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25/10/2006
-
23h40
da BBC Brasil
Preocupado com a reação popular, o governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, pretende assinar um acordo genérico com as empresas transnacionais de petróleo e continuar negociando com elas os detalhes dos novos contratos.
"Hoje a novidade é que o ministro está otimista e acha que a assinatura pode sair até antes do sábado, dia 28", disse um assessor direto do ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas. "Ainda não sabemos a íntegra do que será assinado, mas haverá assinaturas."
Um dos assessores da Petrobras Bolívia disse que o governo Morales parece estar buscando uma "saída" para atender à expectativa popular sobre o prazo final para a assinatura dos novos contratos, que termina neste sábado.
"Tecnicamente, qualquer assinatura é difícil. Mas o que hoje especulamos é que será assinado um entendimento sem entrar nas vírgulas das questões mais importantes e difíceis nessa negociação."
Tanto na Petrobras quanto no governo brasileiro, assessores preferiram não dizer onde está o impasse, além da rejeição inicial de a empresa brasileira transferir 82% da sua receita para a YPFB, transformando-se em uma prestadora de serviços. Segundo eles, as negociações continuam e foram intensificadas nas últimas horas.
Na noite de quarta-feira, o Ministério de Hidrocarbonetos da Bolívia divulgou uma nota oficial afirmando que nenhuma das petroleiras pediu oficialmente postergação do prazo que vence sábado.
Na nota, informa-se que Vilegas e o presidente da YPFB, Juan Carlos Ortiz, reuniram-se durante todo o dia com executivos e técnicos das 10 companhias petroleiras que operam na Bolívia, entre elas a Petrobras Bolívia e a Petrobras Energia SA, sucursal Bolívia.
Negociações
As discussões entre o governo boliviano e a Petrobras, maior investidora estrangeira no país, continuam nesta quinta-feira.
Um assessor do governo brasileiro disse que é difícil pensar que a Petrobras deixará a Bolívia. "Neste caso, não é apenas uma questão comercial, mas estratégica. A exploração de gás tem o Brasil como destino", disse.
"Se a Petrobras sair, entrará outra empresa em seu lugar, e a dependência do Brasil do gás boliviano seria maior ainda, enquanto não temos alternativas internas de abastecimento do produto", afirmou.
Ou seja, a Petrobras, sinalizou um negociador brasileiro, poderá ter de ceder às muitas exigências da Bolívia.
Na nota do Ministério de Hidrocarbonetos, foi usado um tom mais ameno do que nos últimos tempos, ao afirmar-se que o ministro Villegas ratificou que as negociações estão "encaminhadas para estabelecer acordos de mútuo benefício" dentro das regras em vigor na Bolívia.
Na véspera, Villegas disse em entrevista ao canal de TV estatal que era "prematuro" descartar exceções e até a ampliação do prazo para se chegar a um entendimento com as petroleiras.
Mas, como insistiu um assessor do governo brasileiro, nesta contagem regressiva, a única certeza é de que as negociações continuam em La Paz.
Bolívia pode optar por acordo genérico para manter prazo
MARCIA CARMOda BBC Brasil
Preocupado com a reação popular, o governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, pretende assinar um acordo genérico com as empresas transnacionais de petróleo e continuar negociando com elas os detalhes dos novos contratos.
"Hoje a novidade é que o ministro está otimista e acha que a assinatura pode sair até antes do sábado, dia 28", disse um assessor direto do ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas. "Ainda não sabemos a íntegra do que será assinado, mas haverá assinaturas."
Um dos assessores da Petrobras Bolívia disse que o governo Morales parece estar buscando uma "saída" para atender à expectativa popular sobre o prazo final para a assinatura dos novos contratos, que termina neste sábado.
"Tecnicamente, qualquer assinatura é difícil. Mas o que hoje especulamos é que será assinado um entendimento sem entrar nas vírgulas das questões mais importantes e difíceis nessa negociação."
Tanto na Petrobras quanto no governo brasileiro, assessores preferiram não dizer onde está o impasse, além da rejeição inicial de a empresa brasileira transferir 82% da sua receita para a YPFB, transformando-se em uma prestadora de serviços. Segundo eles, as negociações continuam e foram intensificadas nas últimas horas.
Na noite de quarta-feira, o Ministério de Hidrocarbonetos da Bolívia divulgou uma nota oficial afirmando que nenhuma das petroleiras pediu oficialmente postergação do prazo que vence sábado.
Na nota, informa-se que Vilegas e o presidente da YPFB, Juan Carlos Ortiz, reuniram-se durante todo o dia com executivos e técnicos das 10 companhias petroleiras que operam na Bolívia, entre elas a Petrobras Bolívia e a Petrobras Energia SA, sucursal Bolívia.
Negociações
As discussões entre o governo boliviano e a Petrobras, maior investidora estrangeira no país, continuam nesta quinta-feira.
Um assessor do governo brasileiro disse que é difícil pensar que a Petrobras deixará a Bolívia. "Neste caso, não é apenas uma questão comercial, mas estratégica. A exploração de gás tem o Brasil como destino", disse.
"Se a Petrobras sair, entrará outra empresa em seu lugar, e a dependência do Brasil do gás boliviano seria maior ainda, enquanto não temos alternativas internas de abastecimento do produto", afirmou.
Ou seja, a Petrobras, sinalizou um negociador brasileiro, poderá ter de ceder às muitas exigências da Bolívia.
Na nota do Ministério de Hidrocarbonetos, foi usado um tom mais ameno do que nos últimos tempos, ao afirmar-se que o ministro Villegas ratificou que as negociações estão "encaminhadas para estabelecer acordos de mútuo benefício" dentro das regras em vigor na Bolívia.
Na véspera, Villegas disse em entrevista ao canal de TV estatal que era "prematuro" descartar exceções e até a ampliação do prazo para se chegar a um entendimento com as petroleiras.
Mas, como insistiu um assessor do governo brasileiro, nesta contagem regressiva, a única certeza é de que as negociações continuam em La Paz.
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