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08/11/2006
-
09h51
da BBC Brasil
Com jogos truncados, brigas, salários em alta e público em queda, a imagem do futebol tem sofrido arranhões ultimamente, mas ainda há pessoas que acreditam nele como uma força do bem.
Neste mês será disputada pela primeira vez a Copa do Mundo Viva, um torneio para as nações e populações excluídas pela Fifa, o órgão que controla o futebol mundial.
Os participantes do torneio incluem o principado de Mônaco, que disputa uma longa batalha com a Fifa para ganhar reconhecimento oficial, a Lapônia, região do norte da Escandinávia ocupada pela população indígena Sami, o antigo protetorado britânico de Camarões do Sul, hoje parte do território de Camarões, e a Occitânia, nação de 13 milhões de pessoas distribuídas entre partes do sul da França, dos alpes italianos, da Catalunha espanhola e de Mônaco.
O torneio, que terá sua cerimônia de abertura no dia 19 de novembro, foi organizado pela NF-Board, uma organização futebolística fundada em 2003 para representar as nações não filiadas à Fifa.
Os quatro participantes da competição financiaram sua própria participação. Outros interessados, incluindo uma equipe de aborígenes australianos, tiveram que desistir por causa da falta de patrocínio.
'Problema de sempre'
“O dinheiro é o problema de sempre”, disse à BBC o vice-presidente da Viva, Georges Wuethrich.
Wuethrich acredita que é um círculo vicioso: a inclusão no quadro da Fifa resolveria os problemas financeiros dessas nações, mas o órgão que controla o futebol mundial não tem condições de reconhecer mais nações pequenas.
“Esse é um problema para a Fifa”, disse. “Ela já reconhece 207 nações, o que levou a reclamações de alguns dos países maiores, então recentemente o critério para inclusão ficou muito mais estrito.”
“Essa é a razão pela qual as Ilhas Faroe são membro da Fifa, mas a Groenlândia, que está ao lado e tem uma população semelhante, não”, diz.
Wuethrich dá ainda outros exemplos. “O Kiribati é uma república independente no Oceano Pacífico, reconhecido pelas Nações Unidas, o Comitê Olímpico e diversos outros órgãos internacionais, mas não pela Fifa.”
“Minha opinião é que tudo está relacionado ao dinheiro. Acredito que a Fifa está interessada em países que trazem dinheiro ao invés de custar dinheiro a ela”, afirma.
'Direito de jogar'
Apesar das queixas dos países maiores sobre os benefícios questionáveis de jogar contra nações menores como as Ilhas Faroe, a NF-Board acredita que simplesmente no “direito de jogar futebol competitivo”.
“Temos respeito pela Fifa e estamos em contato com eles”, disse à BBC o co-fundador da NF-Board, Jean-Luc Kit. “Nossos objetivos são os mesmos: levar as pessoas a jogar futebol.”
A NF-Board adota a mesma atitude apaziguadora em relação a um torneio rival, que será realizado paralelamente à Copa do Mundo Viva, na República Turca do Chipre do Norte.
Além da nação anfitriã, a Copa ELF também incluirá Afeganistão, Tibete e Zanzibar.
“A NF-Board apóia todas as possíveis oportunidades de jogar futebol”, disse Wuethrich.
“A Copa do Mundo Viva seria realizada no Chipre do Norte, mas houve uma mudança no governo local e o novo regime queria usar o torneio para promover o país politicamente”, diz.
“Porém, nós acreditamos que o que o esporte pode ir além da política – por exemplo para a proteção dos direitos humanos.”
A Copa do Mundo Viva começa com a disputa entre os favoritos Mônaco e Camarões do Sul no dia 20 de novembro no estádio Perruc, na Occitânia francesa, localizada na região dos Pirineus.
Excluídos pela Fifa disputam Copa alternativa na França
CAROLINE CHEESEda BBC Brasil
Com jogos truncados, brigas, salários em alta e público em queda, a imagem do futebol tem sofrido arranhões ultimamente, mas ainda há pessoas que acreditam nele como uma força do bem.
Neste mês será disputada pela primeira vez a Copa do Mundo Viva, um torneio para as nações e populações excluídas pela Fifa, o órgão que controla o futebol mundial.
Os participantes do torneio incluem o principado de Mônaco, que disputa uma longa batalha com a Fifa para ganhar reconhecimento oficial, a Lapônia, região do norte da Escandinávia ocupada pela população indígena Sami, o antigo protetorado britânico de Camarões do Sul, hoje parte do território de Camarões, e a Occitânia, nação de 13 milhões de pessoas distribuídas entre partes do sul da França, dos alpes italianos, da Catalunha espanhola e de Mônaco.
O torneio, que terá sua cerimônia de abertura no dia 19 de novembro, foi organizado pela NF-Board, uma organização futebolística fundada em 2003 para representar as nações não filiadas à Fifa.
Os quatro participantes da competição financiaram sua própria participação. Outros interessados, incluindo uma equipe de aborígenes australianos, tiveram que desistir por causa da falta de patrocínio.
'Problema de sempre'
“O dinheiro é o problema de sempre”, disse à BBC o vice-presidente da Viva, Georges Wuethrich.
Wuethrich acredita que é um círculo vicioso: a inclusão no quadro da Fifa resolveria os problemas financeiros dessas nações, mas o órgão que controla o futebol mundial não tem condições de reconhecer mais nações pequenas.
“Esse é um problema para a Fifa”, disse. “Ela já reconhece 207 nações, o que levou a reclamações de alguns dos países maiores, então recentemente o critério para inclusão ficou muito mais estrito.”
“Essa é a razão pela qual as Ilhas Faroe são membro da Fifa, mas a Groenlândia, que está ao lado e tem uma população semelhante, não”, diz.
Wuethrich dá ainda outros exemplos. “O Kiribati é uma república independente no Oceano Pacífico, reconhecido pelas Nações Unidas, o Comitê Olímpico e diversos outros órgãos internacionais, mas não pela Fifa.”
“Minha opinião é que tudo está relacionado ao dinheiro. Acredito que a Fifa está interessada em países que trazem dinheiro ao invés de custar dinheiro a ela”, afirma.
'Direito de jogar'
Apesar das queixas dos países maiores sobre os benefícios questionáveis de jogar contra nações menores como as Ilhas Faroe, a NF-Board acredita que simplesmente no “direito de jogar futebol competitivo”.
“Temos respeito pela Fifa e estamos em contato com eles”, disse à BBC o co-fundador da NF-Board, Jean-Luc Kit. “Nossos objetivos são os mesmos: levar as pessoas a jogar futebol.”
A NF-Board adota a mesma atitude apaziguadora em relação a um torneio rival, que será realizado paralelamente à Copa do Mundo Viva, na República Turca do Chipre do Norte.
Além da nação anfitriã, a Copa ELF também incluirá Afeganistão, Tibete e Zanzibar.
“A NF-Board apóia todas as possíveis oportunidades de jogar futebol”, disse Wuethrich.
“A Copa do Mundo Viva seria realizada no Chipre do Norte, mas houve uma mudança no governo local e o novo regime queria usar o torneio para promover o país politicamente”, diz.
“Porém, nós acreditamos que o que o esporte pode ir além da política – por exemplo para a proteção dos direitos humanos.”
A Copa do Mundo Viva começa com a disputa entre os favoritos Mônaco e Camarões do Sul no dia 20 de novembro no estádio Perruc, na Occitânia francesa, localizada na região dos Pirineus.
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