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06/12/2006
-
16h06
As recomendações do Grupo de Estudos sobre o Iraque sobre a política externa americana, divulgadas oficialmente nesta quarta-feira, não precisarão necessariamente ser seguidas pelo presidente George W. Bush, já que o painel não tem mandato estatutário.
Em uma série de perguntas e respostas, a BBC avalia a influência da opinião do grupo, e possibilidade de seu parecer mudar os rumos da ocupação do Iraque.
O que é o Grupo de Estudos sobre o Iraque?
A comissão de dez membros é co-presidida pelo ex-secretário americano de Estado James Baker, do Partido Republicano, e pelo ex-deputado Lee Hamilton, do Partido Democrata.
O grupo, que já foi descrito como "nove homens sábios e uma mulher", foi criado em 15 de março de 2006, por proposição do deputado republicano Frank Wolf, da Virginia.
Seus membros são ex-formuladores de política externa e autoridades em assuntos internacionais.
Qual o poder da comissão?
Não existe um mandato formal ou estatutário para a comissão. No dia do lançamento do grupo, Baker afirmou que a sua proposta era "realizar uma avaliação bipartidária e com vistas ao futuro da situação atual e futura da realidade iraquiana, seu impacto na região e suas conseqüências para os interesses dos Estados Unidos".
Como a Casa Branca reagiu à criação do grupo?
Embora não esteja diretamente envolvida nas discussões, a Casa Branca recebeu positivamente o debate do grupo. O ex-secretário James Baker prometeu uma avaliação honesta da situação enfrentada pelas forças dos Estados Unidos em território iraquiano, mas disse que não avaliaria os motivos que levaram à invasão do Iraque, e sim se concentrar no futuro do país.
Baker é um aliado de longa data de Bush: além de ter sido secretário de Estado do pai do atual presidente, ele ajudou a assegurar a vitória republicana em 2000.
Lee Hamilton, por sua vez, foi vice-presidente da comissão que investigou os ataques de 11 de setembro de 2001 e apontou falhas por parte da Casa Branca.
Quem o grupo ouviu?
A comissão iniciou seus trabalhos no dia 11 de abril e, desde então, se encontrou ou conversou com mais de 170 pessoas, incluindo líderes iraquianos; o presidente americano, George W. Bush; o primeiro-ministro britânico, Tony Blair; embaixadores, autoridades de alto escalão, analistas e membros da imprensa regional e americana.
Além disso, mais de 400 pessoas enviaram informações aos quatro grupos de trabalho – compostos de 12 especialistas cada grupo – sob coordenação da comissão.
Que peso pode ter o relatório?
Como o painel não tem mandato estatutário, suas conclusões não devem obrigatoriamente ser seguidas pelo presidente George W. Bush.
A comissão tem reforçado seu papel de aconselhamento, e reiterado que cabe a Bush ou ao Congresso a decisão de atuar levando em conta as avaliações.
Deve haver reação partidária ao documento. Os democratas devem abraçar a sugestão do relatório de cortar o número de soldados no Iraque nos próximos anos.
Mas o presidente Bush deve reiterar que o relatório da comissão é apenas uma das diversas fontes de consulta de seu governo para a elaboração da política externa.
Bush acaba de entrar em seus dois últimos anos de governo, e sabe que a questão iraquiana definirá seu legado como nenhuma outra. Diversas vezes o presidente reiterou que não aceitará um "fracasso" no Iraque.
Assim, ele pode rejeitar as recomendações, se achar que elas são um reconhecimento de "fracasso".
O painel é o único a avaliar a questão iraquiana?
Não. No Pentágono, por exemplo, um grupo de coronéis foi encarregado de elaborar uma avaliação da situação no Iraque.
Esforços semelhantes ocorrem na Casa Branca e no Conselho de Segurança Nacional.
O próprio Congresso planeja realizar audiências para elaborar recomendações.
Tanto nos Estados Unidos quando na Grã-Bretanha – os principais defensores da guerra – muitas avaliações têm sido feitas, poucas delas tendo se transformado em política externa.
Entenda o peso das sugestões do Grupo de Estudos sobre o Iraque
da BBC BrasilAs recomendações do Grupo de Estudos sobre o Iraque sobre a política externa americana, divulgadas oficialmente nesta quarta-feira, não precisarão necessariamente ser seguidas pelo presidente George W. Bush, já que o painel não tem mandato estatutário.
Em uma série de perguntas e respostas, a BBC avalia a influência da opinião do grupo, e possibilidade de seu parecer mudar os rumos da ocupação do Iraque.
O que é o Grupo de Estudos sobre o Iraque?
A comissão de dez membros é co-presidida pelo ex-secretário americano de Estado James Baker, do Partido Republicano, e pelo ex-deputado Lee Hamilton, do Partido Democrata.
O grupo, que já foi descrito como "nove homens sábios e uma mulher", foi criado em 15 de março de 2006, por proposição do deputado republicano Frank Wolf, da Virginia.
Seus membros são ex-formuladores de política externa e autoridades em assuntos internacionais.
Qual o poder da comissão?
Não existe um mandato formal ou estatutário para a comissão. No dia do lançamento do grupo, Baker afirmou que a sua proposta era "realizar uma avaliação bipartidária e com vistas ao futuro da situação atual e futura da realidade iraquiana, seu impacto na região e suas conseqüências para os interesses dos Estados Unidos".
Como a Casa Branca reagiu à criação do grupo?
Embora não esteja diretamente envolvida nas discussões, a Casa Branca recebeu positivamente o debate do grupo. O ex-secretário James Baker prometeu uma avaliação honesta da situação enfrentada pelas forças dos Estados Unidos em território iraquiano, mas disse que não avaliaria os motivos que levaram à invasão do Iraque, e sim se concentrar no futuro do país.
Baker é um aliado de longa data de Bush: além de ter sido secretário de Estado do pai do atual presidente, ele ajudou a assegurar a vitória republicana em 2000.
Lee Hamilton, por sua vez, foi vice-presidente da comissão que investigou os ataques de 11 de setembro de 2001 e apontou falhas por parte da Casa Branca.
Quem o grupo ouviu?
A comissão iniciou seus trabalhos no dia 11 de abril e, desde então, se encontrou ou conversou com mais de 170 pessoas, incluindo líderes iraquianos; o presidente americano, George W. Bush; o primeiro-ministro britânico, Tony Blair; embaixadores, autoridades de alto escalão, analistas e membros da imprensa regional e americana.
Além disso, mais de 400 pessoas enviaram informações aos quatro grupos de trabalho – compostos de 12 especialistas cada grupo – sob coordenação da comissão.
Que peso pode ter o relatório?
Como o painel não tem mandato estatutário, suas conclusões não devem obrigatoriamente ser seguidas pelo presidente George W. Bush.
A comissão tem reforçado seu papel de aconselhamento, e reiterado que cabe a Bush ou ao Congresso a decisão de atuar levando em conta as avaliações.
Deve haver reação partidária ao documento. Os democratas devem abraçar a sugestão do relatório de cortar o número de soldados no Iraque nos próximos anos.
Mas o presidente Bush deve reiterar que o relatório da comissão é apenas uma das diversas fontes de consulta de seu governo para a elaboração da política externa.
Bush acaba de entrar em seus dois últimos anos de governo, e sabe que a questão iraquiana definirá seu legado como nenhuma outra. Diversas vezes o presidente reiterou que não aceitará um "fracasso" no Iraque.
Assim, ele pode rejeitar as recomendações, se achar que elas são um reconhecimento de "fracasso".
O painel é o único a avaliar a questão iraquiana?
Não. No Pentágono, por exemplo, um grupo de coronéis foi encarregado de elaborar uma avaliação da situação no Iraque.
Esforços semelhantes ocorrem na Casa Branca e no Conselho de Segurança Nacional.
O próprio Congresso planeja realizar audiências para elaborar recomendações.
Tanto nos Estados Unidos quando na Grã-Bretanha – os principais defensores da guerra – muitas avaliações têm sido feitas, poucas delas tendo se transformado em política externa.
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