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05/11/2000
-
09h17
RANIER BRAGON
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A divisão interna no PT de Betim (MG) foi apontada por petistas e adversários como o principal fator que levou o partido a perder a prefeitura da cidade, após dois mandatos consecutivos. Quinta cidade do Estado, com 318.694 habitantes, Betim terá a partir de janeiro o comerciante Carlaile Pedrosa (PL) à frente da prefeitura.
Carlaile bateu por 10.079 votos (6,2% do eleitorado) a deputada Maria do Carmo Lara (PT).
O PT assumiu a cidade em 1993, com Maria do Carmo. Em 1996, ela elegeu o sucessor, o atual prefeito Jésus Lima (PT). Quando a reeleição foi aprovada, começaram os problemas. Tanto Jésus quanto Maria do Carmo (a deputada federal do PT mais votada no Estado) disputaram a indicação.
"Cheguei a propor que ela fosse candidata, mas que tivesse um vice indicado por mim. Não houve acordo e partimos para a prévia. Perdemos e ocorreu então uma prévia para a escolha do vice. Novamente o grupo dela venceu."
Segundo ele, os petistas que o apoiavam entraram na campanha da deputada "apenas por obrigação partidária". Essa divisão, para Jésus, possibilitou a união da oposição em torno de Carlaile.
Carlaile também considera que a divisão petista teve papel importante na sua vitória: "Inúmeras pessoas que nos apoiaram foram fundadoras do partido e são petistas de carteirinha. Isso foi fundamental para a nossa vitória".
Maria do Carmo estava em viagem e não foi encontrada pela Agência Folha. Mas o presidente municipal do PT, Renato Siqueira, um dos coordenadores da campanha, minimiza a divisão interna e diz que "a campanha truculenta" dos adversários foi o fator determinante da derrota: "Foram inúmeros boletins apócrifos, denúncias improcedentes e promessas mirabolantes".
Um fator que foi explorado na campanha foi a aprovação com ressalvas das contas da gestão de Maria do Carmo, em 93 e 95, pelo Tribunal de Contas do Estado. Siqueira diz que foram "meras formalidades que tentaram transformar em denúncia de corrupção".
Carlaile ressalta outro fator que teria contribuído para sua vitória: o fato de os principais programas do PT (como a bolsa-escola e o orçamento participativo) terem sido "mal desenvolvidos". Jésus rebateu a crítica dizendo que a prefeitura ganhou, com esses programas, oito prêmios nacionais.
O PT mineiro não conseguiu avançar como desejava. O partido, que elegeu 30 prefeitos em 1996, imaginava dobrar esse número agora, mas perdeu 16 das cidades que governava e acabou ficando com 34 prefeituras. Apesar disso, obteve conquistas importantes, como Governador Valadares, Varginha e Poços de Caldas. Ampliou o número de vereadores de 320 para 426 e vai governar Ipatinga pela quarta vez.
Clique aqui para ler mais sobre política na Folha Online.
Divisão do PT provocou derrota petista em Betim
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da Agência Folha, em Belo Horizonte
A divisão interna no PT de Betim (MG) foi apontada por petistas e adversários como o principal fator que levou o partido a perder a prefeitura da cidade, após dois mandatos consecutivos. Quinta cidade do Estado, com 318.694 habitantes, Betim terá a partir de janeiro o comerciante Carlaile Pedrosa (PL) à frente da prefeitura.
Carlaile bateu por 10.079 votos (6,2% do eleitorado) a deputada Maria do Carmo Lara (PT).
O PT assumiu a cidade em 1993, com Maria do Carmo. Em 1996, ela elegeu o sucessor, o atual prefeito Jésus Lima (PT). Quando a reeleição foi aprovada, começaram os problemas. Tanto Jésus quanto Maria do Carmo (a deputada federal do PT mais votada no Estado) disputaram a indicação.
"Cheguei a propor que ela fosse candidata, mas que tivesse um vice indicado por mim. Não houve acordo e partimos para a prévia. Perdemos e ocorreu então uma prévia para a escolha do vice. Novamente o grupo dela venceu."
Segundo ele, os petistas que o apoiavam entraram na campanha da deputada "apenas por obrigação partidária". Essa divisão, para Jésus, possibilitou a união da oposição em torno de Carlaile.
Carlaile também considera que a divisão petista teve papel importante na sua vitória: "Inúmeras pessoas que nos apoiaram foram fundadoras do partido e são petistas de carteirinha. Isso foi fundamental para a nossa vitória".
Maria do Carmo estava em viagem e não foi encontrada pela Agência Folha. Mas o presidente municipal do PT, Renato Siqueira, um dos coordenadores da campanha, minimiza a divisão interna e diz que "a campanha truculenta" dos adversários foi o fator determinante da derrota: "Foram inúmeros boletins apócrifos, denúncias improcedentes e promessas mirabolantes".
Um fator que foi explorado na campanha foi a aprovação com ressalvas das contas da gestão de Maria do Carmo, em 93 e 95, pelo Tribunal de Contas do Estado. Siqueira diz que foram "meras formalidades que tentaram transformar em denúncia de corrupção".
Carlaile ressalta outro fator que teria contribuído para sua vitória: o fato de os principais programas do PT (como a bolsa-escola e o orçamento participativo) terem sido "mal desenvolvidos". Jésus rebateu a crítica dizendo que a prefeitura ganhou, com esses programas, oito prêmios nacionais.
O PT mineiro não conseguiu avançar como desejava. O partido, que elegeu 30 prefeitos em 1996, imaginava dobrar esse número agora, mas perdeu 16 das cidades que governava e acabou ficando com 34 prefeituras. Apesar disso, obteve conquistas importantes, como Governador Valadares, Varginha e Poços de Caldas. Ampliou o número de vereadores de 320 para 426 e vai governar Ipatinga pela quarta vez.
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