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28/02/2007
-
00h22
da BBC Brasil, em Brasília
O ex-embaixador brasileiro em Washington, Roberto Abdenur, criticou a entrada da Venezuela no Mercosul como membro pleno e disse que o país está montando “verdadeiramente uma ditadura”.
“Considero não ser conveniente a entrada plena da Venezuela no Mercosul”, afirmou Abdenur na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
“É inadequado, indesejado e contraproducente”, disse ele. “Tanto por razões econômicas como pelo perfil político, que vai alterar em detrimento do Brasil o jogo de poder dentro do Mercosul”, afirmou o embaixador, que foi removido do cargo em janeiro deste ano por meio de um telegrama do Itamaraty.
De volta ao Brasil, ele pediu aposentadoria depois de 44 anos na carreira diplomática e há três semanas deu uma entrevista à revista Veja criticando o que considera a ideologização da política externa brasileira.
"Ideário econômico"
Abdenur disse que a situação no país andino não é compatível com o compromisso democrático do Brasil e dos outros países do Mercosul.
“Tenho a impressão de que, infelizmente, o que se está se montando hoje na Venezuela é verdadeiramente uma ditadura”, afirmou o ex-embaixador brasileiro na capital americana.
Ele disse que o governo da Venezuela tem um “ideário econômico” incompatível e contraditório com o projeto de integração do Mercosul.
“Ele tem outras idéias, ele está trabalhando na base do escambo, troca petróleo por serviço e não tem interesse em estimular pra valer o comércio internacional”, afirmou.
Integração energética
Abdenur também disse que a crise do gás com a Bolívia mostra a vulnerabilidade energética do Brasil e a dificuldade da integração energética na região.
“A integração energética na América do Sul é mais complicada. A integração física é mais fácil. O Brasil precisa tomar cuidado para não colocar-se numa posição de vulnerabilidade”, afirmou.
A integração energética é uma das vantagens apontadas pelo governo brasileiro para a entrada da Venezuela e da Bolívia no bloco, além de projetos conjuntos de gasodutos e refinarias de petróleo.
Os problemas de relacionamento com os vizinhos têm que ser encarados como uma conseqüência do tamanho do Brasil, disse Abdenur. “O Brasil tem que ter sempre em mente que nós somos os novos gringos na região.”
China
Abdenur também aprofundou a crítica à relação do Brasil com a China, considerada o estopim do desgaste do embaixador junto ao ministro Celso Amorim.
No ano passado, Abdenur disse que a China não deveria ser vista como parceira, mas como concorrente.
Na sessão do Senado, disse que foi um erro o reconhecimento da China como economia de mercado pelo governo brasileiro. “Eu digo agora que foi precipitado”, afirmou.
A relação do Brasil com China, disse ele, deve levar em conta o desenvolvimento econômico, tecnológico e militar do país nos últimos anos.
Venezuela está 'montando uma ditadura', diz Abdenur
DENIZE BACOCCINAda BBC Brasil, em Brasília
O ex-embaixador brasileiro em Washington, Roberto Abdenur, criticou a entrada da Venezuela no Mercosul como membro pleno e disse que o país está montando “verdadeiramente uma ditadura”.
“Considero não ser conveniente a entrada plena da Venezuela no Mercosul”, afirmou Abdenur na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
“É inadequado, indesejado e contraproducente”, disse ele. “Tanto por razões econômicas como pelo perfil político, que vai alterar em detrimento do Brasil o jogo de poder dentro do Mercosul”, afirmou o embaixador, que foi removido do cargo em janeiro deste ano por meio de um telegrama do Itamaraty.
De volta ao Brasil, ele pediu aposentadoria depois de 44 anos na carreira diplomática e há três semanas deu uma entrevista à revista Veja criticando o que considera a ideologização da política externa brasileira.
"Ideário econômico"
Abdenur disse que a situação no país andino não é compatível com o compromisso democrático do Brasil e dos outros países do Mercosul.
“Tenho a impressão de que, infelizmente, o que se está se montando hoje na Venezuela é verdadeiramente uma ditadura”, afirmou o ex-embaixador brasileiro na capital americana.
Ele disse que o governo da Venezuela tem um “ideário econômico” incompatível e contraditório com o projeto de integração do Mercosul.
“Ele tem outras idéias, ele está trabalhando na base do escambo, troca petróleo por serviço e não tem interesse em estimular pra valer o comércio internacional”, afirmou.
Integração energética
Abdenur também disse que a crise do gás com a Bolívia mostra a vulnerabilidade energética do Brasil e a dificuldade da integração energética na região.
“A integração energética na América do Sul é mais complicada. A integração física é mais fácil. O Brasil precisa tomar cuidado para não colocar-se numa posição de vulnerabilidade”, afirmou.
A integração energética é uma das vantagens apontadas pelo governo brasileiro para a entrada da Venezuela e da Bolívia no bloco, além de projetos conjuntos de gasodutos e refinarias de petróleo.
Os problemas de relacionamento com os vizinhos têm que ser encarados como uma conseqüência do tamanho do Brasil, disse Abdenur. “O Brasil tem que ter sempre em mente que nós somos os novos gringos na região.”
China
Abdenur também aprofundou a crítica à relação do Brasil com a China, considerada o estopim do desgaste do embaixador junto ao ministro Celso Amorim.
No ano passado, Abdenur disse que a China não deveria ser vista como parceira, mas como concorrente.
Na sessão do Senado, disse que foi um erro o reconhecimento da China como economia de mercado pelo governo brasileiro. “Eu digo agora que foi precipitado”, afirmou.
A relação do Brasil com China, disse ele, deve levar em conta o desenvolvimento econômico, tecnológico e militar do país nos últimos anos.
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