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09/11/2000 - 03h49

Garotinho quer mínimo estadual de R$ 250

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FERNANDA DA ESCÓSSIA e CHICO SANTOS, da Folha de S.Paulo

Numa calculada medida de impacto após voltar da China, o governador Anthony Garotinho (PDT) propôs aumentar o salário mínimo regional para R$ 220 ou R$ 250. "Estou pensando se vamos dar R$ 220 ou R$ 250. Por mim, mandaria R$ 250, e ainda acho pouco." O projeto de lei com a medida seria enviado até sexta-feira à Assembléia Legislativa.

Garotinho ridicularizou manifestações que disse ter ouvido de empresários, afirmando não poder pagar o novo valor. "Empresário que diz que não pode pagar tem que tomar pouco uísque Ballantine's para o pobre do empregado dele comer um bife", disse.

Garotinho vive um momento de isolamento, depois de ver aliados perderem eleições na capital e nas cidades mais importantes do Estado. Está em atrito com seu partido, o PDT, e com o prefeito eleito do Rio, Cesar Maia (PTB).

O novo mínimo valeria para a iniciativa privada. Hoje o Rio adota como piso o salário mínimo nacional, de R$ 151. O funcionalismo estadual tem piso de R$ 400.

O valor definitivo sai hoje, em reunião da comissão que estuda o assunto. Ela tem membros do governo, de centrais sindicais, da indústria, do comércio e deputados.

Membros ouvidos pela Folha ficaram surpresos. Para alguns, Garotinho queria ocupar os jornais e lançar um balão de ensaio.

Na última reunião da comissão, em agosto, nem havia valor definido para o mínimo regional. Discutia-se dar entre R$ 180 e R$ 200.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos), um mínimo nesse valor beneficiaria cerca de 760 mil pessoas.

Com os R$ 220, o impacto seria um pouco maior, de duas formas: direto, para quem ganha menos que isso (principalmente no interior do Estado), e indireto, como indexador informal de salários.

"Esse mínimo regional desvia o governo federal da obrigação de recuperar o salário mínimo em todo país, hoje atrelado ao déficit da Previdência", disse Ademir Figueiredo, técnico do Dieese e membro da comissão.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, se o projeto for implantado, desestruturará a composição do salário das empresas, além de criar problemas para micro-empresas.

O secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Rio, Ronaldo Moreno, disse que categorias que fecharam acordo coletivo poderão pedir aumento com o novo mínimo. Contrariadas, poderiam fazer greves.
 

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