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01/05/2007
-
08h22
Um grupo de parlamentares do Reino Unido vai avaliar a conduta do serviço de inteligência do país, MI5, sob fogo cruzado depois de vir a público que os investigadores já conheciam dois homens que, em 7 de julho de 2005, explodiram bombas no sistema de transporte da capital britânica.
Mohammad Sidique Khan, o líder dos ataques suicidas, e seu colega Shehzad Tanweer foram seguidos em 2004, quando o MI5 investigava um plano de explodir uma bomba de fertilizantes contra alvos que incluíam um shopping center e uma discoteca.
Por este plano, desvendado a tempo, cinco pessoas foram condenadas a penas de prisão perpétua, na segunda-feira.
Mas o Comitê para Inteligência e Segurança (ICS, sigla em inglês) quer saber por que Khan e Tanweer não foram "identificados e listados" pelo MI5 antes dos atentados de 7 de julho.
Os dois foram vistos em meados de 2004 -15 meses antes que, junto com dois outros militantes, explodissem bombas em três vagões do metrô e um ônibus em Londres.
Evidências revelam que o MI5 fotografou Khan quando ele se encontrou com outros extremistas, seguiu-o até sua casa, sabia seu sobrenome e tinha conhecimento de que ele possuía um carro.
Depois dos ataques, o MI5 disse à população e aos políticos que Khan e seu grupo não tinham registro prévio de ligações com "terroristas".
Fogo cruzado
O ministro do Interior, John Reid, rejeitou a idéia de abertura de um inquérito sobre os atentados, dizendo que isso não seria "a resposta correta".
"Isso desviaria as energias e os esforços de tantos policiais e agentes de segurança que já estão bastante sobrecarregados em combater a ameaça atual", ele declarou.
"Nossa responsabilidade como governo é tentar reduzir as chances de que qualquer outro grupo de famílias tenha que sofrer o que os familiares das vítimas dos atentados de 7 de julho sofreram."
Mas o líder do opositor Partido Liberal Democrata, Menzies Campbell, argumentou: "A informação revelada nesse julgamento vai gerar preocupações públicas generalizadas e um debate sobre as capacidades operacionais dos serviços de segurança e da confiabilidade das informações do governo após os atentados de 7 de julho".
O deputado David Davis, do Partido Conservador, também criticou o MI5: "Deliberadamente ou não, o governo não contou à opinião pública britânica toda a verdade sobre as circunstâncias e erros que levaram aos ataques de 7 de julho".
Rachel North, sobrevivente da explosão a um trem na linha Picadilly do metrô, disse que ficou chocada e horrorizada quando soube da falha de inteligência.
"Agora que nós descobrimos que estes homens estavam bem no radar do serviço de segurança e poderiam ter sido impedidos (de realizar os ataques de 7 de julho), vai ser difícil aceitar", afirmou.
"Isto alimentou meu desejo de um inquérito independente, porque parece que nós não fomos informados da verdade sobre o que aconteceu, e do que se sabia dos autores do atentado antes de 7 de julho."
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Reino Unido
Leia o que já foi publicado sobre ataques em Londres
Inteligência britânica é acusada de mentir após ataques de 7/7
da BBC BrasilUm grupo de parlamentares do Reino Unido vai avaliar a conduta do serviço de inteligência do país, MI5, sob fogo cruzado depois de vir a público que os investigadores já conheciam dois homens que, em 7 de julho de 2005, explodiram bombas no sistema de transporte da capital britânica.
Mohammad Sidique Khan, o líder dos ataques suicidas, e seu colega Shehzad Tanweer foram seguidos em 2004, quando o MI5 investigava um plano de explodir uma bomba de fertilizantes contra alvos que incluíam um shopping center e uma discoteca.
Por este plano, desvendado a tempo, cinco pessoas foram condenadas a penas de prisão perpétua, na segunda-feira.
Mas o Comitê para Inteligência e Segurança (ICS, sigla em inglês) quer saber por que Khan e Tanweer não foram "identificados e listados" pelo MI5 antes dos atentados de 7 de julho.
Os dois foram vistos em meados de 2004 -15 meses antes que, junto com dois outros militantes, explodissem bombas em três vagões do metrô e um ônibus em Londres.
Evidências revelam que o MI5 fotografou Khan quando ele se encontrou com outros extremistas, seguiu-o até sua casa, sabia seu sobrenome e tinha conhecimento de que ele possuía um carro.
Depois dos ataques, o MI5 disse à população e aos políticos que Khan e seu grupo não tinham registro prévio de ligações com "terroristas".
Fogo cruzado
O ministro do Interior, John Reid, rejeitou a idéia de abertura de um inquérito sobre os atentados, dizendo que isso não seria "a resposta correta".
"Isso desviaria as energias e os esforços de tantos policiais e agentes de segurança que já estão bastante sobrecarregados em combater a ameaça atual", ele declarou.
"Nossa responsabilidade como governo é tentar reduzir as chances de que qualquer outro grupo de famílias tenha que sofrer o que os familiares das vítimas dos atentados de 7 de julho sofreram."
Mas o líder do opositor Partido Liberal Democrata, Menzies Campbell, argumentou: "A informação revelada nesse julgamento vai gerar preocupações públicas generalizadas e um debate sobre as capacidades operacionais dos serviços de segurança e da confiabilidade das informações do governo após os atentados de 7 de julho".
O deputado David Davis, do Partido Conservador, também criticou o MI5: "Deliberadamente ou não, o governo não contou à opinião pública britânica toda a verdade sobre as circunstâncias e erros que levaram aos ataques de 7 de julho".
Rachel North, sobrevivente da explosão a um trem na linha Picadilly do metrô, disse que ficou chocada e horrorizada quando soube da falha de inteligência.
"Agora que nós descobrimos que estes homens estavam bem no radar do serviço de segurança e poderiam ter sido impedidos (de realizar os ataques de 7 de julho), vai ser difícil aceitar", afirmou.
"Isto alimentou meu desejo de um inquérito independente, porque parece que nós não fomos informados da verdade sobre o que aconteceu, e do que se sabia dos autores do atentado antes de 7 de julho."
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