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04/12/2006 - 11h24

Legado de Fidel prevalece sobre o de Pinochet, diz "Guardian"

da BBC Brasil

Um editorial do jornal britânico "The Guardian" comenta nesta segunda-feira a consolidação dos partidos de centro-esquerda no poder na América Latina, após a realização de eleições em diversos países da região, dizendo que ela demonstra que o legado do líder cubano Fidel Castro prevaleceu sobre o do ex-ditador chileno Augusto Pinochet.

Citando os atuais problemas de saúde dos dois, o jornal observa que “eles representam os anos de intensa confrontação na América Latina, aprofundada e escurecida pelas decisões e políticas dos Estados Unidos, prontos a adotar quase qualquer medida para evitar uma vitória continental das forças de esquerda”.

“Não há dúvidas, de maneira geral, sobre que legado prevaleceu”, diz o editorial. “As ditaduras de direita e os regimes militares desapareceram há muito tempo do cenário da América Latina. Os governos à esquerda, muitos deles cultivando explicitamente seus laços com Cuba, hoje são mais numerosos que os governos de direita.”

Para o jornal, “é difícil ver qualquer alternativa na América Latina aos governos de esquerda”. “Apesar de ser razoável alguma ansiedade sobre a democracia, é difícil não ver esperança nas contínuas vitórias de movimentos que trouxeram para o cenário político um grande número de pessoas até então excluídas e marginalizadas”.

Proteção da Amazônia

O também britânico "The Independent" comemora, em uma reportagem de duas páginas e um editorial, o anúncio de que o governo do Pará pretende criar uma área de proteção ambiental na Amazônia “10 mil milhas quadradas (cerca de 2,6 mil quilômetros quadrados) maior do que a Inglaterra”.

O editorial comenta que “precisamos ser realistas sobre as chances de sucesso”. “O governo brasileiro fez promessas ambiciosas de proteção à floresta tropical no passado, porém o desmatamento continua rápido”.

Mas o texto observa que o projeto paraense “abre a perspectiva de uma forma nova de avanço”. “Enquanto o plano cria uma vasta área destinada exclusivamente para proteção, ele também designa um número de zonas para desenvolvimento sustentável para o benefício de comunidades locais”.

“Qualquer corte de árvores ou desmatamento terá que ser compensado com o plantio de novas árvores. O projeto reconhece assim que os brasileiros têm o direito de usar seus recursos naturais, mas exige que isso seja feito de maneira sustentável.”

Para o jornal, o problema da estratégia do governo Lula para proteger a floresta nos últimos anos foi o fato de que “os madeireiros simplesmente desrespeitam a lei, viajando mais para dentro da floresta para fazer seu trabalho”.

O "Independent" considera que o projeto do Pará tem mais chances de dar resultado por ser uma iniciativa local, que pode ser mais bem fiscalizada.

“O projeto reflete um reconhecimento bem-vindo de que, enquanto o desmatamento pode trazer retornos econômicos para o Brasil no curto prazo, no longo prazo ele será um desastre”, afirma o editorial.

CSN em negociações

Uma reportagem do "Financial Times" nesta segunda-feira relata que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que tenta comprar a empresa anglo-holandesa Corus, manteve conversas secretas com a alemã Thyssen-Krupp para uma eventual fusão entre as duas companhias, mas as negociações não foram adiante por sérias diferenças entre as duas.

A reportagem afirma ainda que a companhia brasileira também negociou uma possível fusão com a Arcelor, de Luxemburgo, mas essas conversações também não resultaram num acordo.

Para o jornal, as duas negociações mostram “as ambições internacionais” do presidente e principal controlador da CSN, Benjamin Steinbruch. Segundo o "FT", Steinbruch “vem tentando desde o fim dos anos 1990 estabelecer uma presença global, mas até agora seus esforços não deram em praticamente nada”.

A reportagem observa que as ambições de Stainbruch, desde que adquiriu a CSN quando ela foi privatizada, em 1993, têm sido expandir a companhia para transformá-la em uma multinacional do aço.

Mas analistas consultados pelo jornal afirmam que as negociações frustradas são um resultado da personalidade “combativa” do empresário brasileiro, que exigiria o controle pessoal sobre qualquer companhia que pretenda adquirir.
 

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