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09/11/2009 - 11h13

Igualdade econômica entre Alemanhas só virá em uma década, diz instituto

MARCIO DAMASCENO
da BBC Brasil, em Berlim (Alemanha)

Os Estados da antiga Alemanha Oriental precisam de pelo menos mais dez anos para conseguir um desempenho econômico comparável ao das regiões do lado ocidental do país, estima um instituto alemão.

"A expectativa criada com uma promessa de grande prosperidade realmente não aconteceu", avalia Michael Hüther, diretor do Instituto da Economia Alemã, especializado em pesquisas econômicas e sediado em Colônia.

As antigas regiões comunistas têm o dobro de desempregados e uma renda per capita que equivale a cerca de 70% da dos Estados do oeste, com uma população que encolhe a cada dia apesar da injeção financeira de quase 1,4 trilhão de euros aplicada pelo governo nessas últimas duas décadas.

Depois do 9 de novembro de 1989, o "chanceler da reunificação" Helmut Kohl prometeu aos "irmãos do leste" um salto na economia que faria, em poucos anos, aquele lado se equiparar à Alemanha Ocidental.

Mas a empolgação dos primeiros momentos após a queda do muro de Berlim deu lugar à dura constatação de que um lado do país não acompanha o nível de desenvolvimento dos alemães ocidentais. Por isso, para muitos alemães a situação atual ainda tem um sabor de ressaca pós-festa.

Sucesso

Mesmo assim, o Instituto da Economia Alemã classifica a recuperação dos alemães orientais como "um sucesso". "A retomada econômica não foi tão lenta como muitos achavam que seria", ressalta Hüther.

Ao se olhar para o desempenho dos outros antigos países comunistas do Leste Europeu, a comparação é vantajosa. Quando comparado ao PIB da parte ocidental da Alemanha, um país como a Polônia chega a alcançar apenas 30% do nível econômico da região, enquanto os estados da extinta Alemanha Oriental estão em cerca de 70%.

As entidades sindicais, entretanto, alertam para o fosso ainda existente entre as duas partes com relação ao mercado de trabalho. Segundo estudo de uma das mais influentes centrais sindicais da Alemanha, a DGB, quase o dobro de cidadãos estão sem trabalho nos antigos Estados comunistas, em comparação com o resto do país.

Enquanto o desemprego medido em setembro pela entidade na região da antiga Alemanha Oriental foi de 13,7%, do outro lado ele ficou em 7,7%. A leve melhoria nos últimos anos, após um período de alto desemprego, se deve à grande migração de mão-de-obra do leste para oeste.

"As pessoas do leste precisam de uma perspectiva", disse Annelie Buntenbach, da diretoria do DGB, lembrando que muitas pessoas só acham emprego no leste em setores de baixos salários.

Enquanto em 1990 cerca de 14,5 milhões de pessoas viviam na Alemanha Oriental, agora há apenas 13 milhões de habitantes. A cada ano, dezenas de milhares de pessoas migram para o oeste a procura de melhores empregos.

Só em 2008 a região leste do país perdeu 50 mil pessoas, sobretudo mão-de-obra jovem e qualificada. Quem fica, são os mais idosos e dependentes de seguro social.

Comentários dos leitores
Chris Maria (231) 11/11/2009 17h30
Chris Maria (231) 11/11/2009 17h30
"Os 192 Estados-membros da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) consagraram nesta quarta-feira o dia 18 de julho como Dia Internacional Nelson Mandela"
► Uma pessoa extraordinária. Parabéns!
5 opiniões
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Elton Santos (9) 10/11/2009 17h03
Elton Santos (9) 10/11/2009 17h03
O Muro de Berlim foi brincadeira de criança comparado a outro muro que não separa mais o primeiro do segundo mundo pois este já não existe mais e sim o que separa o primeiro do terceiro. O Muro da fronteira do Estados Unidos com o México representa justamente isso: As classes abastadas devem estar seguras das que servem apenas como consumidoras nessa nova desordem mundial baseada no capital. Nessa fronteira se mata muito mais, as diferenças são muito maiores mas isso não importa não é mesmo? A democracia é um patrimônio que a humanidade não pode abrir mão nunca mais, mas não podemos também justificar com ela o extermínio através da fome e miséria que o mundo presencia causado pelo neo-liberalismo. 9 opiniões
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Juca Bala (84) 10/11/2009 11h33
Juca Bala (84) 10/11/2009 11h33
Foi bonita a festa de comemoração da queda do muro de Berlim e do fim do símbolo de um regime desumano e retrógrado. Será que o Chico vai cantar "Foi bonita a festa pá" rsrsrs. "A queda do muro --escreveu João Paulo 2°-- como a queda de perigosos simulacros e de uma ideologia opressiva, demonstraram que as liberdades fundamentais, que dão significado à vida humana, não podem ser reprimidas nem sufocadas por muito tempo".(Ou viva o neo-liberalismo) Santas palavras... ainda não aprendidas pelos muitos cabeças de bagre por aqui. 5 opiniões
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