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24/11/2006 - 13h10

EUA precisam entender o Irã, diz ex-secretário de Estado

da BBC Brasil

Os Estados Unidos precisam "entender a mentalidade dos governantes em Teerã" para adotar uma estratégia diplomática "mais criativa" em relação ao Irã, tanto na questão nuclear como para o Iraque, de acordo com um artigo assinado pelo ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger no jornal americano "International Herald Tribune".

Um dos maiores nomes da política externa americana nos anos 60 e 70, Kissinger acredita que, atualmente, o Irã "não tem incentivos para ajudar os Estados Unidos a escapar desse constrangimento", em uma referência à situação no Oriente Médio.

"Se, no final do atual processo, nos depararmos com a realidade de um Irã com capacidade nuclear e preenchendo um vácuo político (na região), o impacto no Oriente Médio será catastrófico."

Ele diz acreditar que a posição ideológica do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, parece ser "não me venha falar da sua ordem mundial, cujas leis não ajudamos a fazer e a qual desdenhamos. A partir de agora, a Guerra Santa definirá as regras, ou pelo menos vai contribuir para a sua formação".

"Existem apenas dois incentivos para que o Irã volte a negociar: o surgimento de uma estrutura regional que torne pouco atraentes as políticas imperialistas ou o temor de que, se a situação chegar a um limite, a América pode atacar."

"O Irã pode entender, mais cedo ou mais tarde, que é um país pobre sem condições de desafiar toda a ordem mundial", diz ele.

"Mas para que isso aconteça, é necessária uma estratégia precisa e concreta por parte dos Estados Unidos e de seus aliados."

Kissinger defende que a política americana deve ajudar o Irã a se posicionar "em um papel respeitável, porém não dominante".

"O Irã precisa ser encorajado a agir como uma nação e não uma causa", diz o ex-secretário de Estado americano.

Espião russo

A maioria dos jornais britânicos destacou em suas primeiras páginas a morte do ex-espião russo Alexander Litvinenko, ocorrida em um hospital londrino na noite de quinta-feira.

O "The Times" traz uma entrevista com o russo, que é crítico do governo russo e que afirma ter sido envenenado, concedida horas antes dele perder a consciência, na quarta-feira.

"Os bastardos me pegaram, mas não vão pegar todos nós", disse ele, se referindo ao governo russo, acusado por ele de ser o responsável pelo seu envenenamento.

"Quero sobreviver só para mostrar para eles", disse ele ao jornal.

Já na Rússia, onde a maior parte da mídia sofre forte pressão do governo, as acusações do ex-espião foram rejeitadas por comentaristas de vários jornais.

A maior parte diz acreditar que o governo russo não ganharia nada ao assassinar Litvinenko.

Suspeita

Um artigo no jornal "Moskovskiy Komsomolets" diz que envenenar um agente obscuro tantos anos depois de ele ter feito duras críticas contra o governo russo seria estranho.

Litvinenko acusou o governo de ter sido responsável pela explosões em um bloco de apartamentos em Moscou em 1999. O governo culpou rebeldes chechenos pelo atentado e deu início à campanha militar na província, campanha que ajudou a eleger Putin em 2000.

Na mesma linha do "Moskovskiy Komsomolets", o articulista Semen Shapkin, do jornal "Komsomolskaya Pravda" diz que Litvinenko não representava nenhuma ameaça para o governo russo e que o incidente ajudou a denegrir ainda mais a imagem ruim que o país tem no Ocidente.
 

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