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28/09/2006 - 22h18

Bolívia quer novos investimentos das petroleiras

MARCIA CARMO
da BBC Brasil, em Buenos Aires

O atual ministro boliviano de hidrocarbonetos, Carlos Villegas, disse que as empresas petroleiras transnacionais, que negociam novos contratos para continuar na Bolívia, serão obrigadas a investir cerca de US$ 1,5 bilhão na perfuração de poços de petróleo no país.

O objetivo, afirmou, é aumentar a produção de petróleo e de gás e manter o fornecimento (de gás) ao exterior – Argentina e Brasil.

As declarações do ministro foram reproduzidas pelo jornal El Deber, o principal de Santa Cruz de la Sierra, na sua edição online, publicada na noite de quarta-feira.

Em Santa Cruz de la Sierra, na fronteira com o Brasil, o ministro participa de uma série de reuniões, como confirmaram seus assessores, por telefone, para conhecer os dados das auditorias realizadas em 56 campos petroleiros.

As auditorias foram determinadas pelo governo do presidente Evo Morales, depois do decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos, anunciado no dia 1º de maio.

Retomada de negociações

As declarações de Villegas, que assumiu a pasta há cerca de duas semanas, foram feitas logo após encontro entre o presidente da Petrobras Bolívia, o brasileiro José Freitas, e o boliviano Manuel Morales, assessor da presidência da estatal boliviana, YPFB.

Freitas e Morales, além de outros técnicos dos dois países, reuniram-se em La Paz. Eles retomaram as negociações sobre os novos contratos estabelecidos pelo governo boliviano a partir da nacionalização.

As petroleiras, recordaram assessores da YPFB, falando por telefone desde La Paz, têm até o dia 31 de outubro para concordar com os novos acordos, que deverão ser assinados no dia 1º de novembro.

Na sexta-feira, em Santa Cruz de la Sierra, haverá outra rodada de discussões. Mas, desta vez, segundo fontes do governo Morales, para que a Bolívia insista no pedido de ajuste no preço do gás vendido ao Brasil.

Fontes da Câmara Boliviana de Hidrocarbonetos, com sede em Santa Cruz de la Sierra, recordaram que o Brasil paga hoje preço equivalente ao que é cobrado no mercado internacional – cerca de US$ 4 por milhão de BTU.

“No mercado americano, a cotação, nesta quarta-feira, é de US$ 4,35 por milhão de BTU”, disse um assessor da Câmara que reúne as petroleiras transnacionais instaladas na Bolívia. “Portanto, a Argentina já está pagando mais do que o preço internacional, US$ 5 por milhão de BTU. Mas como seu acordo é transitório até dezembro deste ano, ela terá um bom argumento para tentar reduzir o preço, caso este valor continue em queda no mercado mundial, acompanhando a queda do petróleo.”

A expectativa, agora, no governo boliviano é em relação à reunião, no próximo dia 9, entre o ministro das Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e a comissão formada por cinco ministros do governo boliviano – das pastas de Hidrocarbonetos, Planejamento, Fazenda, Defesa e o equivalente ao chefe da Casa Civil da Presiência da Bolívia, Juan Ramon Quintana.

Para os bolivianos, essa reunião será “decisiva” para estabelecer “acordo” ou “os novos rumos desta relação” (com a Petrobras, maior investidora estrangeira na Bolívia).
 

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