Publicidade
Publicidade
05/10/2006
-
19h55
da BBC Brasil, em Madri
O Arcebispo de Madri – considerado a mais importante autoridade da Igreja Católica na Espanha – um padre e um bispo começaram nesta quarta-feira a ser julgados na capital espanhola em um caso relacionado a um crime sexual.
O padre Rafael Sanz, 73, está sendo acusado de pedofilia. O arcebispo, o bispo e também seu principal auxiliar enfrentam a Justiça acusados de ter responsabilidade no caso.
É o Arcebispo de Madri, Antonio Maria Rouco Varela, quem celebra as missas na catedral, freqüentadas pela família real.
As acusações contra os religiosos foram feitas por uma organização chamada “Igreja sem Abusos”, que diz que Saez e seus superiores tentaram encobrir o crime e impedir a atuação da Justiça.
"Estivemos anos agüentando o silêncio e a passividade. Queremos mudar a forma como a cúpula da Igreja Católica enfrenta os abusos sexuais a menores cometidos por sacerdotes no mundo inteiro", disse Carlos Sánchez Mato, catequista convocado como testemunha de acusação.
Encontros
O crime de Saez, da paróquia de Santo Domingo de Guzmán, em Madri, teria sido cometido entre 1998 e 2001.
A vítima, um ex-coroinha que tinha 12 anos na época, acusa o sacerdote de tocar-lhe os genitais e de tentar estuprá-lo dentro da sacristia várias vezes.
O acusado tinha encontros freqüentes com a vítima, com o consentimento dos pais, para que o padre o ajudasse com os seus deveres de casa, especialmente por ele ter problemas de dislexia.
"É tudo mentira. Perante Deus e perante os homens!", disse o padre no tribunal. Rafael Sanz alegou que nunca tentou abusar do menor e se o levava à sacristia era para usar o computador que estava ali.
"Eu era como um avô para ele. Nunca nem pude ter usado uma palavra que possa ter sido mal interpretada", afirmou.
Prisão
A promotoria pede sete anos de prisão e uma indenização de cerca de R$ 90 mil para a família da vítima. E também punição civil para a cúpula da Igreja Católica espanhola por responsabilidade de encobrimento, conivência e criar obstáculos para a investigação.
Apesar deste pedido, se for considerada culpada, a Igreja só pode ser sancionada com multas e abertura de expediente de investigação judicial, de acordo com a legislação local.
As punições por crimes de abusos sexuais já ocorrem em outros países, mas é a primeira vez que a hierarquia católica é levada ao banco dos réus como responsável civil com ameaça de abertura de investigação, sendo indiciados diretamente os superiores do acusado.
O grupo "Igreja Sem Abusos" tentou chamar a atenção do papa Bento 16 na recente visita à Espanha. Não foi recebida e distribuiu panfletos condenando a atuação da cúpula espanhola em casos de crimes sexuais.
Espanha julga arcebispo por suposto abuso sexual
ANELISE INFANTEda BBC Brasil, em Madri
O Arcebispo de Madri – considerado a mais importante autoridade da Igreja Católica na Espanha – um padre e um bispo começaram nesta quarta-feira a ser julgados na capital espanhola em um caso relacionado a um crime sexual.
O padre Rafael Sanz, 73, está sendo acusado de pedofilia. O arcebispo, o bispo e também seu principal auxiliar enfrentam a Justiça acusados de ter responsabilidade no caso.
É o Arcebispo de Madri, Antonio Maria Rouco Varela, quem celebra as missas na catedral, freqüentadas pela família real.
As acusações contra os religiosos foram feitas por uma organização chamada “Igreja sem Abusos”, que diz que Saez e seus superiores tentaram encobrir o crime e impedir a atuação da Justiça.
"Estivemos anos agüentando o silêncio e a passividade. Queremos mudar a forma como a cúpula da Igreja Católica enfrenta os abusos sexuais a menores cometidos por sacerdotes no mundo inteiro", disse Carlos Sánchez Mato, catequista convocado como testemunha de acusação.
Encontros
O crime de Saez, da paróquia de Santo Domingo de Guzmán, em Madri, teria sido cometido entre 1998 e 2001.
A vítima, um ex-coroinha que tinha 12 anos na época, acusa o sacerdote de tocar-lhe os genitais e de tentar estuprá-lo dentro da sacristia várias vezes.
O acusado tinha encontros freqüentes com a vítima, com o consentimento dos pais, para que o padre o ajudasse com os seus deveres de casa, especialmente por ele ter problemas de dislexia.
"É tudo mentira. Perante Deus e perante os homens!", disse o padre no tribunal. Rafael Sanz alegou que nunca tentou abusar do menor e se o levava à sacristia era para usar o computador que estava ali.
"Eu era como um avô para ele. Nunca nem pude ter usado uma palavra que possa ter sido mal interpretada", afirmou.
Prisão
A promotoria pede sete anos de prisão e uma indenização de cerca de R$ 90 mil para a família da vítima. E também punição civil para a cúpula da Igreja Católica espanhola por responsabilidade de encobrimento, conivência e criar obstáculos para a investigação.
Apesar deste pedido, se for considerada culpada, a Igreja só pode ser sancionada com multas e abertura de expediente de investigação judicial, de acordo com a legislação local.
As punições por crimes de abusos sexuais já ocorrem em outros países, mas é a primeira vez que a hierarquia católica é levada ao banco dos réus como responsável civil com ameaça de abertura de investigação, sendo indiciados diretamente os superiores do acusado.
O grupo "Igreja Sem Abusos" tentou chamar a atenção do papa Bento 16 na recente visita à Espanha. Não foi recebida e distribuiu panfletos condenando a atuação da cúpula espanhola em casos de crimes sexuais.
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice