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26/03/2007
-
18h30
da BBC, de Colombo
Seja o que for que você pensa sobre as metas e métodos dos Tigres Tâmeis do Sri Lanka, eles sempre foram inovadores. Foram eles que refinaram a tática de homens-bomba e a utilizaram com efeitos devastadores.
E qual outro grupo insurgente pode se gabar de ter uma divisão naval? Os rebeldes têm botes armados com metralhadoras, conhecidos como Tigres do Mar.
Agora, eles confirmaram o que o governo do Sri Lanka já suspeitava há tempos: eles têm uma capacidade aérea também.
A primeira missão do que os rebeldes estão chamando de Força Aérea Tamil Eelam (ou TAF, na sigla em inglês) foi realizada na virada de domingo para segunda-feira.
Ataque
Duas aeronaves leves (ou apenas uma, de acordo com o governo) decolaram provavelmente de uma pista na selva no norte do país e viajaram para o sul. Se foram detectadas, não foram impedidas.
O alvo delas era a base da Força Aérea de Katanayake, ao norte de Colombo, a capital do Sri Lanka. Elas sobrevoaram a base e jogaram diversas bombas, matando três oficiais no solo e ferindo muitos outros.
Eles também aterrorizaram passageiros que esperavam por vôos no aeroporto internacional próximo dali. Testemunhas descreveram o pânico e o caos enquanto pessoas se protegiam ao som das explosões.
Enquanto na base aérea ecoavam os sons de rajadas de metralhadores, as aeronaves deram a volta e voaram para casa.
Fotos
Os rebeldes divulgaram fotos do avião responsável pelo ataque. Pilotos usavam o uniforme listrado azul dos Tigres. Uma das fotos mostra um grupo em volta do líder rebelde Vellupillai Prabhakaran.
Não há imagens do avião inteiro, mas é fácil identificá-lo. Uma imagem mostra quatro bombas armadas abaixo da fuselagem.
"É um sistema bastante básico que eles parecem ter colocado na aeronave", afirmou um especialista em defesa na base de Colombo. "É interessante, um esforço corajoso. Viajar à noite e voltar é uma mensagem que eles estão mandando."
O governo diz que seu sistema de defesa aéreo é um sucesso, porque os jatos parados nos hangares da base não foram atingidos.
E não foi nada comparado à escala de destruição de 2001, quando um ataque dos Tigres no complexo aeroportuário deixou metade da frota nacional em chamas.
Mas a Força Aérea do Sri Lanka está investigando como as aeronaves conseguiram atacar. E a polícia também começou sua própria investigação.
Nova dimensão
Um porta-voz, citando as investigações preliminares, se recusou a confirmar os relatos de que a Força Tarefa Especial da polícia teria detectado as aeronaves voando no norte do país cerca de uma hora antes do ataque.
Analistas acreditam que o ataque abriu uma nova dimensão na guerra civil de décadas no Sri Lanka. "Isso muda o conflito completamente", afirma Iqbal Athas, do semanário Jane's Defence Weekly.
"Por duas décadas, o combate ficou confinado ao solo e ao mar. Agora, nós estamos vendo o surgimento de capacidade aérea dos Tigres. É a primeira vez que eles demonstraram essa capacidade, que eles podem não só usar, como escapar."
Athas também diz que muitos acampamentos militares, assim como casas de importantes oficiais e a frota naval se tornaram mais vulneráveis.
Mais ataques
Os Tigres disseram que esse não será o último ataque aéreo deles.
"(O ataque) não é apenas preventivo, é uma medida para proteger civis tâmeis dos bombardeios aéreos genocidas das Forças Armadas do Sri Lanka", disse o porta-voz rebelde Rasiah Ilanthirayan à agência de notícias Reuters. "Mais ataques da mesma natureza acontecerão."
O ataque aéreo foi realizado em um momento em que os Tigres Tâmeis estão passando por dificuldades no solo. Nos últimos meses, eles foram expulsos de diversas cidades e vilas próximas do litoral na província oriental.
Uma autoridade do governo já falou até em derrotar os rebeldes em dois ou três anos. O governo suspeita há anos que os rebeldes estavam desenvolvendo capacidade aérea, contrabandeando peças para montar aviões no norte.
"Não é uma dimensão nova", disse o brigadeiro Prasad Samarasinghe, porta-voz militar.
"É a primeira vez que eles têm sucesso em montar bombas. Mas eles não tiveram sucesso no plano de destruir as facilidades da Força Aérea. Definitivamente, esta não é uma ameaça grave e será neutralizada."
