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07/12/2006 - 21h31

ONG critica Brasil por votação na ONU sobre Darfur

DANIEL GALLAS
da BBC Brasil, em São Paulo

A Human Rights Watch (HRW), organização internacional de direitos humanos, criticou o Brasil por se abster em uma votação no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre a matança na região de Darfur, no Sudão.

O órgão da ONU rejeitou na semana passada, por 22 votos a 20, itens de uma resolução exigindo que o governo do Sudão investigue pessoas denunciadas por abusos e mortes em Darfur. O Brasil e outros três países se abstiveram.

“A recusa do Brasil em apoiar uma forte resposta da ONU às atrocidades em Darfur foi um ato de insensibilidade e indiferença”, disse o diretor-executivo da divisão das Américas da HRW, José Miguel Vivanco, em nota divulgada nesta quinta-feira.

“Lula tem um longo empenho pessoal com os pobres e oprimidos, no qual deveria incluir os pobres e oprimidos de Darfur.”

“Consenso eficaz”

Em entrevista à BBC Brasil, a assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou “que de forma alguma esteve indiferente à questão de Darfur” e que o país “está engajado nas negociações em curso para formar um consenso eficaz em torno da questão”.

A resolução que acabou sendo aprovada pelo Conselho manifesta precupação da ONU com a questão, mas elogia a cooperação do governo do Sudão com o enviado especial das Nações Unidas responsável por tratar da questão dos direitos humanos. O Brasil esteve entre os 25 países que votaram a favor da resolução. Onze votaram contra e dez se abstiveram.

Na próxima semana, o Conselho de Direitos Humanos da ONU, sediado na Suíça, volta a se reunir para discutir a questão de Darfur.

“O Brasil terá uma oportunidade de se redimir na próxima semana”, disse o diretor da HRW. “O voto do Brasil foi completamente incompatível com a sua asserção de ser um líder no hemisfério, constituindo na realidade um obstáculo para o povo, que precisa ser remediado o mais imediatamente possível.”

O conflito étnico em Darfur entre a milícia armada Janjaweed e moradores da região já deixou 200 mil mortos e mais de 2 milhões de refugiados.
 

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