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09/04/2007 - 08h20

42% dos eleitores franceses ainda estão indecisos

DANIELA FERNANDES
da BBC, de Paris

A 13 dias do primeiro turno das eleições presidenciais, 42% dos eleitores franceses --18 milhões de pessoas-- ainda não escolheram seu candidato.

Essa indecisão de quase a metade do eleitorado vem reforçando o clima de suspense e de incertezas em relação ao resultado.

"Tudo pode acontecer nestas eleições presidenciais devido ao grande número de eleitores que podem mudar de candidato até o último instante", disse à BBC Brasil Frédéric Dabi, diretor de opinião pública do instituto de sondagens Ifop.

Os jovens entre 18 e 24 anos podem ter uma influência considerável na votação. Eles representam o maior percentual de indecisos, 60%, de acordo com uma outra pesquisa, do instituto CSA, divulgada no domingo pelo jornal "Le Parisien".

Dois fatores explicariam o número maior de indecisos atualmente em relação ao mesmo período das eleições presidenciais de 2002, segundo o diretor do instituto Ifop.

Primeiro, as eleições deste ano estão despertando um grande interesse nos eleitores. De acordo com pesquisas, cerca de 80% dos franceses afirmam se interessar por essa campanha.

Decepção

Eles têm comparecido em massa a comícios e outros eventos em um país onde o voto não é obrigatório.

Pode parecer portanto paradoxal, mas o maior interesse pela votação também faz com que muitos eleitores reflitam mais sobre sua decisão.

"Muitos querem ter todas as cartas em mãos para poder escolher", afirma Dabi.
Outro aspecto é o sentimento de "decepção", diz ele, em relação aos candidatos dos dois principais partidos da França: o ex-ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, do UMP, do governo, e a socialista Ségolène Royal.

Sarkozy e Ségolène são os principais favoritos nas pesquisas de intenções de voto.

"Muitos não se identificam com a linha dura da direita representada por Sarkozy, que tenta seduzir os eleitores da extrema-direita, nem com o programa de governo de Ségolène, considerado pouco convincente por esses eleitores indecisos", diz o diretor do Ifop.

O centrista François Bayrou, em terceiro lugar nas pesquisas de opinião, conseguiu atrair nos últimos meses eleitores tradicionais do partido do governo e também socialistas, mas seu novo eleitorado também é extremamente volátil.

Nesse cenário de hesitação geral, Bayrou é o que mais reúne indecisos, 58% do total de seus eleitores potenciais.

"A margem de progressão ou de recuo de Bayrou é a mais forte de todos os candidatos. Ele pode obter entre 12% e 29% no primeiro turno", afirma Roland Cayrol, diretor-geral do instituto CSA.

Empregos

Analistas estimam também que muitos eleitores não sabem em quem votar porque não encontraram até o momento respostas com credibilidade para como enfrentar o que representa hoje a principal preocupação dos franceses: a realidade econômica da globalização, um dos principais temas desta campanha.

Muitos franceses se perguntam se as soluções apresentadas para dar maior competitividade à economia do país serão realmente suficientes para garantir seus empregos.

Grandes empresas têm anunciado regularmente transferências de fábricas para países onde a mão-de-obra é mais barata.

É por isso que Ségolène Royal não fez o sucesso que ela esperava com sua proposta de aumento do salário-mínimo para 1,5 mil euros, tema que ela nem aborda mais em seus discursos.

A situação nesta reta final para o primeiro turno poderá evoluir, segundo analistas, em função das declarações dos candidatos ou de algum acontecimento com grande repercussão na imprensa, como ocorreu em relação aos confrontos entre jovens e a polícia no metrô de Paris, no final de março.

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