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20/11/2006 - 10h02

Envenenamento seria "grave abuso" da Rússia no Reino Unido

da BBC Brasil

O suposto envenenamento de um ex-agente da KGB (antigo serviço secreto russo), exilado no Reino Unido, é destaque de um editorial do jornal britânico "The Times" intitulado "Envenenando Relações".

Se o envenenamento de Alexander Litvinenko, crítico ferrenho do presidente russo Vladimir Putin, for provado, "isso será um dos abusos mais sérios cometidos pela Rússia no Reino Unido em muitos anos", diz o editorial.

Litvinenko ficou doente depois de se encontrar com um contato em um restaurante de comida japonesa no dia 1º de novembro. Ele recebeu tratamento hospitalar por um suposto envenenamento por tálio --um metal altamente tóxico-- e continua em estado grave.

Diplomatas ouvidos pelo jornal afirmaram que se a investigação da Scotland Yard apontar o dedo para o Kremlin, "ao Reino Unido estaria enfrentando a pior crise com a Rússia desde que Putin chegou ao poder".

"O Reino Unido deverá, no mínimo, expressar seu descontentamento. Isso poderia ser feito nas áreas da segurança e da inteligência, relacionadas com o caso, onde Moscou precisa de ajuda para prevenir a lavagem de dinheiro e o crime organizado que possa ter conexões com a diáspora russa em Londres."

"Essa história extraordinária parece um regresso a uma época antiga, um conto improvável que poderia ter vindo de um suspense da Guerra Fria. Mas é um lembrete de que nem todos os elementos desagradáveis daquela guerra acabaram."

Segundo o jornal, "pouca coisa mudou para o FSB, sucessor da KGB". "O FSB ainda considera muitos dos países do Ocidente como hostis e acredita que a inteligência ocidental esteja trabalhando contra os interesses russos (...)."

Cautela

Já o diário britânico "The Independent" traz editorial pedindo cautela em relação às alegações de envenenamento.

O artigo, assinado pela redatora-chefe de opinião do jornal, Mary Dejevsky, diz que "um agente secreto é precisamente isso, secreto, um homem (ou mulher) atrás de uma máscara, uma entidade desconhecida com lealdade desconhecida".

Além disso, "as circunstâncias [do envenenamento] são perfeitas demais". "O cenário satisfaz quase todos os que defendem essa versão publicamente, muitos deles inimigos públicos do presidente russo. Mas a perfeição não torna uma história verdadeira."

Segundo a versão de amigos de Litvinenko, antes de passar mal ele teria se encontrado com um contato para receber informações sobre o assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya.

Mas segundo o artigo, "há uma série de suposições que demandam muito mais cuidado do que vem sendo aplicado até agora".

"Tanto Litvinenko quando Politkovskaya tinham outros inimigos poderosos além do presidente russo."

"E os esforços atuais do Kremlin para melhorar sua imagem atestam contra o envolvimento de Putin. O assassinato de uma jornalista que já estava em escanteio é possivelmente a última coisa de que Putin precisava", diz o artigo do "The Independent".

Sem o Brasil

Na China, o jornal "South China Morning Post" defende que os países do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês) deveriam se concentrar em um acordo de livre-comércio regional caso a Rodada Doha fracasse na negociação de um tratado global.

Os países da Apec, incluindo Estados Unidos, China e Austrália, representam cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo.

"Com a exclusão da Europa, as conversas da Apec não afundariam nos atritos transatlânticos relacionados aos subsídios agrícolas. E sem a África, Brasil ou Índia, haveria menos dificuldades para conceder acesso livre a serviços e produtos agrícolas."

O jornal diz que, apesar de as negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) ainda não terem fracassado, "os participantes principais estão relutantes em fazer as concessões necessárias para garantir um acordo. Ceder, eles temem, iria causar a fúria de grupos políticos domésticos poderosos que se beneficiam do status quo".

Segundo o "South China Morning Post", um tratado de livre-comércio cobrindo apenas a região da Ásia-Pacífico é menos interessante do que um acordo mundial.

"Mesmo assim, a magnitude dos ganhos políticos previsíveis no fechamento de um acordo regional deve persuadir a China a fazer concessões para seus parceiros em algumas áreas sensíveis, assim como fez em negociações de acordos bilaterais".

"Um acordo na OMC ainda seria a melhor opção. (...) Mas se um pacto global não estiver na mesa, faz sentido para os países da Ásia-Pacífico chegarem a seu próprio acordo regional de livre-comércio."
 

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