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09/02/2007 - 19h49

Valorização do real está dentro da média histórica, diz Meirelles

JAIR RATTNER
da BBC Brasil, em Lisboa

A variação da cotação do real está dentro da média histórica dos últimos oito anos, afirmou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, nesta sexta-feira, em Lisboa.

"A taxa de câmbio efetiva do real frente a uma cesta de 15 moedas está em 100,4% em relação à média histórica desde 1988", disse Meirelles, que participou do Fórum Brasil, promovido pela Fundação Luso-Brasileira.

Segundo o presidente do BC, não é o fato de a inflação ter ficado na parte de baixo da faixa que constitui a meta de inflação que vai fazer com que seja mudada a política relativa aos juros.

“O Banco Central tem baixado as taxas de juro, e a maneira como nós decidimos a taxa de juros não é pela inflação passada, é pela inflação prospectiva. Há uma avaliação da inflação para o futuro e, a partir daí, como todos os bancos centrais, nós tomamos decisões sobre a taxa”, disse.

Crescimento

A respeito da política de crescimento, Meirelles indicou que não há incoerência entre o rumo seguido pelo BC e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo governo.

“A demanda no Brasil está aumentando forte, em conseqüência do crescimento da renda, da massa salarial e do emprego. O Brasil está fazendo um grande trabalho de aumento da oferta, e os dados de elevação da absorção doméstica de capital mostram que ela está aumentando em função da estabilização da economia brasileira", disse.

"A queda do risco tem uma relação importante com o aumento do investimento. Portanto, a estabilização da economia brasileira, com a inflação na meta, com a estabilidade fiscal, com balança de pagamentos favorável, tudo isso faz com que aumente o investimento e a capacidade do país de crescer.”

Na palestra, Meirelles afirmou que a valorização da moeda brasileira é "o preço do sucesso" das políticas do governo além do "ambiente econômico".

“O saldo comercial tem gerado um fluxo positivo. Junto com os investimentos estrangeiros diretos, tem sido responsável pelo fluxo positivo total e o fluxo financeiro tem sido negativo na maior parte dos anos. Isso significa que o fluxo comercial tem sido o responsável pela evolução da taxa de câmbio do Brasil.”

Selic

"Estamos tendo sucesso ao diminuir a taxa de juro, que cai de maneira correta", afirmou Meirelles, para quem, um ano atrás, "nenhum analista financeiro" apostaria que a Selic estaria hoje em 13%.

Ele também citou como dado positivo o fato de a dívida pré-fixada crescer "sistematicamente comparada com dívida indexada à Selic, que começa a cair".

"O governo está substituindo taxas pós-fixadas por pré-fixadas", explicou Meirelles.

O presidente do Banco Central disse ainda que a conta corrente "está melhor do que a estimativa" e que a dívida cambial "foi zerada".

Inflação

Sobre a pressão pelo crescimento da economia brasileira, Meirelles disse que o seu objetivo é segurar a inflação.

“Sinto que, na medida em que a estabilização da economia brasileira fica mais aparente e o risco de crise diminui, a ansiedade de crescermos mais rápido também aumenta. Acho perfeitamente natural a ansiedade por taxas de juros mais baixas. Por outro lado, compete ao Banco Central cumprir a sua missão com a nação. E a missão outorgada pelo Conselho Monetário Nacional e pelo presidente da República, que é manter a inflação sob controle. Evidentemente, o Banco Central toma todas as medidas visando manter a inflação.”

Ele negou que esteja sendo visto como o vilão do filme do pouco crescimento da economia.

“Isso não é unânime. Segundo pesquisas de opinião pública, a grande maioria da população brasileira aprova a queda da inflação e em conseqüência o aumento do poder de compra dos salários e os programas sociais. Portanto, a inflação baixa tem grande apoio da população, tem grande apoio de formadores de opinião e eu sinto que o Banco Central hoje está altamente apoiado, pela maioria da população.”
 

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