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30/11/2006 - 10h57

Juiz ordena prisão domiciliar de ex-presidente do México

da BBC Brasil

Um tribunal federal mexicano ordenou a prisão domiciliar do ex-presidente Luis Echeverría, acusado de genocídio e privação ilegítima de liberdade por ordenar uma operação repressiva contra estudantes que protestavam na praça Tlatelolco, na Cidade do México, em 1968.

Em junho deste ano, um juiz havia emitido uma ordem de prisão contra o ex-presidente, que ocupava o cargo de ministro do Interior quando o incidente ocorreu.

Devido à sua idade, 84 anos, Echeverría cumpriu a prisão domiciliar por apenas alguns dias. Outro juiz federal cancelou as acusações e ele foi colocado em liberdade.

A nova ordem de prisão - pelos mesmos crimes - foi dada a menos de 48 horas da cerimônia de posse de Felipe Calderón como o novo presidente mexicano.

Direitos Humanos

Críticos da medida afirmaram que a ordem de prisão é uma tentativa de desviar a atenção da posse de Calderón, que se realiza sob intensa polêmica.

Calderón é do partido oficial, o Partido da Ação Nacional (PAN) que chegou ao poder prometendo investigar crimes cometidos durante o regime anterior, controlado durante 70 anos pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI).

Echeverría, um priista, foi presidente do México entre 1970 e 1976, quando o governo reprimiu diversas manifestações estudantis que pediam mais abertura política e liberdade de expressão.

Até hoje, não se sabe exatamente quantos morreram no dia 2 de outubro de 1968, na Praça Tlatelolco, um símbolo da diversidade cultural e racial mexicana.

Defesa

O ex-presidente deverá comparecer perante a um juiz nas próximas 24 horas, para que seja tomada sua declaração preparatória e seja elaborado um estudo criminológico.

Em declarações à BBC, o advogado de Echeverría, Juan Velázquez, indicou que seu cliente permanecerá em prisão domiciliar e que durante o julgamento serão apresentadas provas de sua inocência.

"Creio que a resolução, mesmo que adversa, pode ser vantajosa, pois agora poderemos entrar na análise da inexistência de um genocídio, que de outra forma, devido ao tempo transcorrido, não seria possível", afirmou.

Ele afirmou "categoricamente" que Luis Echeverría não terá de ir para a prisão.

Velázquez afirmou que "na pior das hipóteses, que é a condenação", o ex-presidente cumprirá a pena em casa, "pois a lei garante este direito às pessoas com mais de 70 anos".
 

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