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29/09/2006 - 20h16

PMDB deve dominar a Câmara e oposição o Senado, dizem analistas

DENIZE BACOCCINA
da BBC Brasil, em Brasília

O PMDB deve sair fortalecido das eleições legislativas deste domingo, com a maior bancada na Câmara de Deputados, deslocando o PT para o segundo lugar. A previsão é de analistas políticos, que se baseiam nas listas de candidatos em cada Estado, conversas com líderes e imprensa local para estimar o tamanho da bancada de cada partido.

Já o Senado deve ganhar mais força política e eleger uma bancada maior de oposição, também na avaliação de analistas. Para o Senado, a avaliação é mais precisa, já que existem pesquisas de intenção de voto nos Estados, que este ano só vão eleger um senador.

As projeções indicam que PMDB, PSDB e PFL devem ter bancadas parecidas no Senado, entre 14 e 18 senadores cada um, com o PT em quarto lugar, com 10 ou 11 senadores.

Mas além do peso da bancada, o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Diap, diz que a Câmara deve eleger uma bancada sem grandes nomes, enquanto o Senado deve eleger nomes de peso, mas na oposição.

“Ao mesmo tempo o senador Aloizio Mercadante (candidato ao governo de São Paulo e ex-líder do governo no Senado que ainda tem quatro anos de mandato) não tem condições de retornar à liderança, pelo menos por enquanto”, diz Queiroz.

Na Câmara, o ex-deputado federal e ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf e o estilista e apresentador de TV Clodovil Hernandez devem ser os campões de voto em São Paulo e possivelmente no Brasil.

Maior bancada

Um levantamento feito em conjunto pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) e pelo Congresso em Foco estima que o PMDB deverá eleger entre 91 e 114 deputados federais.

Se esta previsão se confirmar, o PMDB pode ficar com mais de 20% das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados. Hoje, o partido tem 78 deputados, um a menos do que o número que elegeu em 2002.

Em outras análises os números variam, mas todos apontam o PMDB como o dono da maior bancada a partir de 2007.

Além da eleição de um número maior de deputados, o PMDB deve ser incrementado com a migração de parlamentares eleitos por outros partidos, que tendem a desaparecer com as restrições impostas pela cláusula de barreira (os partidos que não tiverem pelo menos 5% dos votos perdem direito a verba partidária e a tempo no rádio e na TV).

“Alguns partidos pequenos devem migrar para o PMDB”, diz a cientista política Fernanda Machiaveli, da equipe de análise política da Tendências Consultoria Integrada. “Para o parlamentar, não tem vantagem ficar na oposição, é muito melhor estar com o governo”, afirma.

Ela avalia que dos 16 partidos com representação no Congresso atualmente, apenas sete vão continuar existindo na próxima legislatura.

Além dos parlamentares que vão migrar para o PMDB, os analistas prevêem uma fusão entre partidos como PDT, PV e PPS, de oposição, e na base de apoio ao governo uma fusão entre PP e PL no espectro político de direita e PSB, PC do B e PDT mais à esquerda.

O analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Diap, diz que o PMDB vai para o governo “quem quer que seja o vencedor da eleição presidencial”.

Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vencer, como indicam as pesquisas, ele prevê um acirramento da oposição por parte de PSDB e PFL.

Renovação pequena

As previsões também apontam para uma renovação pequena no Congresso atual, marcado por escândalos como o do mensalão e das sanguessugas, ainda em investigação. O Diap estima que serão reeleitos 303 dos atuais 513 deputados federais, dos quais 433 são candidatos.

No Congresso como um todo, 84% dos atuais congressistas disputam um novo mandato, e espera-se uma renovação entre 40% e 45%. “É uma renovação baixa diante da expectativa, no mesmo patamar de 1998 e abaixo da média das últimas eleições”, diz Queiroz, do Diap.

Em 2002, 81% dos congressistas tentaram a reeleição, e a renovação foi de 46%. Em 1998, 86% saíram candidatos, e as urnas mostraram uma renovação de 46%.
 

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