Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
07/10/2006 - 20h19

Campanha nos EUA organiza boicote ao governo do Sudão

MARTIN PLAUT
da BBC Brasil

Uma campanha nos Estados Unidos para colocar pressão no governo do Sudão sobre a questão de Darfur ganhou novo fôlego nesta semana. Na Califórnia, entrou em vigor uma lei que limita os negócios entre empresas do Estado com o governo sudanês.

A lei faz parte de uma corrente em ascensão nos Estados Unidos que quer impedir que empresas façam negócios com Cartum.

Até agora, seis Estados aprovaram legislações e outros 18 estão estudando medidas legais.

Poder das estrelas

Na segunda-feira, o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, assinou a nova lei do Estado.

A regra exige que os fundos de pensão baseados na Califórnia vendam suas ações de empresas que negociam com o Sudão.

Ao lado do governador, estava o ator Don Cheadle, estrela do filme Hotel Ruanda. A mensagem é clara: genocídio em Ruanda, genocídio no Sudão.

O governador pediu que o presidente americano, George W. Bush, siga o mesmo caminho. Schwarzenegger escreveu para o presidente na quinta-feira, pedindo que ele assine a Lei de Paz e Responsabilidade em Darfur.

“Com um traço da sua caneta, você pode fazer muito mais do que qualquer um para aliviar o sofrimento de milhões nessa região arrasada pela guerra”, escreveu o governador.

Pressão

A campanha é conduzida pelo movimento não-governamental Força Tarefa de Desinvestimento do Sudão.

A entidade foi criada na universidade americana de Harvard, e agora engloba Estados e cidades em todo o país. Ela já começa a ganhar o mesmo ímpeto que grupos de pressão contra o regime do apartheid levaram 20 anos para conseguir.

Em apenas 18 meses, o movimento contra atrocidades cometidas em Darfur já está em quase todos os lugares dos Estados Unidos.

“Genocídio é um empreendimento caro”, afirma o diretor do movimento, Adam Sterling.

“O governo do Sudão se apóia muito nos investimentos estrangeiros para financiar seu exército e suas milícias brutais, tentando eliminar as populações não-árabes de Darfur.”

O grupo de campanha desenvolveu um site sofisticado na Internet que permite que os internautas acompanhem se seus fundos de investimentos colocam dinheiro em companhias que apoiam o governo do Sudão.

O alvo não são as empresas americanas, que estão proibidas de negociar com o Sudão desde 1997. O movimento quer atingir empresas como a chinesa PetroChina, a indiana Bharat Heavy Electrical e a Sudan Telecom.

O lobby de empresas americanas no Congresso tem impedido que leis mais duras sejam aprovadas nos Estados Unidos. Mas se o ímpeto do movimento se mantiver, negociar com o Sudão pode se tornar tão difícil quanto com a África do Sul nos tempos do apartheid.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página