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Anistia Internacional pede à ONU tribunal para julgar crimes de guerra em Timor Leste
da BBC Brasil
Um relatório da organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional divulgado nesta quinta-feira diz que, uma década após a independência do Timor Leste, "uma cultura de impunidade" impera no país.
Muitos dos responsáveis por crimes de guerra e por crimes contra a Humanidade cometidos entre 1975 e 1999 no Timor não foram julgados, afirma a ONG.
Por isso, o grupo pediu à ONU (Organização das Nações Unidas) que crie um tribunal criminal internacional para tratar do assunto.
A vice-diretora da Anistia para a Ásia e Pacífico, Donna Guest, disse que as vítimas das atrocidades precisam de um "compromisso claro" dos governos da Indonésia e do Timor Leste, assim como da ONU, com investigações de alegações e julgamentos de responsáveis.
Atrocidades
Há dez anos, o povo do Timor Leste decidiu, com grande maioria de votos, que o país deveria tornar-se independente da Indonésia.
Mas no período que antecedeu a votação e logo em seguida, milícias que apoiavam os indonésios cometeram atrocidades contra a população em todo o pequeno país.
A Anistia Internacional afirma que pelo menos 1.200 pessoas foram mortas e que os crimes incluíram estupros, desaparecimentos, prisões arbitrárias e assassinatos.
Apenas uma pessoa condenada por comissões especiais da ONU continua servindo pena de prisão, acrescenta o documento.
Uma Comissão de Verdade e Amizade foi criada conjuntamente pela Indonésia e pelo Timor Leste em 2005, mas o órgão não tem poder para julgar casos.
O Timor Leste optou por uma estratégia de conciliação com a Indonésia desde que obteve a independência, em 2002.
O governo disse que o foco contínuo no passado não vai permitir que o país siga em frente e que suas atuais prioridades são desenvolver a economia para que o povo do país deixe de depender de ajuda estrangeira.
O Timor Leste ainda é um dos países mais pobres da Ásia. A maioria da população vive com menos de US$ 1 por dia.
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