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27/02/2007
-
08h26
da BBC Brasil, em Tóquio
Freqüentadores de karaokês no Japão ficaram preocupados depois que médicos alertaram que o excesso da atividade tem levado a um aumento dos casos de pólipos nas cordas vocais.
Batizado de "pólipo de karaokê", o problema é definido como uma inflamação nas cordas vocais causada pelo uso excessivo e incorreto da voz.
A inflamação dá origem a pequenos caroços que precisam ser removidos por cirurgia. Sem a operação, os pólipos não chegam a evoluir para algo mais grave, como câncer, mas o paciente corre o risco de ficar sem voz.
Os médicos advertiram ainda que a garganta sofre por causa cigarro e do ar condicionado das salas de karaokê – que deixam as cordas vocais secas – e do álcool, que agride a membrana e facilita a formação do caroço.
"Abusar do karaokê uma noite já basta para o aparecimento de pólipos", diz o médico otorrino Toshiyuki Kusuyama, do Centro de Voz de Tóquio.
O karaokê é a diversão preferida de 47 milhões de japoneses, um terço da população do país.
Esforço
Em uma conversa trivial, as cordas vocais, que têm forma de V, cerca de 1,5 cm de comprimento por 0,5 cm de largura, vibram de 100 a 250 vezes por segundo.
Mas no karaokê, dependendo do tom da música, as vibrações podem chegar a mil por segundo – próximo do desempenho de um soprano.
O esforço é grande demais para quem não ganha a vida na ópera.
"Depois de cantar três músicas, o melhor é largar o microfone e descansar por alguns minutos", aconselha o otorrino Hiroyuki Fukuda, diretor da Universidade Internacional de Saúde e Bem-estar, em Tóquio, e criador do termo "pólipo de karaokê".
Ele recomenda que os cantores amadores chupem uma bala e evitem conversar com os amigos enquanto esperam a vez de cantar novamente.
O limite, diz o médico, é dez músicas por noite, no máximo três de tom alto.
Pop afinado
As cirurgias para retirada dos pólipos se multiplicam. Apenas no ano passado, foram 170 no Centro de Voz de Osaka, o dobro de 2004.
Fukuda diz que notou uma diferença entre o perfil de seus pacientes no início dos anos 80, quando ele diagnosticou o "pólipo de karaokê", e hoje.
Naquela época, o paciente típico era o funcionário de escritório que soltava a voz no karaokê depois do trabalho para aliviar o estresse. O problema também atinge profissionais que costumam forçar a voz, como professores, advogados e cantores.
Agora, segundo os médicos, um número cada vez maior de jovens estudantes e donas de casa aparecem roucos nos consultórios com pólipos nas cordas vocais causados por excesso de karaokê.
A culpa, desconfiam os médicos, pode ser das músicas de notas altas que fazem sucesso no pop japonês.
Cantores como Ken Hirai, cujos agudos fariam inveja aos Bee Gees, dominam os rankings de popularidade das salas de karaokê. A maioria dos fãs querem cantar igualzinho aos ídolos.
"Jamais tente imitar o tom de voz de seus cantores favoritos", avisa Fukuda. "As cordas vocais deles não são iguais às suas."
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Karaokê eleva casos de tumor nas cordas vocais no Japão
RAQUEL WANda BBC Brasil, em Tóquio
Freqüentadores de karaokês no Japão ficaram preocupados depois que médicos alertaram que o excesso da atividade tem levado a um aumento dos casos de pólipos nas cordas vocais.
Batizado de "pólipo de karaokê", o problema é definido como uma inflamação nas cordas vocais causada pelo uso excessivo e incorreto da voz.
A inflamação dá origem a pequenos caroços que precisam ser removidos por cirurgia. Sem a operação, os pólipos não chegam a evoluir para algo mais grave, como câncer, mas o paciente corre o risco de ficar sem voz.
Os médicos advertiram ainda que a garganta sofre por causa cigarro e do ar condicionado das salas de karaokê – que deixam as cordas vocais secas – e do álcool, que agride a membrana e facilita a formação do caroço.
"Abusar do karaokê uma noite já basta para o aparecimento de pólipos", diz o médico otorrino Toshiyuki Kusuyama, do Centro de Voz de Tóquio.
O karaokê é a diversão preferida de 47 milhões de japoneses, um terço da população do país.
Esforço
Em uma conversa trivial, as cordas vocais, que têm forma de V, cerca de 1,5 cm de comprimento por 0,5 cm de largura, vibram de 100 a 250 vezes por segundo.
Mas no karaokê, dependendo do tom da música, as vibrações podem chegar a mil por segundo – próximo do desempenho de um soprano.
O esforço é grande demais para quem não ganha a vida na ópera.
"Depois de cantar três músicas, o melhor é largar o microfone e descansar por alguns minutos", aconselha o otorrino Hiroyuki Fukuda, diretor da Universidade Internacional de Saúde e Bem-estar, em Tóquio, e criador do termo "pólipo de karaokê".
Ele recomenda que os cantores amadores chupem uma bala e evitem conversar com os amigos enquanto esperam a vez de cantar novamente.
O limite, diz o médico, é dez músicas por noite, no máximo três de tom alto.
Pop afinado
As cirurgias para retirada dos pólipos se multiplicam. Apenas no ano passado, foram 170 no Centro de Voz de Osaka, o dobro de 2004.
Fukuda diz que notou uma diferença entre o perfil de seus pacientes no início dos anos 80, quando ele diagnosticou o "pólipo de karaokê", e hoje.
Naquela época, o paciente típico era o funcionário de escritório que soltava a voz no karaokê depois do trabalho para aliviar o estresse. O problema também atinge profissionais que costumam forçar a voz, como professores, advogados e cantores.
Agora, segundo os médicos, um número cada vez maior de jovens estudantes e donas de casa aparecem roucos nos consultórios com pólipos nas cordas vocais causados por excesso de karaokê.
A culpa, desconfiam os médicos, pode ser das músicas de notas altas que fazem sucesso no pop japonês.
Cantores como Ken Hirai, cujos agudos fariam inveja aos Bee Gees, dominam os rankings de popularidade das salas de karaokê. A maioria dos fãs querem cantar igualzinho aos ídolos.
"Jamais tente imitar o tom de voz de seus cantores favoritos", avisa Fukuda. "As cordas vocais deles não são iguais às suas."
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