Publicidade
Publicidade
08/12/2006
-
22h51
da BBC Brasil, em Cochabamba
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro nesta sexta-feira na Bolívia que não interferirá nos assuntos internos do país. Lula participa neste fim de semana da 2ª cúpula de chefes de Estado da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa), em Cochabamba.
“Me permita não dar nenhum palpite sobre os problemas internos do país”, disse Lula na chegada, respondendo a um jornalista boliviano que perguntou se ele atenderia aos apelos da oposição do país para intervir na crise interna.
“Eu tive muitos problemas internos. Todo mundo tem problemas internos”, disse Lula, citando também os presidentes Evo Morales, Néstor Kirchner, da Argentina, e Hugo Chávez, da Venezuela. “Os problemas internos são resolvidos internamente.”
"Todo mundo sabe o que eu penso da vitória de Evo Morales. Todo mundo sabe do significado que a vitória de Evo Morales tem para o mundo e para os amantes da democracia."
Nesta sexta-feira, líderes de oposição a Morales publicaram carta aberta aos chefes de Estado da cúpula da Casa pedindo que “tomem nota” do que chamam de processo de “distorção da democracia” supostamente empreendido pelo governo.
Morales tem enfrentado protestos em diversos Departamentos (Estados) bolivianos devido a mudanças no critério para reforma da Constituição.
Reuniões bilaterais
Lula foi recebido em Cochabamba por uma comitiva de ministros do presidente boliviano. Antes da cerimônia de abertura da cúpula da Casa, na noite desta sexta-feira, Lula teve um encontro fechado com Morales.
Antes do encontro, ao ser questionado sobre quais seriam os temas da sua conversa com Morales, Lula concordou com o jornalista que “assuntos não faltam” na agenda bilateral.
Além das negociações do preço do gás, que o governo brasileiro insiste em manter no âmbito técnico da Petrobras, Brasil e Bolívia também têm interesse em discutir o impacto que a reforma agrária boliviana terá nas propriedades de produtores de soja brasileiros na Bolívia.
É polêmica também a presença de brasileiros que trabalham no garimpo e em atividades extrativistas do lado boliviano da fronteira entre os dois países.
O presidente fez as declarações durante uma breve conversa com jornalistas brasileiros e bolivianos no aeroporto de Jorge Wilsterman, onde foi recebido por um grupo de índios quechua e por uma comissão do governo.
Ele disse acreditar que a cúpula, que começa nesta sexta-feira sem quatro dos 12 presidentes sul-americanos, será “muito importante”.
“E muito mais importante é a cúpula ser na Bolívia, para que a gente mostre ao mundo que o nosso continente está unido, está com muita disposição de fazer com que a integração seja a razão pela qual nós vamos não apenas conquistar a independência política, que nós já conquistamos, como a independência do desenvolvimento e do crescimento econômico”, afirmou o presidente.
Segundo Lula, somente a integração da América do Sul e da América Latina permitirá um “desenvolvimento homogêneo entre os mais diferentes países desse continente”.
“É preciso que os países da América do Sul compreendam a necessidade da ajuda mútua entre os países. Não acredito que haja possibilidade de um pais sozinho encontrar as soluções para o crescimento e o desenvolvimento”.
No sábado, antes de voltar para Brasília, Lula também manterá um encontro bilateral com a presidente do Chile, Michelle Bachelet.
Lula diz que não 'dá palpite' nos problemas internos da Bolívia
CAROLINA GLYCERIOda BBC Brasil, em Cochabamba
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro nesta sexta-feira na Bolívia que não interferirá nos assuntos internos do país. Lula participa neste fim de semana da 2ª cúpula de chefes de Estado da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa), em Cochabamba.
“Me permita não dar nenhum palpite sobre os problemas internos do país”, disse Lula na chegada, respondendo a um jornalista boliviano que perguntou se ele atenderia aos apelos da oposição do país para intervir na crise interna.
“Eu tive muitos problemas internos. Todo mundo tem problemas internos”, disse Lula, citando também os presidentes Evo Morales, Néstor Kirchner, da Argentina, e Hugo Chávez, da Venezuela. “Os problemas internos são resolvidos internamente.”
"Todo mundo sabe o que eu penso da vitória de Evo Morales. Todo mundo sabe do significado que a vitória de Evo Morales tem para o mundo e para os amantes da democracia."
Nesta sexta-feira, líderes de oposição a Morales publicaram carta aberta aos chefes de Estado da cúpula da Casa pedindo que “tomem nota” do que chamam de processo de “distorção da democracia” supostamente empreendido pelo governo.
Morales tem enfrentado protestos em diversos Departamentos (Estados) bolivianos devido a mudanças no critério para reforma da Constituição.
Reuniões bilaterais
Lula foi recebido em Cochabamba por uma comitiva de ministros do presidente boliviano. Antes da cerimônia de abertura da cúpula da Casa, na noite desta sexta-feira, Lula teve um encontro fechado com Morales.
Antes do encontro, ao ser questionado sobre quais seriam os temas da sua conversa com Morales, Lula concordou com o jornalista que “assuntos não faltam” na agenda bilateral.
Além das negociações do preço do gás, que o governo brasileiro insiste em manter no âmbito técnico da Petrobras, Brasil e Bolívia também têm interesse em discutir o impacto que a reforma agrária boliviana terá nas propriedades de produtores de soja brasileiros na Bolívia.
É polêmica também a presença de brasileiros que trabalham no garimpo e em atividades extrativistas do lado boliviano da fronteira entre os dois países.
O presidente fez as declarações durante uma breve conversa com jornalistas brasileiros e bolivianos no aeroporto de Jorge Wilsterman, onde foi recebido por um grupo de índios quechua e por uma comissão do governo.
Ele disse acreditar que a cúpula, que começa nesta sexta-feira sem quatro dos 12 presidentes sul-americanos, será “muito importante”.
“E muito mais importante é a cúpula ser na Bolívia, para que a gente mostre ao mundo que o nosso continente está unido, está com muita disposição de fazer com que a integração seja a razão pela qual nós vamos não apenas conquistar a independência política, que nós já conquistamos, como a independência do desenvolvimento e do crescimento econômico”, afirmou o presidente.
Segundo Lula, somente a integração da América do Sul e da América Latina permitirá um “desenvolvimento homogêneo entre os mais diferentes países desse continente”.
“É preciso que os países da América do Sul compreendam a necessidade da ajuda mútua entre os países. Não acredito que haja possibilidade de um pais sozinho encontrar as soluções para o crescimento e o desenvolvimento”.
No sábado, antes de voltar para Brasília, Lula também manterá um encontro bilateral com a presidente do Chile, Michelle Bachelet.
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice