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22/03/2007 - 21h58

Brasil aceita ceder para retomar Doha, diz embaixador

BRUNO GARCEZ
da BBC, de Washington

O Brasil está disposto a fazer concessões nos setores de serviços e de bens industriais para retomar as negociações da Rodada Doha, de liberalização do comércio mundial.

A informação foi dada pelo embaixador brasileiro em Washington, Antônio Patriota, nesta quinta-feira, após um discurso realizado na sede da Câmara do Comércio dos Estados Unidos, na capital americana.

"Estamos olhando atentamente para os setores de bens industriais e serviços e preparados para fazer as concessões necessárias de modo a obter um acordo satisfatório", disse o embaixador.

"Numa negociação, você não pode só querer ganhar. Tem que mostrar flexibilidade", afirmou Patriota, acrescentando, no entanto, que o Brasil ''não vai se satisfazer com um nível modesto de ambição na frente agrícola''.

As negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio chegaram a um impasse em julho do ano passado. O Brasil queria a redução de subsídios agrícolas por parte de europeus e americanos. E estes, em contrapartida, queriam a abertura dos setores industrial e de serviços dos países em desenvolvimento.

Topo da agenda

Segundo Patriota, o tema de biocombustíveis norteou o encontro entre os presidentes americano, George W. Bush, e Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil, mas, agora, a Rodada Doha deverá ser um dos temas dominantes do encontro entre os dois líderes em Camp David, no próximo dia 31.

Como o avanço da rodada está no topo da agenda dos dois países, a representante do Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, deverá participar do encontro entre os dois líderes.

Lula virá acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do assessor da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.

Segundo Patriota, Lula e Bush deverão almoçar no dia 31 e em seguida manterão um encontro que deve durar cerca de três horas e meia.

Agenda cheia

De acordo com o embaixador, em Camp David os dois líderes terão mais tempo para conversar, o que permitirá que o encontro tenha uma agenda mais ampla.

"Doha será sem dúvida uma conversa importante", diz o embaixador, mas Patriota adianta que "nenhum tema está excluído".

Ele adianta ainda que os dois líderes deverão aprofundar a discussão sobre a cooperação em etanol e discutir a situação no Haiti, onde as tropas brasileiras estão comandando a missão de paz da Organização das Nações Unidas.

A agenda deverá incluir até assuntos de interesse mundial, segundo o embaixador, como o momento atual no Oriente Médio.

Especial
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