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Ex-presidente do BC argentino vai questionar demissão na Justiça
da BBC Brasil
O presidente demitido do Banco Central argentino, Martín Redrado, retirado do cargo por decreto após uma polêmica com a presidente Cristina Kirchner, anunciou que vai questionar na Justiça a decisão.
Cristina demitiu Redrado após criticá-lo pelo atraso na cessão de recursos do Banco Central para a criação de um fundo de US$ 6,5 bilhões para saldar dívidas públicas.
O Fundo Bicentenário (batizado em homenagem ao bicentenário da independência do país, neste ano) foi criado pela presidente também por decreto em dezembro, mas Redrado se opôs ao projeto.
O economista, que ocupava a presidência do BC desde 2004, deve questionar a autoridade da presidente para demiti-lo, já que o cargo de presidente da instituição tem autonomia garantida por lei desde 1994.
Para a demissão do presidente do BC antes do fim do mandato previsto - setembro de 2010 no caso de Redrado - seria necessária a aprovação do Congresso.
"Estive reunido com meus advogados, consultei prestigiosos constitucionalistas e decidi levar tudo isso à Justiça", disse o presidente demitido do BC ao jornal argentino La Nación.
"Não renunciei e não renunciarei (ao cargo)", afirmou.
Críticas
A demissão foi criticada por vários especialistas e membros da oposição.
"Legalmente, o governo não pode remover o presidente do Banco Central. A decisão mostra autoritarismo do governo", afirmou o constitucionalista Felix Loñ.
Para a deputada opositora Elisa Carrió, o governo "cometeu abuso de poder" e "uma inconstitucionalidade" ao desrespeitar a Carta Orgânica do Banco Central.
O ex-presidente do Banco Central Alfonso Prat-Gay, deputado eleito da oposição, também criticou a assinatura do decreto e afirmou que o governo "aproveitou o recesso do Congresso", já que, a partir de março, a oposição passará a ter maioria no Parlamento.
A oposição também critica o Fundo Bicentenário, pivô da crise que culminou com a demissão do presidente do Banco Central.
Ainda nesta sexta-feira, a juiza federal María José Sarmiento deverá decidir sobre um pedido de liminar para suspender a criação do fundo, numa ação promovida por vários grupos de oposição.
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