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02/05/2007 - 07h37

Ver os amigos vale um salário de R$ 30 mil, diz estudo

da BBC Brasil

Uma pessoa que ganha R$ 3,3 mil e encontra com freqüência os amigos para uma conversa despreocupada é tão feliz quanto outra que tem salário dez vezes mais alto e sacrifica sua vida social, concluiu um estudo conduzido no Reino Unido.

Analisando os dados de uma enquete com oito mil britânicos em todo o país, a pesquisa se propôs a "colocar etiquetas de preço em amigos, parentes e vizinhos", para concluir que, se for possível comprar felicidade, ela tem um alto preço.

Na pesquisa, os britânicos responderam perguntas sobre seus hábitos sociais e analisaram seu grau de felicidade.

A média de renda da amostra foi de 10 mil libras esterlinas por ano -- cerca de R$ 3,3 mil por mês.

Mas pessoas que tinham este salário e viam seus amigos quase todos os dias se mostraram tão felizes quanto as que ganhavam 95 mil libras por ano --mais de R$ 31,5 mil por mês-- e nunca ou quase nunca se encontravam com seus amigos.

Felicidade

Vê-los um par de vezes por mês traria tanta felicidade quanto ganhar 67 mil libras por ano --mais de R$ 22 mil por mês, calculou o economista.

Já encontrá-los uma ou duas vezes por semana seria tão prazeroso quanto contabilizar R$ 23 mil todo mês (69,5 mil libras a cada ano).

"Os resultados mostram claramente que um aumento no nível de envolvimento social equivale a dezenas de libras adicionais por ano em termos de satisfação de vida", conclui o autor da pesquisa, o especialista em Economia Aplicada a temas de felicidade Nick Powdthavee.

"Aumentos de renda, por outro lado, trazem muito pouca felicidade."

Mas Nick Powdthavee ressaltou que os ganhos de felicidade resultantes da convivência social são mais duráveis que os resultantes de aumentos de salário.

"As atividades sociais tendem a requerer nossa atenção enquanto elas estão sendo vivenciadas, e portanto o prazer decorrente delas dura mais tempo na memória", escreveu ele.

"Renda, por outro lado, está em um segundo plano. Normalmente, nos acostumamos rapidamente à idéia de que estamos recebendo um determinado pagamento no fim do mês."

O estudo foi conduzido no Instituto de Educação, da Universidade de Londres, e será publicado no próximo número da revista científica Journal of Socio-Economics.

Casamento

O estudo calculou também o "valor" de eventos como o casamento e a separação.

Nos cálculos de Powdthavee, noivos podem sentir-se à vontade para gastar até cinco vezes a sua renda anual --no caso britânico, 50 mil libras esterlinas ou R$ 200 mil-- em seu casamento. Esse foi o valor da felicidade calculado pelo pesquisador.

Separar-se, entretanto, pode ser tão devastador quanto perder 14 anos de salário --139 mil libras esterlinas ou R$ 550 mil, segundo o estudo.

O valor de uma demissão é apenas um pouco maior que isso --143 mil libras ou R$ 570 mil.

Powdthavee disse que os dados deveriam levar os trabalhadores britânicos a repensar suas prioridades.

"As pessoas estão cada vez mais se dedicando ao trabalho. Se isto as ajuda a ter maiores salários, também leva à deterioração de laços sociais e familiares, que são muito mais importantes para o seu bem-estar", ele afirmou.

O estudo confirmou ainda a percepção geral de que nada é mais importante na vida que saúde.

De acordo com a pesquisa, sofrer de uma doença séria equivale a ver escorrer pelo ralo 480 mil libras esterlinas, ou quase R$ 2 milhões --suficiente para comprar uma boa casa em um bairro de classe média alta de Londres.

Especial
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