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ROLAND BUERKda BBC, de Colombo
Seja o que for que você pensa sobre as metas e métodos dos Tigres Tâmeis do Sri Lanka, eles sempre foram inovadores. Foram eles que refinaram a tática de homens-bomba e a utilizaram com efeitos devastadores.
E qual outro grupo insurgente pode se gabar de ter uma divisão naval? Os rebeldes têm botes armados com metralhadoras, conhecidos como Tigres do Mar.
Agora, eles confirmaram o que o governo do Sri Lanka já suspeitava há tempos: eles têm uma capacidade aérea também.
A primeira missão do que os rebeldes estão chamando de Força Aérea Tamil Eelam (ou TAF, na sigla em inglês) foi realizada na virada de domingo para segunda-feira.
Ataque
Duas aeronaves leves (ou apenas uma, de acordo com o governo) decolaram provavelmente de uma pista na selva no norte do país e viajaram para o sul. Se foram detectadas, não foram impedidas.
O alvo delas era a base da Força Aérea de Katanayake, ao norte de Colombo, a capital do Sri Lanka. Elas sobrevoaram a base e jogaram diversas bombas, matando três oficiais no solo e ferindo muitos outros.
Eles também aterrorizaram passageiros que esperavam por vôos no aeroporto internacional próximo dali. Testemunhas descreveram o pânico e o caos enquanto pessoas se protegiam ao som das explosões.
Enquanto na base aérea ecoavam os sons de rajadas de metralhadores, as aeronaves deram a volta e voaram para casa.
Fotos
Os rebeldes divulgaram fotos do avião responsável pelo ataque. Pilotos usavam o uniforme listrado azul dos Tigres. Uma das fotos mostra um grupo em volta do líder rebelde Vellupillai Prabhakaran.
Não há imagens do avião inteiro, mas é fácil identificá-lo. Uma imagem mostra quatro bombas armadas abaixo da fuselagem.
"É um sistema bastante básico que eles parecem ter colocado na aeronave", afirmou um especialista em defesa na base de Colombo. "É interessante, um esforço corajoso. Viajar à noite e voltar é uma mensagem que eles estão mandando."
O governo diz que seu sistema de defesa aéreo é um sucesso, porque os jatos parados nos hangares da base não foram atingidos.
E não foi nada comparado à escala de destruição de 2001, quando um ataque dos Tigres no complexo aeroportuário deixou metade da frota nacional em chamas.
Mas a Força Aérea do Sri Lanka está investigando como as aeronaves conseguiram atacar. E a polícia também começou sua própria investigação.
Nova dimensão
Um porta-voz, citando as investigações preliminares, se recusou a confirmar os relatos de que a Força Tarefa Especial da polícia teria detectado as aeronaves voando no norte do país cerca de uma hora antes do ataque.
Analistas acreditam que o ataque abriu uma nova dimensão na guerra civil de décadas no Sri Lanka. "Isso muda o conflito completamente", afirma Iqbal Athas, do semanário Jane's Defence Weekly.
"Por duas décadas, o combate ficou confinado ao solo e ao mar. Agora, nós estamos vendo o surgimento de capacidade aérea dos Tigres. É a primeira vez que eles demonstraram essa capacidade, que eles podem não só usar, como escapar."
Athas também diz que muitos acampamentos militares, assim como casas de importantes oficiais e a frota naval se tornaram mais vulneráveis.
Mais ataques
Os Tigres disseram que esse não será o último ataque aéreo deles.
"(O ataque) não é apenas preventivo, é uma medida para proteger civis tâmeis dos bombardeios aéreos genocidas das Forças Armadas do Sri Lanka", disse o porta-voz rebelde Rasiah Ilanthirayan à agência de notícias Reuters. "Mais ataques da mesma natureza acontecerão."
O ataque aéreo foi realizado em um momento em que os Tigres Tâmeis estão passando por dificuldades no solo. Nos últimos meses, eles foram expulsos de diversas cidades e vilas próximas do litoral na província oriental.
Uma autoridade do governo já falou até em derrotar os rebeldes em dois ou três anos. O governo suspeita há anos que os rebeldes estavam desenvolvendo capacidade aérea, contrabandeando peças para montar aviões no norte.
"Não é uma dimensão nova", disse o brigadeiro Prasad Samarasinghe, porta-voz militar.
"É a primeira vez que eles têm sucesso em montar bombas. Mas eles não tiveram sucesso no plano de destruir as facilidades da Força Aérea. Definitivamente, esta não é uma ameaça grave e será neutralizada."
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