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06/12/2009 - 10h55

Bolívia elege presidente em fase de dependência do Brasil

MARCIA CARMO
enviada especial da BBC Brasil a La Paz (Bolívia)

Cerca de 5,1 milhões de eleitores bolivianos votam, neste domingo, para presidente, vice-presidente, deputados e senadores, oportunidade para ratificar ou rejeitar o governo do presidente Evo Morales.

Pesquisas de opinião indicam que Morales seria reeleito, neste primeiro turno, com ampla margem de votos para o segundo candidato, o opositor Manfred Reyes Villa, ex-governador de Cochabamba e com formação militar.

A expectativa em relação a um provável segundo mandato de Morales divide opiniões entre analistas ouvidos pela BBC Brasil. Para uns, o possível novo governo seria de "centro". Para outros, ele "não teria como voltar atrás" e aprofundaria suas medidas.

Gás

Mas eles concordam que a Bolívia hoje, seja qual for o governo eleito, depende "mais ainda" do Brasil do que há quatro anos, quando Evo tomou posse.

"Antes era uma interdependência. Hoje, é a Bolívia que depende do Brasil para manter seu caixa", disse o economista e ex-secretário de energia, Carlos Alberto López.

Ele lembrou que o Brasil reduziu a importação do gás boliviano e que os preços do combustível caíram no mercado internacional.

Segundo a Câmara Boliviana de Hidrocarbonetos, os recursos gerados pelo gás devem encolher US$ 1 bilhão este ano, o que significa um forte impacto nas contas do país.

O analista destacou que a Bolívia deixou de ser "um fornecedor privilegiado" para o Brasil, Argentina e Chile que passaram a buscar alternativas ao gás boliviano. "A Bolívia mostrou que não é um fornecedor confiável", disse.

Lula

Para o analista Javier Gomez, do Centro de Estudos para o Desenvolvimento Trabalhista e Agrário (CEDLA, na sigla em espanhol), se reeleito, Morales caminhará para um "governo de centro", mais ligado às políticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Morales sente que tem respaldo de Lula para avançar nas suas políticas e melhorar a estrutura física da Bolívia", afirmou.

Lula apoiou Morales, por exemplo, na crise política desatada com a morte de onze pessoas no Departamento (equivalente a Estado) de Pando, em 2008. "Morales não esquece o apoio", disse Gómez.

Para a analista política Jimena Costa, da Universidade Mayor de San Andrés, se eleito, Reyes Villa mudaria políticas atuais, como a "ligação intensa" com o presidente venezuelano Hugo Chávez.

Em sua visão, se reeleito, Morales "não poderá mudar o rumo". "Ele fez promessas demais. Não pode retroceder".

Se tiver maioria no Parlamento, o governo poderá aprovar a autonomia territorial e os indígenas poderão reclamar áreas de seus ancestrais. "E aí podem entrar até as regiões com recursos naturais", disse Jimena.

Hoje, a Bolívia registra reservas recordes no Banco Central e superávit fiscal, graças a fase da bonança dos preços internacionais.

Neste contexto, os eleitores decidem o destino do país. A expectativa é de votação tranquila, segundo observadores internacionais.

Será a estreia do regime biométrico para evitar fraudes. Cada cédula, de papel, terá a foto do eleitor, digitais e assinatura que serão ratificadas na hora de votar.

Comentários dos leitores
Evo Morales, guia espiritual indígena, só faltava essa. Essas republiquetas, nem sei se é isso, não tomam jeito mesmo. Até quando vamos conviver com essa idiotice angular, petrificada na cabeça dessa gente que resiste, intransigetemente, a sair da idade da pedra. A população da Bolívia, na sua maioria de indígenas não poderia ter melhor escolha, e logo, logo, esse indiozinho presidente, será aclamado o Montesuma da Bolívia. Durma com um barulho desse, ou se prepare pra uma longa insônia. Um povo quando é obstinado por natureza, não tem bronca, desenvolve mesmo. Olha, como pode um país cercado por ignorância por todos os lados e não se contaminar, só podia ser o Chile. Grande Chile, orgulho da América Latina e de todos nós, seus admiradores. Lá eles tem presidente, um funcionário do povo. Aqui é o paisão Lula, o papai noel Lula, na Bolívia, além de paisão, mais uma graduação: Guru, guia espiritual e outros adjetivos esdrúxulos. Tenha paciência! sem opinião
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Claudinei Garcia (11) 22/01/2010 16h32
Claudinei Garcia (11) 22/01/2010 16h32
Conforme escreveu a missiva Ana Chiummo, há algo de positivo em tudo isso. A oposição tem resistido à uma escalada sem precedentes de populistas que querem trilhar caminhos e modos de produção já há muito abandonados pelo mundo todo, com excessão da caquética Cuba. Enquanto a China Comunista aprova leis de proteção à propriedade privada, nós aqui no Brasil (leia-se o PNDH-3) buscamos aboli-la por baixo do pano. E o ilustre "bolivariano" começa a colher os primeiros frutos podres do seu governo! Sendo assim, como o PT nunca ganha o governo do estado de São Paulo (A única excessão é a prefeitura), tavez seja porque a maioria dos paulistanos prefere outros caminhos. E porque será? sem opinião
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Valentin Makovski (514) 17/12/2009 17h29
Valentin Makovski (514) 17/12/2009 17h29
Sr. Francisco Lemos
Mal informado o sr. está.
O Gás GLP é uma coisa, derivado do petróleo, utilizado em Botilhões de Gás. E na maioria das residencias do Brasil. Este sim teve aumento absurdo.
O Gás GN que vem da bolívia através tubulação, e que é utilizado por Residencias, Industrias, Comercios, não tem aumento desde 16/07/2006.
O GNV, utilizado em carros, sua última Tabela de preços é de 01/07/2009.
Ou seja, criticar somente por criticar o Evo Morales, é uma coisa, mas antes por favor saiba a diferença entre:
GLP & GN
Outra coisa, se diz muito da Bolívia, mas tivemos eleições lá de forma diréta e democrática, se o povo quis novamente o Evo Morales, aqui no Brasil se tem que respeitar e se for criticar saber criticar.
Nós não somos donos da razão temos direitos & deveres, temos que saber quando um extrapola o outro. Cuida Brasil, cada macâco no seu galho, blza?.
12 opiniões
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