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10/06/2009 - 11h25

Londrinos driblam crise com esquemas alternativos de moradia

da BBC Brasil

A crise econômica e as consequentes dificuldades financeiras estão tornando cada vez mais comum esquemas de moradias alternativas em Londres - em que inquilinos mantêm imóveis vazios ou abandonados ou dedicam parte de seu tempo cuidando de idosos, por exemplo, em troca de aluguéis mais baixos.

Em uma das cidades mais caras do mundo, a popularização desses esquemas é uma maneira de tentar compensar o agravamento da crise econômica, que já levou o desemprego a afetar mais de 2 milhões de pessoas neste ano e tornou a vida financeiramente mais difícil para muitas outras.

"Até o ano passado, pouca gente vinha me procurar querendo alugar quartos em casas de famílias inglesas ou morar com idosos e agora a procura é grande por esse tipo de moradia", disse à BBC Brasil Lúcia Lehrer, proprietária da imobiliária Warwick Estate Agency, no noroeste de Londres.

Ela explica que as pessoas estão encontrando dificuldades em pagar o preço do aluguel pedido pelos proprietários porque o custo de vida ficou mais caro.

Uma pesquisa realizada em 2008 pela consultoria Mercer coloca Londres como a terceira cidade mais cara do mundo para se morar, atrás apenas de Moscou e Tóquio. O aluguel de uma kitinete em um bairro central da cidade, por exemplo, pode chegar a£475 (R$ 1,6 mil) por semana.

"Aumentou tudo, gás, eletricidade, IPTU, então ficou difícil de pagar o aluguel e todas as outras contas", disse Lehrer.

Segundo Lúcia, os esquemas alternativos acabaram afetando o mercado imobiliário da cidade. Só a agência dela registrou uma queda de 12% no volume de aluguéis desde o ano passado.

Em contrapartida, agências que trabalham com esquemas alternativos ganharam popularidade, oferecendo moradias a preços mais baratos.

Guardiões

Uma das opções mais procuradas é a se tornar guardião. O esquema é gerenciados por empresas de segurança que cuidam de imóveis vazios ou abandonados para evitar a entrada de invasores.

Essas empresas colocam "guardiões" para morar nesses lugares, protegendo o imóvel. O atrativo para os guardiões, além da chance de imóveis diferentes como igrejas, bares e hotéis, além dos tradicionais apartamentos e casas, é o preço.

A estudante de medicina chinesa Silvia Niemojewska mora há quatro meses como guardiã de uma sacristia de cinco quartos no bairro Neasden, no noroeste de Londres.

Uma casa semelhante na mesma região custa cerca de 500 libras (R$ 1,5 mil) por semana. Como guardiã, no entanto, ela paga apenas 200 libras (R$ 600 reais) por mês, com todas as contas incluídas.

"Economizei tanto dinheiro que dá para pagar a faculdade, me concentrar melhor nos estudos e ainda trabalhar sem a pressão de ter que levantar o dinheiro do aluguel", conta.

Doug Edwards, gerente de negócios da agência AdHoc, que lida com esse tipo de esquema, disse que houve um aumento significativo no número de pessoas que procuram ser guardiões depois do início da crise, no último trimestre do ano passado.

"Sempre há necessidade de se encontrar moradias mais baratas em Londres porque a cidade é muito cara", disse.
"Os nossos guardiões todos estão trabalhando, mas se sentem atraídos pela opção de moradia mais alternativa e muito mais barata", afirmou Edwards.

Idosos

Outro esquema que tem conquistado adeptos é o de morar com idosos. Anahita Ghazinezam está morando com Anne, uma idosa de 95 anos, há cerca de um mês.

Ela mora em um apartamento em um bairro caro no oeste de Londres e paga apenas 60 libras (R$ 180) por mês para a agência Care2Stay, especializada nesse tipo de acomodação. Em contrapartida, ela se compromete a passar 10 horas da semana cuidando de Anne.

"Com o dinheiro que eu economizo posso viajar, cuidar da minha família e ainda não pagar mais o aluguel discrepante de Londres", disse.

 

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