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25/10/2006
-
21h56
da BBC Brasil, em Caracas
Venezuela e Guatemala não chegaram a um consenso, e a indefinição sobre quem ocupará o assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas será mantida até 31 de outubro, quando a Assembléia Geral da ONU dará continuidade às votações.
Na tarde desta quarta-feira a Assembléia reiniciou a votação para decidir o nome do candidato latino-americano à vaga de mebro não-permanente do Conselho.
A sessão foi iniciada em meio à polêmica gerada na tarde de ontem, após afirmação do presidente boliviano, Evo Morales, de que, a pedido do presidente venezuelano, Hugo Chávez, a Bolívia poderia ser o candidato de consenso para acabar com o impasse nas votações.
“Querem consenso? Aí está a Bolívia, com um governo vigoroso, livre, independente, democrático”, disse Chávez durante um ato oficial no Teatro Teresa Carreno, em Caracas, poucas horas antes da votação realizada na sede da ONU em Nova York.
O embaixador da Venezuela na ONU, Francisco Arias Cárdenas, disse à BBC Brasil que durante a reunião dos ministros de Relações Exteriores do Grupo de Países Latino-americanos e Caribe (Grulac), realizada na manhã desta quarta-feira, a Guatemala preferiu não discutir uma candidatura de consenso e se submeter às votações na Assembléia Geral.
“Nossa posição era de que deveríamos esgotar as discussões para buscar uma alternativa. Os representantes da Guatemala preferiram seguir votando. Não chegamos a nenhum lugar”, disse Arias Cárdenas, minutos após o encerramento das votações realizadas hoje.
A partir desta quinta-feira, as delegações da Venezuela e da Guatemala, apoiadas pelo Grulac, deverão negociar a candidatura de consenso.
“Vamos propor a candidatura da Bolívia. Não vemos razões para essa proposta seja rechaçada”, disse o embaixador da Venezuela na ONU, que afirma que seu país está “aberto a propostas”.
Sobre as pressões que a delegação norte-americana está exercendo em favor da candidatura da Guatemala, Cárdenas disse que a rodada de hoje significou “mais uma derrota” para os Estados Unidos.
“Uma vez mais conseguimos paralizar o poder de veto que os EUA pretendem impor também na Assembléia Geral. Os países que apóiam a Venezuela se mantêm firmes”, disse.
Mais uma rodada
A indefinição que marcou as 35 rodadas realizadas na semana passada persistiu na votação desta quarta-feira.
Em seis rodadas, Venezuela e Guatemala mantiveram o número de votos das sessões anteriores, variando de 78 a 84 votos para a candidatura venezuelana e 100 a 109 para a guatemalteca.
Nenhum dos dois países angariou os dois terços dos votos necessários para ocupar a vaga de membro não-permanente.
Na última rodada, Chile e República Dominicana se apresentaram como candidatos, recebendo um voto cada país.
A América Latina é a única região que ainda não definiu o ocupante da vaga aberta à votação neste ano - cada região tem duas vagas rotativas, que são eleitas em anos alternados para mandatos de dois anos.
O país eleito ocupará o lugar da Argentina - o Peru só deixa seu assento no ano que vem.
Até a declaração de Morales, Costa Rica, Panamá e Uruguai eram os países mais cotados como possíveis candidatos, no caso do abandono das candidaturas de Guatemala e Venezuela.
Em 1979, uma disputa entre Cuba e Colômbia levou três meses para ser resolvida e acabou dando o lugar ao México, que se propôs como nome de consenso.
O Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha e França) e dez rotativos (com mandatos de dois anos), que se distribuem entre os blocos regionais – África, América Latina, Ásia e Europa.
Falta de consenso adia novamente decisão na ONU
CLAUDIA JARDIMda BBC Brasil, em Caracas
Venezuela e Guatemala não chegaram a um consenso, e a indefinição sobre quem ocupará o assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas será mantida até 31 de outubro, quando a Assembléia Geral da ONU dará continuidade às votações.
Na tarde desta quarta-feira a Assembléia reiniciou a votação para decidir o nome do candidato latino-americano à vaga de mebro não-permanente do Conselho.
A sessão foi iniciada em meio à polêmica gerada na tarde de ontem, após afirmação do presidente boliviano, Evo Morales, de que, a pedido do presidente venezuelano, Hugo Chávez, a Bolívia poderia ser o candidato de consenso para acabar com o impasse nas votações.
“Querem consenso? Aí está a Bolívia, com um governo vigoroso, livre, independente, democrático”, disse Chávez durante um ato oficial no Teatro Teresa Carreno, em Caracas, poucas horas antes da votação realizada na sede da ONU em Nova York.
O embaixador da Venezuela na ONU, Francisco Arias Cárdenas, disse à BBC Brasil que durante a reunião dos ministros de Relações Exteriores do Grupo de Países Latino-americanos e Caribe (Grulac), realizada na manhã desta quarta-feira, a Guatemala preferiu não discutir uma candidatura de consenso e se submeter às votações na Assembléia Geral.
“Nossa posição era de que deveríamos esgotar as discussões para buscar uma alternativa. Os representantes da Guatemala preferiram seguir votando. Não chegamos a nenhum lugar”, disse Arias Cárdenas, minutos após o encerramento das votações realizadas hoje.
A partir desta quinta-feira, as delegações da Venezuela e da Guatemala, apoiadas pelo Grulac, deverão negociar a candidatura de consenso.
“Vamos propor a candidatura da Bolívia. Não vemos razões para essa proposta seja rechaçada”, disse o embaixador da Venezuela na ONU, que afirma que seu país está “aberto a propostas”.
Sobre as pressões que a delegação norte-americana está exercendo em favor da candidatura da Guatemala, Cárdenas disse que a rodada de hoje significou “mais uma derrota” para os Estados Unidos.
“Uma vez mais conseguimos paralizar o poder de veto que os EUA pretendem impor também na Assembléia Geral. Os países que apóiam a Venezuela se mantêm firmes”, disse.
Mais uma rodada
A indefinição que marcou as 35 rodadas realizadas na semana passada persistiu na votação desta quarta-feira.
Em seis rodadas, Venezuela e Guatemala mantiveram o número de votos das sessões anteriores, variando de 78 a 84 votos para a candidatura venezuelana e 100 a 109 para a guatemalteca.
Nenhum dos dois países angariou os dois terços dos votos necessários para ocupar a vaga de membro não-permanente.
Na última rodada, Chile e República Dominicana se apresentaram como candidatos, recebendo um voto cada país.
A América Latina é a única região que ainda não definiu o ocupante da vaga aberta à votação neste ano - cada região tem duas vagas rotativas, que são eleitas em anos alternados para mandatos de dois anos.
O país eleito ocupará o lugar da Argentina - o Peru só deixa seu assento no ano que vem.
Até a declaração de Morales, Costa Rica, Panamá e Uruguai eram os países mais cotados como possíveis candidatos, no caso do abandono das candidaturas de Guatemala e Venezuela.
Em 1979, uma disputa entre Cuba e Colômbia levou três meses para ser resolvida e acabou dando o lugar ao México, que se propôs como nome de consenso.
O Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha e França) e dez rotativos (com mandatos de dois anos), que se distribuem entre os blocos regionais – África, América Latina, Ásia e Europa.
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