saúde e menor proteção social) não se dissiparam, mas a curto prazo há alívio num ponto fundamental: a queda expressiva dos preços do petróleo e da gasolina.
Esta semana, o preço do galão de gasolina para o consumidor americano caiu para US$ 2,42, queda de 24 centavos de dólar em duas semanas. Em 11 de agosto, o preço do galão chegara a US$ 3,02.
Ironicamente, parte da queda dos preços é atribuída à diminuição dos temores de um conflito dos Estados Unidos contra o Irã e à ênfase de Bush de que ainda é possível uma solução diplomática na crise nuclear no âmbito das Nações Unidas.
Insultos
E ataques e insultos de líderes estrangeiros como o iraniano Mahmoud Ahmedinejad e o venezuelano Hugo Chávez apenas reforçam o status de Bush no cenário doméstico.
Bush sabe reagir ao assédio (e tem sorte), mas segue na defensiva.
Sua taxa de aprovação em algumas pesquisas subiu nas últimas semanas para a faixa dos 40%-45% (bem melhor do que 33% do começo do ano), mas ainda é baixa por padrões históricos.
A expectativa segue sendo de perdas republicanas nas eleições para o Congresso, embora tenha diminuído a aposta de reconquista da Câmara dos Deputados pela oposição democrata.
No Senado, o sucesso do salto oposicionista sempre foi considerado improvável. É um quadro precário, portanto, para um presidente que nunca conseguiu o sólido segundo mandato que projetara.
E o Iraque obviamente continua sendo o fantasma que persegue Bush e dá munição para a oposição.
Radicalismo islâmico
As constatações sobre uma revitalização governista coincidiram no fim de semana com a revelação de avaliações da própria inteligência americana de que a guerra no Iraque incrementou o radicalismo islâmico e agravou a ameaça terrorista global.
No final das contas, estas avaliações questionam implicitamente os argumentos da Casa Branca de que o país está mais seguro hoje do que antes dos atentados do 11 de setembro.
Tal argumento é a própria razão de ser e de sobrevida política de George W. Bush. Serviu também para garantir a vitória republicanas nas eleições no Congresso após os ataques de 2001.
A fórmula de sucesso é mais incerta em 2006.
Setembro não poderia ter sido melhor para o acuado governo republicano. Mas o mês está terminando.
Quais serão as surpresas de outubro antes das eleições de 7 de novembro?
Bush recupera saúde política, mas futuro ainda é incerto
CAIO BLINDERda BBC Brasil, em Nova York
Setembro tem sido um mês relativamente bom para o presidente George W. Bush e suas legiões republicanas que se mobilizam para as eleições no Congresso em 7 de novembro.
A saúde política do governo não é nenhuma maravilha, enfraquecida pelo vírus Iraque, mas nas últimas semanas aconteceu uma certa revitalização tanto nas pesquisas de opinião como na percepção de que as perdas republicanas nas eleições talvez não sejam tão danosas como se temia.
Em parte foi o sucesso previsto do plano da campanha eleitoral.
A celebração do quinto aniversário dos atentados do 11 de setembro foi o tônico que a Casa Branca e os candidatos republicanos precisavam.
Guerra ao terror
Era fundamental desviar o debate da agonia do Iraque para a insistência de que Bush continua sendo o grande condutor na chamada guerra contra o terror e que os republicanos ainda são mais capazes (ou menos incapazes) do que a oposição democrata para tornar o país mais seguro.
Houve também lances de sorte nesta revitalização governista.
As ansiedades em relação à economia (confiança do consumidor, baixa salarial, maiores custos do seguro de saúde e menor proteção social) não se dissiparam, mas a curto prazo há alívio num ponto fundamental: a queda expressiva dos preços do petróleo e da gasolina.
Esta semana, o preço do galão de gasolina para o consumidor americano caiu para US$ 2,42, queda de 24 centavos de dólar em duas semanas. Em 11 de agosto, o preço do galão chegara a US$ 3,02.
Ironicamente, parte da queda dos preços é atribuída à diminuição dos temores de um conflito dos Estados Unidos contra o Irã e à ênfase de Bush de que ainda é possível uma solução diplomática na crise nuclear no âmbito das Nações Unidas.
Insultos
E ataques e insultos de líderes estrangeiros como o iraniano Mahmoud Ahmedinejad e o venezuelano Hugo Chávez apenas reforçam o status de Bush no cenário doméstico.
Bush sabe reagir ao assédio (e tem sorte), mas segue na defensiva.
Sua taxa de aprovação em algumas pesquisas subiu nas últimas semanas para a faixa dos 40%-45% (bem melhor do que 33% do começo do ano), mas ainda é baixa por padrões históricos.
A expectativa segue sendo de perdas republicanas nas eleições para o Congresso, embora tenha diminuído a aposta de reconquista da Câmara dos Deputados pela oposição democrata.
No Senado, o sucesso do salto oposicionista sempre foi considerado improvável. É um quadro precário, portanto, para um presidente que nunca conseguiu o sólido segundo mandato que projetara.
E o Iraque obviamente continua sendo o fantasma que persegue Bush e dá munição para a oposição.
Radicalismo islâmico
As constatações sobre uma revitalização governista coincidiram no fim de semana com a revelação de avaliações da própria inteligência americana de que a guerra no Iraque incrementou o radicalismo islâmico e agravou a ameaça terrorista global.
No final das contas, estas avaliações questionam implicitamente os argumentos da Casa Branca de que o país está mais seguro hoje do que antes dos atentados do 11 de setembro.
Tal argumento é a própria razão de ser e de sobrevida política de George W. Bush. Serviu também para garantir a vitória republicanas nas eleições no Congresso após os ataques de 2001.
A fórmula de sucesso é mais incerta em 2006.
Setembro não poderia ter sido melhor para o acuado governo republicano. Mas o mês está terminando.
Quais serão as surpresas de outubro antes das eleições de 7 de novembro?
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