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24/01/2007 - 07h40

Influência de Chávez não deve ser superestimada, diz FT

da BBC Brasil

A influência do presidente venezuelano, Hugo Chávez, sobre os demais países latino-americanos não deve ser exagerada, segundo argumenta reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal econômico britânico Financial Times.

Segundo a reportagem, publicada em um caderno especial sobre as tendências mundiais para 2007, “muito do que ele conseguiu só foi possível por causa da força do preço do petróleo, que responde por mais de 85% das receitas de exportação do país e quase metade de suas receitas fiscais”.

O jornal observa que, apesar de Bolívia, Equador e Nicarágua terem manifestado a intenção de seguir políticas semelhantes às venezuelanas, em grande parte movidos por subsídios venezuelanos, os demais países da região adotam posição bem diferente.

“Nas democracias mais sofisticadas e economias mais diversificadas, os governos favoreceram o gerenciamento econômico cauteloso, reformas sociais e institucionais pragmáticas e, em muitos casos, relações comerciais mais abertas com os Estados Unidos”, diz o texto.

A reportagem comenta que candidatos moderados venceram sete das 11 eleições presidenciais realizadas nos últimos 14 meses na região, incluindo cinco das seis maiores economias latino-americanas (Brasil, México, Peru, Colômbia e Chile).

Apesar disso, diz a reportagem, “em toda a região, com a exceção do Chile, os países ainda precisam realizar reformas radicais necessárias para acelerar o desenvolvimento”.

“Então, apesar de o socialismo do século 21 de Chávez ter poucas chances de emplacar nas economias mais poderosas, ele pode se mostrar uma distração”, conclui o texto.

Críticas a Bush

O discurso anual do Estado da União, feito na noite da terça-feira pelo presidente americano, George W. Bush, foi duramente criticado pelos principais jornais americanos em editoriais publicados nesta quarta-feira.

Para o Washington Post, “o presidente Bush ofereceu suas garantias usuais na noite passada sobre o estado saudável da União, mas o estado de sua presidência nunca esteve pior”.

“Ele enfrenta uma maioria democrata em ambas as casas do Congresso e uma opinião pública crescentemente descontente com a guerra no Iraque e desencantada com sua liderança. Quando ele fizer o discurso do Estado da União no ano que vem, as eleições primárias já estarão a caminho e a relevância de Bush estará desbotando”, diz o editorial.

O texto, intitulado “Estado de Problemas”, diz ainda que o discurso foi desapontador por conta de omissões de temas importantes. “Mais uma vez, ele não ofereceu um esforço sustentado e em larga escala para combater a mudança climática, escolhendo em vez disso tratar o progresso na questão como um subproduto de seu esforço para conter o consumo de gasolina”, diz o editorial.

Além disso, o texto diz que “em um momento em que o país poderia se beneficiar de uma discussão séria sobre a importância do livre comércio e a necessidade paralela de reduzir os problemas provocados pela globalização, Bush fez apenas uma referência rápida a comércio”.

Promessa que não convence

Editorial do New York Times, por sua vez, diz que a promessa do presidente de trabalhar em conjunto com a oposição democrata não convence.

“Já escutamos isso antes de Bush. No começo de 2001, ele prometeu unir os americanos e em vez disso embarcou em cortes irresponsáveis de impostos, uma agenda social direitista divisiva e uma política externa conservadora que rasgou tratados internacionais e alienou até mesmo os mais próximos aliados dos Estados Unidos”, diz o texto.

“Logo após o 11 de Setembro, Bush teve uma segunda chance de unir o país – e o mundo -, mas desperdiçou a chance em uma guerra sem sentido e catastrófica no Iraque”, continua o editorial. “Bush prometeu bipartidarismo após sua reeleição em 2004 e outra vez após o furacão Katrina. Mais uma vez, ele não cumpriu a promessa.”

O jornal afirma que “quando os republicanos controlavam o Congresso e a Casa Branca, o único interesse real de Bush era tornar sua maioria permanente; consultas significavam dizer aos democratas o que ele havia decidido”.

Porém, com as eleições para o Congresso vencidas pelos democratas no ano passado, segundo o New York Times, o discurso deixou claro “um fato político importante: que as decisões não competem mais somente a ele”.

“Havia uma grande mudança na noite de ontem: o público. Em vez de sólidas maiorias republicanas seguindo a marcha da Casa Branca, o Congresso é controlado pelos democratas. Será sua tarefa mostrar liderança a uma nação que quer mudanças desesperadamente e espera que seus líderes trabalhem juntos para isso”, diz o editorial.

“O desafio dos democratas será formar alianças reais com republicanos dispostos. Se eles fizerem isso, Bush poderá até ser forçado a, finalmente, negociar.”

Duhalde em Brasília

O diário argentino Clarín classificou em uma reportagem publicada nesta quarta-feira como “gesto político” o encontro em Brasília entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente argentino Eduardo Duhalde, antigo mentor e atual desafeto do atual presidente, Néstor Kirchner.

Segundo o jornal, Duhalde disse ter viajado a Brasília para cumprimentar Lula por sua vitória eleitoral no ano passado e para conversar sobre a Comunidade Sul-Americana de Nações e sobre um livro que acaba de escrever sobre o tema.

O ex-presidente afirmou ainda ter discutido “a necessidade de sermos mais generosos com os sócios menores do Mercosul, como o Uruguai e o Paraguai”.

“A Argentina e o Brasil deveriam seguir o exemplo da União Européia, que concede ajuda às nações ex-comunistas para que possam ter uma integração efetiva”, disse Duhalde ao sair do encontro, segundo o Clarín.

De acordo com o jornal, Duhalde, ex-presidente da Comissão de Representantes Permanentes do Mercosul, disse não ter mais interesse na política interna argentina e estar totalmente dedicado ao “tema sul-americano”.
 

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