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04/11/2000
-
09h02
VIVALDO DE SOUSA e
JULIANNA SOFIA
da Folha de S.Paulo
O presidente afastado do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), Sérgio de Otero Ribeiro, foi exonerado ontem por meio de decreto publicado no "Diário Oficial" da União. A exoneração foi a pedido de Otero.
Afilhado político do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira, Otero foi pressionado a se demitir.
Na segunda-feira, o ministro Pedro Malan (Fazenda) enviou carta a Otero reforçando que parte das denúncias, cuja apuração ainda estava inconclusa, deixava clara a "inconveniência" de mantê-lo no cargo.
Na carta, Malan sugeriu que ele pedisse demissão. A sugestão já havia sido apresentada antes, mas de maneira indireta, por assessores do ministro.
Afastamento
Otero foi afastado do Serpro em 18 de agosto, sob acusação de enriquecimento ilícito e de ter favorecido clientes de sua mulher, Rosane Batista, em contratos com o órgão.
Na terça-feira, em correspondência endereçada ao ministro, ele disse que estava "atendendo" ao pedido de Malan e, junto à carta, mandou o pedido de exoneração para ser enviado a FHC.
Para seu lugar, foi nomeado o presidente interino do Serpro, Wolney Martins. Funcionário de carreira, Wolney está há 17 anos na empresa.
Ele é considerado por Malan um técnico dedicado e visto com simpatia pelo Planalto.
As denúncias contra Otero foram publicadas pela revista "IstoÉ". Para apurá-las, Malan instalou uma comissão de sindicância.
O relatório da comissão, divulgado pela imprensa em 14 de outubro, concluiu que Otero atua como sócio de sua mulher na RRB Serviços de Informática, que trabalha para a empresa Prolan. Após analisar o relatório, Malan pediu mais informações, que foram entregues semana passada.
Contratos
Desde 1995, quando Otero já era presidente do Serpro, o órgão fechou dez contratos com a Prolan, nove deles sem licitação.
Ao pedir demissão, Otero perdeu o direito de receber multa rescisória de 40% sobre o saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A multa é paga nos casos em que o empregado é demitido sem justa causa.
Embora não tenha sido contratado pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho, o Departamento de Recursos Humanos da empresa esclarece que Otero teria direito à multa rescisória.
Com o pedido de demissão, Otero pode receber apenas as férias (caso não as tenha usufruído) e 13º salário proporcional. Ele é servidor aposentado do Senado.
Clique aqui para ler mais sobre política na Folha Online.
Pedido de exoneração no Serpro ocorreu após sugestão de Malan
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JULIANNA SOFIA
da Folha de S.Paulo
O presidente afastado do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), Sérgio de Otero Ribeiro, foi exonerado ontem por meio de decreto publicado no "Diário Oficial" da União. A exoneração foi a pedido de Otero.
Afilhado político do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira, Otero foi pressionado a se demitir.
Na segunda-feira, o ministro Pedro Malan (Fazenda) enviou carta a Otero reforçando que parte das denúncias, cuja apuração ainda estava inconclusa, deixava clara a "inconveniência" de mantê-lo no cargo.
Na carta, Malan sugeriu que ele pedisse demissão. A sugestão já havia sido apresentada antes, mas de maneira indireta, por assessores do ministro.
Afastamento
Otero foi afastado do Serpro em 18 de agosto, sob acusação de enriquecimento ilícito e de ter favorecido clientes de sua mulher, Rosane Batista, em contratos com o órgão.
Na terça-feira, em correspondência endereçada ao ministro, ele disse que estava "atendendo" ao pedido de Malan e, junto à carta, mandou o pedido de exoneração para ser enviado a FHC.
Para seu lugar, foi nomeado o presidente interino do Serpro, Wolney Martins. Funcionário de carreira, Wolney está há 17 anos na empresa.
Ele é considerado por Malan um técnico dedicado e visto com simpatia pelo Planalto.
As denúncias contra Otero foram publicadas pela revista "IstoÉ". Para apurá-las, Malan instalou uma comissão de sindicância.
O relatório da comissão, divulgado pela imprensa em 14 de outubro, concluiu que Otero atua como sócio de sua mulher na RRB Serviços de Informática, que trabalha para a empresa Prolan. Após analisar o relatório, Malan pediu mais informações, que foram entregues semana passada.
Contratos
Desde 1995, quando Otero já era presidente do Serpro, o órgão fechou dez contratos com a Prolan, nove deles sem licitação.
Ao pedir demissão, Otero perdeu o direito de receber multa rescisória de 40% sobre o saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A multa é paga nos casos em que o empregado é demitido sem justa causa.
Embora não tenha sido contratado pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho, o Departamento de Recursos Humanos da empresa esclarece que Otero teria direito à multa rescisória.
Com o pedido de demissão, Otero pode receber apenas as férias (caso não as tenha usufruído) e 13º salário proporcional. Ele é servidor aposentado do Senado.
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