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10/01/2007 - 16h20

Entenda as mudanças que Chávez prometeu para a Venezuela

da BBC Brasil

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta segunda-feira, durante discurso de posse do seu novo ministério, que pretende nacionalizar algumas empresas, provocando a reação de diversos setores dentro e fora do país.

Entenda o que está em jogo.

Que medidas Chávez anunciou?

Em seu discurso, o presidente da Venezuela não foi específico sobre as medidas que serão tomadas, mas apresentou uma idéia sobre o que pretende fazer no futuro.

Ele disse que setores estratégicos, como energia e telecomunicações, devem ser nacionalizados, e citou a CANTV, de telefonia, como empresa a ser estatizada.

Ele também afirmou que é contra a autonomia do Banco Central do país, que vai pedir “poderes especiais” ao Congresso e que diversos projetos de extração de petróleo na região de Orinoco devem passar para o controle estatal.

Quais foram as reações na Venezuela?

Críticos de Chávez reagiram indignados ao discurso. Manuel Rosales, que foi derrotado pelo presidente nas eleições de dezembro, acusou Chávez de “governar como um ditador” e “botar em perigo a democracia”.

O presidente da Federação das Câmaras de Comércio da Venezuela, José Luis Betancourt, disse que a nacionalização pode “deteriorar os serviços de telefonia e prejudicar os consumidores”.

Que impacto o discurso de Chávez teve?

A bolsa de valores de Caracas caiu 18% no dia seguinte ao discurso de Chávez. Na quarta-feira, a bolsa suspendeu temporariamente as negociações das empresas CANTV, de telecomunicações, e Electricidad de Caracas, de energia, para impedir que as ações caíssem ainda mais.

No exterior, empresas como as americanas Verizon e AES, que possuem ações de companhias venezuelanas, também tiveram queda em bolsas internacionais.

As ações da bolsa voltaram a subir depois que o presidente da Comissão Permanente de Finanças da Assembléia Nacional Venezuelana, Ricardo Sanguino, disse que o governo pretende compensar empresas privadas no caso de haver nacionalizações.

O que deve acontecer agora?

Durante a campanha eleitoral, Chávez prometeu que nos próximos 14 anos, até 2021, se empenhará em concluir a “revolução bolivariana” para tornar a Venezuela um país socialista.

O discurso do presidente nesta semana foi visto por muitos como um passo nessa direção.

Chávez tem ampla maioria no Legislativo e pouca resistência da oposição. Com isso, é provável que ele consiga os “poderes especiais” que citou em seu discurso.

Espera-se que ele peça a aprovação de uma “Lei Habilitante”, o que permitiria que ele governasse com decretos durante um período determinado pelo Legislativo. Chávez já fez isso em 2001, quando aprovou a Lei das Terras, que tratava de reforma agrária.

Qual foi a reação dos Estados Unidos?

A Casa Branca e o departamento de Estado americano manifestaram preocupação com o anúncio de Chávez. Ambos disseram, através de seus porta-vozes, que a nacionalização “tem uma história de fracasso por todo o mundo”. Autoridades americanas também disseram que empresas afetadas pela nacionalização precisam ser compensadas.

Os Estados Unidos são alvos constantes dos discursos de Chávez.

Como o Brasil reagiu?

O governo brasileiro optou pela cautela e não emitiu nenhum pronunciamento oficial sobre os planos de Chávez.

A empresa brasileira Petrobras, que tem negócios na Venezuela e planeja parcerias com a PDVSA, disse que a nacionalização “não vai afetar em nada os planos futuros de investir na Venezuela e nem as negociações”.

Para o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, o anúncio de Chávez não é surpresa para ninguém.
 

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