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04/05/2010 - 08h50

Unasul se reúne e deve ratificar Néstor Kirchner como secretário-geral

MARCIA CARMO
da BBC Brasil, em Buenos Aires (Argentina)

Os presidentes dos países da Unasul (União de Nações Sul- Americanas) se reúnem nesta terça-feira em Los Cardales, na Província de Buenos Aires, um dia depois de autoridades diplomáticas anunciarem que o ex-presidente da Argentina Nestor Kirchner é o único candidato a disputar o cargo de secretário-geral do bloco.

"Decidimos propor o nome de Nestor Kirchner como candidato para assumir a secretaria do organismo", disse o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, após a reunião.

Ele informou ainda que a decisão teria sido "por consenso" dos 12 países que integram o bloco regional.
A eleição promete ser o principal assunto da reunião que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros líderes da região.

Até minutos antes das declarações de Patiño, a dúvida era em relação ao voto do Uruguai. Mas o chanceler uruguaio, Luis Almagro, participou do encontro que terminou em "consenso", segundo Patiño.

Segundo diplomatas brasileiros e argentinos, a eleição de Kirchner estará confirmada mesmo se o presidente uruguaio José Pepe Mujica optar pela abstenção.

Disputa

Na segunda-feira, assessores de imprensa de Mujica disseram que "não há uma posição tomada ainda. Somente nesta terça haverá o anúncio do voto do Uruguai".

Em 2008, o então presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, (2005-2010) foi contra a eleição de Kirchner e a definição acabou adiada. Na ocasião, Vázquez vetou o nome de Kirchner em meio às disputas entre os dois países em relação à construção de uma fábrica de celulose na fronteira.

Recentemente, o Tribunal de Haia definiu que o Uruguai "errou" ao não informar a Argentina sobre esta construção, mas não determinou a mudança de endereço da fábrica.

Na chegada à Buenos Aires, na comitiva do presidente Lula, o assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia, disse que Kirchner conhece a região e poderá acelerar os trabalhos das comissões e "manter a Unasul viva".

O mandato do secretário-geral da Unasul é de dois anos. Marido da presidente Cristina Kirchner, o ex-presidente é deputado federal e discute-se se ele deveria se licenciar do cargo legislativo. Especula-se ainda que ele poderia ser candidato à presidente, no ano que vem.

"Ou seja, Kirchner, no caso de licenciado, deixará de ir à Câmara dos Deputados. Mas a dúvida é o que acontece na eleição (presidencial) de 2011", disse um apresentador da rádio Diez, de Buenos Aires.

O líder do governo na Câmara, Agustín Rossi, disse que a cadeira de deputado "não é incompatível" com a de secretário-geral da Unasul.

A reunião extraordinária do bloco, nesta terça, deverá contar com a presença de quase todos os 12 chefes de Estado do grupo, mas os presidentes do Peru, Alan García, e da Colômbia, Álvaro Uribe, informaram que não vão comparecer.

A Unasul foi criada em dezembro de 2004, mas até agora somente quatro países ratificaram a formação do bloco em seus respectivos Congressos.

Além do Brasil, Argentina, Uruguai, Peru e Colômbia, os países que formam a Unasul são, Paraguai, Venezuela, Equador, Suriname e Guiana Francesa (que é território ultramarino francês).

Entre os outros assuntos a serem abordados no encontro, estão a situação no Paraguai, onde o presidente Fernando Lugo declarou estado de exceção em cinco Estados, o tráfico de drogas na região e o apoio à Argentina na disputa pelas ilhas Malvinas (Falklands, para os ingleses).

Além disso, será discutida a relação com Honduras e a continuidade da ajuda ao Haiti e ao Chile, afetados por terremotos, em janeiro e em fevereiro, respectivamente.

No caso de Honduras, Marco Aurélio Garcia destacou que o Brasil mantém sua postura de que o novo governo deve aceitar o retorno de Manuel Zelaya ao país. "Os que organizaram aquilo tudo (na derrubada de Zelaya) não tiveram problemas, mas Zelaya sim. Não pode voltar ao país", afirmou.

 

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