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08/11/2000
-
06h03
DANIELA NAHASS, da Folha de S.Paulo
O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que mudar de opinião é uma das características do verdadeiro intelectual. O presidente referiu-se à frase do sociólogo Gilberto Freyre, que escreveu: "Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro, nem das idéias, nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental".
"Quem escreveu isso sintetiza o que é o espírito do verdadeiro intelectual. E, portanto, aqui e ali, quando exagera, quando erra, quando muda de opinião, não faz mais do que ser um intelectual verdadeiro", afirmou o presidente, em referência a frase do livro "Tempo Morto e Outros Tempos", do sociólogo pernambucano, editado em 1975.
FHC discursou ontem durante cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Cultural, uma tradição do Dia da Cultura.
Mudança de posição de intelectuais é um tema polêmico para FHC desde almoço em 1993, depois do qual empresários atribuíram ao presidente frase na qual ele teria pedido que esquecessem o que escreveu. A frase publicada pela Folha, na edição de 5 de junho de 1993, segundo o relato de presentes, é a seguinte: "Esqueçam o que escrevemos no passado, porque o mundo mudou, e a realidade de hoje é outra".
O então candidato do PSDB à Presidência da República negou ter dito a frase.
Caminho
Ontem, para uma platéia de artistas, políticos e intelectuais, FHC disse que o Brasil está no caminho certo. "Tenho a certeza de que estamos no caminho certo, ao somar a força da cultura aos atributos de responsabilidade política e consciência social."
No discurso, o presidente afirmou que "a história contrariou a teoria" porque a sociedade vem se colocando à frente do Estado na adoção dos valores democráticos.
"É certo que hoje temos um Estado menos corporativo, mais sensível ao interesse comum, mas alguns importantes ajustes ainda precisam ser feitos, como aqueles que reclamam uma pronta reforma política", afirmou.
O presidente também ressaltou o pluralismo da sociedade brasileira. "Se o pluralismo nos deixa à vontade na interlocução com o mundo, ele também concorre para fazer prosperar no plano doméstico os atributos da democracia", disse FHC.
Os agraciados com a Ordem do Mérito Cultural:
A escritora infantil Ana Maria Machado; a colecionadora de arte sacra Angela Gutierrez; o produtor cultural Antunes Filho; a pedagoga Beth Serra; a presidente da Fundação Teatro Nacional do Rio de Janeiro, Dalal Achcar; o regente do grupo de canto gregoriano do Mosteir
de São Bento em Olinda (PE), d. Gerardo; o presidente da Eletrobrás, Firmino Sampaio Neto; o violinista Edino Krieger; o dramaturgo e ator Gianfrancesco Guarnieri; o compositor Gilberto Gil; o prefeito de Joinville (SC), Luiz Henrique; o pesquisador da imigração européia para o Brasil, Luiz Sponchiado; a educadora Maria João Espírito Santo; o jornalista Mário Garófalo; o sambista Martinho da Vila; o pianista Nelson Freire; o embaixador do Brasil na Itália, Paulo Tarso Flecha de Lima; o teatrólogo Plínio Pacheco; o coreógrafo do Grupo Corpo, Rodrigo Perderneiras; a atriz Ruth Escobar; a promotora cultural Sabine Lovatelli; o diplomata Sérgio Rouanet; o artista plástico Siron Franco; o presidente do Conselho da Cinemateca Brasileira, Thomaz Farkas; a cineasta Tizuka Yamasaki e a atriz Zezé Motta.
"Intelectual muda de posição", afirma FHC
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O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que mudar de opinião é uma das características do verdadeiro intelectual. O presidente referiu-se à frase do sociólogo Gilberto Freyre, que escreveu: "Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro, nem das idéias, nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental".
"Quem escreveu isso sintetiza o que é o espírito do verdadeiro intelectual. E, portanto, aqui e ali, quando exagera, quando erra, quando muda de opinião, não faz mais do que ser um intelectual verdadeiro", afirmou o presidente, em referência a frase do livro "Tempo Morto e Outros Tempos", do sociólogo pernambucano, editado em 1975.
FHC discursou ontem durante cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Cultural, uma tradição do Dia da Cultura.
Mudança de posição de intelectuais é um tema polêmico para FHC desde almoço em 1993, depois do qual empresários atribuíram ao presidente frase na qual ele teria pedido que esquecessem o que escreveu. A frase publicada pela Folha, na edição de 5 de junho de 1993, segundo o relato de presentes, é a seguinte: "Esqueçam o que escrevemos no passado, porque o mundo mudou, e a realidade de hoje é outra".
O então candidato do PSDB à Presidência da República negou ter dito a frase.
Caminho
Ontem, para uma platéia de artistas, políticos e intelectuais, FHC disse que o Brasil está no caminho certo. "Tenho a certeza de que estamos no caminho certo, ao somar a força da cultura aos atributos de responsabilidade política e consciência social."
No discurso, o presidente afirmou que "a história contrariou a teoria" porque a sociedade vem se colocando à frente do Estado na adoção dos valores democráticos.
"É certo que hoje temos um Estado menos corporativo, mais sensível ao interesse comum, mas alguns importantes ajustes ainda precisam ser feitos, como aqueles que reclamam uma pronta reforma política", afirmou.
O presidente também ressaltou o pluralismo da sociedade brasileira. "Se o pluralismo nos deixa à vontade na interlocução com o mundo, ele também concorre para fazer prosperar no plano doméstico os atributos da democracia", disse FHC.
Os agraciados com a Ordem do Mérito Cultural:
A escritora infantil Ana Maria Machado; a colecionadora de arte sacra Angela Gutierrez; o produtor cultural Antunes Filho; a pedagoga Beth Serra; a presidente da Fundação Teatro Nacional do Rio de Janeiro, Dalal Achcar; o regente do grupo de canto gregoriano do Mosteir
de São Bento em Olinda (PE), d. Gerardo; o presidente da Eletrobrás, Firmino Sampaio Neto; o violinista Edino Krieger; o dramaturgo e ator Gianfrancesco Guarnieri; o compositor Gilberto Gil; o prefeito de Joinville (SC), Luiz Henrique; o pesquisador da imigração européia para o Brasil, Luiz Sponchiado; a educadora Maria João Espírito Santo; o jornalista Mário Garófalo; o sambista Martinho da Vila; o pianista Nelson Freire; o embaixador do Brasil na Itália, Paulo Tarso Flecha de Lima; o teatrólogo Plínio Pacheco; o coreógrafo do Grupo Corpo, Rodrigo Perderneiras; a atriz Ruth Escobar; a promotora cultural Sabine Lovatelli; o diplomata Sérgio Rouanet; o artista plástico Siron Franco; o presidente do Conselho da Cinemateca Brasileira, Thomaz Farkas; a cineasta Tizuka Yamasaki e a atriz Zezé Motta.
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