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05/04/2007 - 08h32

Acordo com Brasil é "insignificante", diz ex-presidente dos EUA

BRUNO GARCEZ
da BBC, de Washington

O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter disse à BBC Brasil que o acordo entre Brasil e Estados Unidos na produção e pesquisa de etanol é "insignificante".

Ele afirmou que o acordo "é realmente insignificante, no que diz respeito a aliviar as necessidades energéticas desta nação a longo prazo". Carter, 82, governou os Estados Unidos entre 1977 e 1981 e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002.

Carter respondeu a perguntas da BBC Brasil sobre o acordo e sobre a política do presidente George W. Bush para a América Latina após um evento realizado em Washington, na quarta-feira, no qual ele recebeu um prêmio por seu livro Palestine Peace Not Apartheid, uma polêmica obra que condena a ocupação israelense nos territórios palestinos.

O ex-líder americano acrescentou que, por um lado, "o acordo com o Brasil é encorajador, porque mostra amizade e compromisso em relação a um tema, mas é relativamente insignificante em relação a conservação energética".

Usina local

Carter sorriu ao lembrar que "acabam de anunciar a construção de uma usina na minha cidade natal, Plains [no estado da Georgia]. Este ano ela vai produzir 15 milhões de galões de biodiesel e no ano que vem, outros 30 milhões".

Mas, em seguida, acrescentou que "o tema número um" nos Estados Unidos deveria ser o de "aumentar a eficiência energética de veículos e outras coisas que dependem de combustível".

De acordo com o ex-presidente, o atual modelo americano de produção de álcool, produzido a partir de milho, ou mesmo o de biodiesel, que pode ser gerado a partir da soja, oferecem problemas.

"Minha esperança é que no futuro nós passemos para o etanol celulósico, produzido a partir de árvores, que crescem rapidamente."

Segundo Carter, o milho ou a soja, por sua vez, são distintos, porque não contam com um "estoque muito grande no mundo". O ex-presidente acrescentou que ao usar soja e milho como fonte de combustível, os Estados Unidos deixam de utilizá-los como fonte de exportação.

Viagem de Bush

O ex-líder americano se disse feliz com a ida do presidente George W. Bush à América Latina. Segundo ele, "por muito tempo, nossa política latino-americana foi orquestrada por gente cuja maior credencial era ser anti-Cuba".

"Você não podia almejar um alto cargo no Departamento de Estado ou um alto posto diplomático a não ser que manifestasse uma animosidade pública contra Fidel Castro."

Jimmy Carter acrescentou: "Agora, nos dois últimos anos de seu mandato, espero que o presidente Bush mude a sua posição. A viagem ocorreu bem depois do prazo ideal, mas foi necessária e positiva".

Especial
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