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02/03/2007 - 09h52

Polícia encerra investigações sobre morte de brasileiro

PABLO UCHOA
da BBC, em Londres

A morte do único suspeito de matar o brasileiro Acioli Pariz Júnior encerra as investigações sobre o caso, informou nesta sexta-feira a polícia londrina, a Scotland Yard.

"As investigações estão concluídas, e serão reabertas apenas se houver novos indícios de outras pessoas envolvidas", disse à BBC Brasil a assessoria de imprensa da instituição.

Roderick McDonald, escocês de 51 anos, foi encontrado morto em sua cela, em uma prisão de Brixton, no sul de Londres.

Sua morte está sendo tratada como um suicídio, embora essa hipótese tivesse sido considerada improvável e ele não estivesse sob observação especial.

Os indícios recolhidos pela polícia apontavam que McDonald, um foragido da polícia escocesa, matou Acioli Pariz Júnior no quarto do hotel Westminster House, no centro da capital britânica.

Os promotores encarregados de acusar o suspeito sustentariam, em seu processo, que os dois tiveram um relacionamento amoroso durante o tempo em que ambos viveram na cidade de Blackpool, no norte da Inglaterra.

Segundo relatos de amigos, Acioli Pariz Jr se mudou para Londres nos últimos dias de janeiro, cerca de três semanas antes de ser assassinado.

Seu corpo foi encontrado agredido e esfaqueado às 12h12 do dia 14 de fevereiro. Horas antes, ele havia sido visto por testemunhas nos arredores da estação de Victoria, que conecta a capital britânica a vários pontos do interior.

Em uma manifestação incomum da polícia londrina, a Scotland Yard, o detetive que se ocupou do caso, disse: "Este foi um assassinato extremamente violento, e Acioli deve ter sofrido terrivelmente nas mãos de seu assassino".

Corpo

O possível relacionamento de Pariz Jr com o acusado por sua morte não surpreendeu a família do brasileiro, que vive em Jaguaré, no interior do Espírito Santo.

"O que é que se pode fazer agora?", questionou a mãe, Benildes Altoé. "A única coisa que quero é o corpo do meu filho."
Os legistas de Westminster, na capital britânica, estimam que vão liberar o corpo de Acioli Jr "em breve". "No máximo até meados da semana que vem", disse um porta-voz da polícia legal.

A função do legista no caso é apenas confirmar que Acioli foi vítima de morte violenta, e não natural.

Morto em um estágio ainda inicial do processo, McDonald não chegou a admitir ou negar o crime. Isto seria feito em outra audiência, em maio, no tribunal de Old Bailey.

O ex-soldado de Edimburgo, conhecido como kinky killer (algo como "matador pervertido", traduzido livremente), cumpria pena de prisão perpétua por estrangular sua mulher, Elizabeth, em 1993.

A Justiça entendeu que McDonald realizou o crime depois que a esposa se negou a fazer sexo com ele e outro homem. Ele era fugitivo, desde maio de 2005, da prisão de Castle Huntly, perto de Dundee, na Escócia.

Amigos de Acioli disseram não ter lembrança de McDonald "no círculo de amizades" do brasileiro em Londres.

"Segunda terra"

Acioli Júnior, brasileiro de família italiana, esperava obter o passaporte italiano para regularizar a sua situação na Europa, onde vivia desde 2005.

Nas últimas semanas, ele vinha dizendo a amigos que se empregara como caseiro em uma residência na capital britânica.

Segundo um amigo, ele pretendia se mudar para a casa e deixar o local onde vivia, em Camden, no norte da capital britânica.

Segundo a mãe do brasileiro, "ele amava essa terra. Era a segunda terra dele." "Ele achava que estava seguro, que aí era maravilhoso, que era tudo. Mas a violência está em toda parte, não é?"

 

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