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15/03/2007
-
09h22
da BBC, em Bruxelas
O futebol está sendo usado como mecanismo para o "tráfico de seres humanos" na União Européia e tem como vítimas jovens pobres da América do Sul e da África, atraídos por promessas de contratos milionários, segundo um estudo feito pelo Parlamento Europeu e que será apresentado ao plenário em Bruxelas no final de março.
De acordo com deputados europeus, o Brasil e os países africanos são os maiores alvos para essa prática devido à qualidade dos futebolistas e ao elevado nível de pobreza em que vivem.
A denúncia é baseada em informações da ONG (organização não-governamental) francesa Culture Foot Solidaire, que presta assistência a jovens jogadores abandonados por supostos agentes.
"Esses falsos agentes se oferecem para providenciar transporte e contratos na Europa a garotos que crêem que poderão ter bons resultados no futebol europeu e ser vendidos a algum clube por uma boa soma de dinheiro", explica Jean-Claude Mbvoumin, representante da ONG e ex-jogador da República de Camarões.
"Os que não cumprem com as expectativas ou não conseguem um contrato são deixados de lado pelo agente, acabam perdendo o visto de residência e não querem voltar a seu país porque têm vergonha de ter fracassado."
Menores de idade
Segundo Mbvoumin, muitas equipes européias admitem receber freqüentemente "ofertas de traficantes que tentam vender, como se fossem mercadorias, garotos de 13, 14 anos".
Para burlar as regras da Fifa (Federação Internacional das Associações de Futebol), que proíbem a venda de jogares com menos de 18 anos, os agentes mentem a idade do jogador nos documentos oficiais.
Não há estatísticas sobre essa prática, mas a ONG afirma que em seus seis anos de existência registrou cerca de 600 casos só na França, país que recebe a maior parte dos jogadores "importados".
Nos clubes franceses, 48% dos jogadores profissionais são estrangeiros e a média de idade é de 18,6 anos.
Proteção
"Para jovens jogadores de continentes pobres, o futebol europeu representa a porta de entrada a um mundo novo, longe da pobreza", afirma o relatório que o deputado Ivo Belet apresentará este mês.
Para combater o abuso e impedir que traficantes se façam passar por empresários do ramo, o Parlamento Europeu quer que a UE crie um sistema de legalização e fiscalização de agentes de futebol.
Também pede que sejam estabelecidos critérios de proteção para jogadores estrangeiros, como a obrigação de contratos de duração mínima e de subsídios para que o profissional possa voltar a seu país de origem.
De acordo com a Fifpro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol) 50% dos jogadores profissionais que atuam na Europa não têm contrato com o clube em que jogam.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre tráfico humano
Futebol é usado para tráfico humano na Europa, diz estudo
MÁRCIA BIZZOTTOda BBC, em Bruxelas
O futebol está sendo usado como mecanismo para o "tráfico de seres humanos" na União Européia e tem como vítimas jovens pobres da América do Sul e da África, atraídos por promessas de contratos milionários, segundo um estudo feito pelo Parlamento Europeu e que será apresentado ao plenário em Bruxelas no final de março.
De acordo com deputados europeus, o Brasil e os países africanos são os maiores alvos para essa prática devido à qualidade dos futebolistas e ao elevado nível de pobreza em que vivem.
A denúncia é baseada em informações da ONG (organização não-governamental) francesa Culture Foot Solidaire, que presta assistência a jovens jogadores abandonados por supostos agentes.
"Esses falsos agentes se oferecem para providenciar transporte e contratos na Europa a garotos que crêem que poderão ter bons resultados no futebol europeu e ser vendidos a algum clube por uma boa soma de dinheiro", explica Jean-Claude Mbvoumin, representante da ONG e ex-jogador da República de Camarões.
"Os que não cumprem com as expectativas ou não conseguem um contrato são deixados de lado pelo agente, acabam perdendo o visto de residência e não querem voltar a seu país porque têm vergonha de ter fracassado."
Menores de idade
Segundo Mbvoumin, muitas equipes européias admitem receber freqüentemente "ofertas de traficantes que tentam vender, como se fossem mercadorias, garotos de 13, 14 anos".
Para burlar as regras da Fifa (Federação Internacional das Associações de Futebol), que proíbem a venda de jogares com menos de 18 anos, os agentes mentem a idade do jogador nos documentos oficiais.
Não há estatísticas sobre essa prática, mas a ONG afirma que em seus seis anos de existência registrou cerca de 600 casos só na França, país que recebe a maior parte dos jogadores "importados".
Nos clubes franceses, 48% dos jogadores profissionais são estrangeiros e a média de idade é de 18,6 anos.
Proteção
"Para jovens jogadores de continentes pobres, o futebol europeu representa a porta de entrada a um mundo novo, longe da pobreza", afirma o relatório que o deputado Ivo Belet apresentará este mês.
Para combater o abuso e impedir que traficantes se façam passar por empresários do ramo, o Parlamento Europeu quer que a UE crie um sistema de legalização e fiscalização de agentes de futebol.
Também pede que sejam estabelecidos critérios de proteção para jogadores estrangeiros, como a obrigação de contratos de duração mínima e de subsídios para que o profissional possa voltar a seu país de origem.
De acordo com a Fifpro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol) 50% dos jogadores profissionais que atuam na Europa não têm contrato com o clube em que jogam.
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