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06/10/2006 - 06h59

Lula tem que conquistar a classe média, diz 'Figaro'

da BBC Brasil

A batalha de Lula para reconquistar a classe média brasileira para o segundo turno das eleições presidenciais é o foco de uma matéria do diário francês Le Figaro, nesta sexta-feira.

“Os Estados onde Geraldo Alckmin venceu Lula concentram o grosso da classe média brasileira. É o caso de São Paulo (54,2% para Alckmin, 36,8% para Lula), mas também dos Estados do Centro-Sul, como o Rio Grande do Sul (55,8% contra 33,1 %).

“Os militantes e simpatizantes descobriram que o partido fez um financiamento ilegal das suas campanhas eleitorais e que alguns dos seus membros levantavam milhões de maneira obscura, não hesitando em transferir somas para contas no exterior. O episódio quase era perdoado, se não esquecido, pela maioria do eleitorado quando emergiu, duas semanas antes do primeiro turno, o negócio do "dossiê"”, afirma o texto.

“A classe média é muito orgulhosa de não fazer parte das camadas mais populares e de distinguir-se dos pobres – comprando um carro novo ou aproveitando a taxa de câmbio favorável para viajar à Europa. Estas pessoas temem uma política governamental muito favorável às camadas mais pobres”, diz o texto, citando o cientista político Stéphane Monclaire, da Universidade Sorbonne.

O Figaro também cita um assessor do presidente, que diz que Lula precisa manter os votos dos mais pobres, mas sem causar medo à classe média. Embora ele tenha uma rejeição de 30%, este índice é menor do que em eleições passadas, quando Lula ainda era visto como o sindicalista radical. “Levamos anos para mudar essa imagem. Não é para ela ser trazida de volta agora”, conclui o assessor.

Aquecimento global

Uma recepção positiva, porém cautelosa, foi a posição adotada pelo editorial do jornal britânico The Independent, nesta sexta, em relação à reunião de líderes mundiais, no México, para discutir a questão do aquecimento global.

Apesar de alguns avanços, o editorial se manteve relutante em festejar qualquer conquista sobre o modo como devem der gerenciadas as emissões de carbono no mundo de hoje.

“E eles deram alguns passos. Concordaram que é importante apressar a agenda de investimento em tecnologias de baixa emissão de carbono, depositaram confiança no projeto do bio-etanol do Brasil, vilas rurais na Índia e novos cenários de cooperação com a África do Sul”, afirma o texto.

Mesmo também recebendo bem a definitiva aceitação do fato de que investir em prevenção contra o aquecimento global agora é mais barato do que tentar a reversão do processo no futuro, o artigo lamenta a falta de engajamento maior na questão.

“A Grã-Bretanha, cujos líderes eloqüentemente falam em combate ao aquecimento global, precisam ter um comportamento mais exemplar. Temos de taxar o combustível de aviões – como o Parlamento Europeu propôs – ao invés taxar os passageiros para plantar mais árvores”, argumenta.

Japão e seus vizinhos

Em editorial, o diário japonês Asahi Shimbun especula sobre quais as políticas externas a serem tomadas pelo novo premiê do Japão, Shinzo Abe, especialmente em relação aos seus vizinhos asiáticos.

“O Japão está para reiniciar as suas reuniões com China e Coréia do Sul depois de um longo hiato. O primeiro-ministro Shinzo Abe tem visitas agendadas para Pequim e Seul”, afirma o texto.

“O Japão tem fortes laços com os dois países nas áreas de investimento, comércio, cultura e turismo. As visitas do ex-premiê Juichiro Koizumi ao Santuário Yasukuni impediram a aproximação. Nós recebemos bem o fato de que o governo japonês tenha dado o primeiro passo para encerrar este estado anormal das coisas”, afirma.

O Santuário Yasukuni é um polêmico santuário em Tóquio que homenageia mortos da Segunda Guerra Mundial. Entre os 2,5 milhões de pessoas mortas na guerra homenageadas no santuário estão 14 criminosos condenados. O local era freqüentemente visitado pelo ex-premiê, o que desagradava China e Coréia do Sul, países que enfrentaram os japoneses em diferentes guerras.

O Asahi Shinbun estabelece quais as duas questões básicas para o governo japonês no estabelecimento de relações com os vizinhos: assunção de responsabilidades em relação à estabilidade e prosperidade na região (sem deixar de discutir o problema de disputa de territórios, como as ilhas Takeshima e Senkaku, clamadas por Seul e Pequim, respectivamente), e determinação no gerenciamento da crise dos testes nucleares da Coréia do Norte.

Por fim, o diário japonês pede que Shinzo Abe pense com muito cuidado em fazer uma eventual visita ao santuário Yasukuni para avaliar quais os efeitos que isso pode ter nas relações externas do país.

Muro EUA-México

O jornal mexicano La Jornada adota uma posição crítica em relação à política do governo de Vicente Fox na questão da construção de um muro separando a fronteira dos dois países.

“Com gritos de ‘me pegue, me insulte, me humilhe, mas não me abandone’, o submisso governo foxista implora ao vizinho do norte que reconsidere sua política imigratória – com o muro quilométrico incluso – porque ‘danificará’ a relação bilateral”, diz o texto assinado por um colunista.

“Rapidinho e sem reclamar, o governo foxista cedeu em tudo, aceitou e se agachou diante de tudo (exceto na questão do Iraque)... sempre com a idéia de que sua submissão renderia frutos”, diz o texto. “Aí está o resultado. Depois disso tudo – já desonroso em si só – o governo do ‘grande aliado’ lhe deu um pontapé no traseiro.”

O autor lista o que chama de legado do governo do presidente Vicente Fox, cujo governo se encerra em 30 de novembro. “Muro fronteiriço, crescente número de emigrantes ilegais, 6 mil agentes da Guarda Nacional americana na fronteira, endurecimento das leis migratórias. Violação sistemática dos direitos humanos, balas de plástico e crescente expulsão da mão-de-obra”, afirma o texto.
 

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