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21/10/2006 - 03h10

Obras no interior paulista dão força a Alckmin em Mococa

ALESSANDRA CORRÊA
da BBC Brasil, em Mococa (SP)

As ações promovidas pelo ex-governador Geraldo Alckmin em benefício de Mococa, no interior paulista, motivaram boa parte dos 50.075 eleitores do município a votar no candidato tucano à Presidência da República.

Aliadas à tradição do PSDB na região e, principalmente, ao apoio do prefeito, as obras do governo estadual em Mococa ajudaram Alckmin a garantir 74,6% dos votos válidos do município no primeiro turno das eleições.

Perguntados sobre as motivações de seus votos, muitos eleitores se dizem gratos ao ex-governador.

"Ele arrumou estradas, ofereceu crédito e incentivou a produção", diz o produtor rural João Batista Gonçalves Dias, de 45 anos.

O presidente do PSDB em Mococa, André Roberto Contreras, enumera as obras do candidato do seu partido. A estação de tratamento de esgoto, a duplicação do trecho da rodovia SP-340 entre o município e Aguaí e a Faculdade de Tecnologia (Fatec) são os destaques.

"Foi o governador que mais investiu na cidade", diz Contreras.

PSDB x PT

Outro elemento que colaborou para o bom desempenho de Alckmin foi o fato de grande parte da economia do município, localizado na divisa com Minas Gerais, ainda ser baseada na agricultura, setor que tem enfrentado dificuldades nos últimos anos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ficou com apenas 19% dos votos válidos em Mococa. Não se pode dizer, porém, que o resultado das eleições seja fruto somente de eventuais desapontamentos com o governo federal.

Considerada por muitos uma cidade conservadora, Mococa nunca teve sequer um vereador do PT.

"Mas a gente não desiste", diz a presidente do partido no município, Eliana Galvani. O PT tem cerca de 250 filiados em Mococa.

A situação do PSDB é diferente. A força dos tucanos na cidade, e em outros municípios da região nordeste de São Paulo, pode ser medida pelos demais resultados das eleições.

José Serra foi eleito governador de São Paulo pelo PSDB com 79,4% dos votos válidos do município.

Silvio Torres, natural da vizinha São José do Rio Pardo, garantiu a vaga na Câmara Federal com 48,6% dos votos válidos de Mococa.

Para o candidato a deputado estadual Sidney Beraldo, de São João da Boa Vista, esse percentual foi de 39,5%.

Esse apoio aos candidatos do PSDB em Mococa acabou favorecendo o desempenho eleitoral de Alckmin na cidade.

Apoio do prefeito

Apesar de ter visitado Mococa por três vezes quando era governador, Alckmin não passou pela cidade durante a campanha presidencial.

O candidato contou, no entanto, com um cabo eleitoral de respeito: o prefeito Aparecido Espanha, do PMN, apontado por muitos como um fator decisivo para o sucesso de Alckmin em Mococa.

Em seu segundo mandato, Cido, como é chamado, conta com grande apoio popular (foi reeleito em 2004, com 83,5% dos votos válidos) e fez campanha aberta para o candidato do PSDB.

A campanha incluiu uma carta à população pedindo votos para Alckmin. "Em todo lugar que eu ia, falava nele", diz o prefeito.

O esforço parece ter surtido resultado entre os 70.085 habitantes do município, onde os partidos de esquerda nunca tiveram força.

"Mococa foi muito malufista", diz, em referência aos simpatizantes de Paulo Maluf, o padre Celso Abreu de Jesus, pároco da Paróquia Santa Luzia e figura atuante no município há 18 anos.

O pároco lembra que, entre as décadas de 70 e 80, o padre Demosthenes Paraná Brasil Pontes, definido por ele como um "malufista roxo", foi eleito três vezes prefeito de Mococa.

De acordo o padre Celso, o sacerdote foi um prefeito muito popular, com uma bandeira social forte. Morreu antes de assumir o último mandato.

O atual prefeito, acrescenta o pároco, iniciou sua carreira trabalhando com o padre Demosthenes, antes de se tornar vereador. Do mentor, herdou a popularidade e o poder de influência entre seus eleitores.
 

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