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Fora do país desde novembro, presidente nigeriano diz que vai voltar
da BBC Brasil
O presidente da Nigéria, que não é visto publicamente desde novembro, quando viajou à Arábia Saudita para receber tratamento para um problema no coração, afirmou à BBC que espera retomar em breve suas atividades, na primeira entrevista desde então.
Umaru Yar'Adua disse que está se recuperando e que espera fazer um "progresso tremendo" que permita a ele voltar à Nigéria.
Os partidos nigerianos de oposição vêm exigindo informações sobre o verdadeiro estado de saúde de Yar'Adua.
Uma grande manifestação foi convocada para esta terça-feira para protestar contra sua ausência do país por tanto tempo. Três ações tramitam na Justiça pedindo a transferência do poder para o vice-presidente, Goodluck Jonathan.
Problemas nos rins
Além dos supostos problemas cardíacos que levaram Yar'Adua a viajar para receber tratamento na Arábia Saudita, sabe-se que o presidente nigeriano, no poder desde 2007, sofre ainda com problemas nos rins.
Na entrevista à BBC, por telefone, Yar'Adua disse estar se recuperando bem do seu problema de saúde.
"No momento, estou passando por tratamento e estou melhorando com o tratamento. Espero que muito em breve haverá um progresso tremendo, que vai me permitir voltar para casa", disse.
"Espero, neste estágio, agradecer a todos os nigerianos por suas orações pela minha boa saúde, e por suas orações pela nação", afirmou.
"Assim que meus médicos me permitirem, voltarei à Nigéria para retomar minhas funções", completou.
Vácuo
Na Nigéria, Yar'Adua enfrenta os rumores de que seu estado de saúde seria crítico e de que ele não teria condições de continuar na Presidência.
Muitos nigerianos temem um vácuo de poder no país, que saiu de uma ditadura militar há apenas dez anos.
A oposição espera ir em passeata nesta terça-feira até a Assembleia Nacional, onde os senadores devem discutir o estado de saúde do presidente.
A manifestação deve contar com líderes opositores importantes e advogados. Entre as personalidades que confirmaram presença estão o prêmio Nobel de Literatura Wole Soyinka e o líder separatista do Biafra, Emeka Ojukwu.
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