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10/11/2000 - 03h54

PT quer "Sayads" em novas prefeituras

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KENNEDY ALENCAR, da Folha de S.Paulo

Receita da direção nacional do PT para os novos prefeitos do partido, que se reúnem de hoje a domingo em Brasília: encontrar "Sayads" pelo Brasil afora e levá-los para os seus secretariados.

A cúpula petista deseja que suas 187 prefeituras não tenham quadros só do PT ou das siglas de esquerda tradicionalmente aliadas, mas também pessoas como o banqueiro João Sayad, confirmado por Marta Suplicy na Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico de São Paulo.

"Temos de ampliar nossos quadros para governar com critérios de partidos e forças da sociedade que não sejam necessariamente do PT", diz o líder da sigla na Câmara, Aloizio Mercadante (SP).

"Gostei do Sayad. É um exemplo de escolha acertada e inteligente", afirma o governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, ao citar como as novas administrações podem formar equipes.

Sayad é um bom exemplo do novo tipo de aliado que o PT deseja. Apesar de crítico da política econômica federal do PSDB, a Folha apurou que ele votou no tucano Geraldo Alckmin para prefeito no primeiro turno paulistano e só optou por Marta na segunda fase.

O fator "Sayad" é uma novidade no PT, que, em seus 20 anos de história, tem pela primeira vez uma hegemonia ampla e incontestável dos moderados sobre os radicais. Essa hegemonia permitiu uma campanha eleitoral sem a tradicional guerra entre tendências e uma guinada do partido ao centro para formar governos.

Luiz Inácio Lula da Silva, que dá sinais de que será candidato ao
Planalto pela quarta vez, tem dito que, para passar de seus 30% de votos em eleições presidenciais, o PT terá de ter apoio de setores que hoje rejeitam a sigla e a ele.

"Se as prefeituras e os governos não atrapalharem administrativamente, 2002 poderá ser a eleição do PT e do campo democrático", avalia Zeca. Ele diz que Lula é seu candidato a presidente.

Os primeiros cem dias

"Vamos mostrar na reunião os melhores caminhos para administrar. Já temos um acúmulo de erros e acertos para fazê-lo. Apresentar resultados no próximo um ano e meio será vital para 2002", diz Mercadante. Afirma, porém, que o partido "não deve pensar em eleição agora".

Ele diz que será dada uma recomendação de como organizar os primeiros cem dias de governo. "Vamos pegar cidades com grave crise financeira."

A cúpula do partido vai ampliar suas estruturas (como a Secretaria Nacional de Assuntos Institucionais) para levar às 187 prefeituras tecnologia para aplicar nacionalmente programas que são bandeiras da sigla. Exemplos: Orçamento Participativo, Bolsa-Escola, Renda Mínima, Banco do Povo e Médico de Família.

Hoje e amanhã, a reunião do PT deve se concentrar em mesas com diretrizes políticas e administrativas. No domingo, estão previstos painéis sobre temas específicos, como captação de recursos no exterior (dinheiro para programas tradicionais), imagem dos governos (plano de marketing para diminuir rejeição à sigla e a seus governos e candidatos).

Além da receita de governos amplos e de programas e assessorias específicas, a Conferência Nacional de Prefeitos e Vice-Prefeitos eleitos, nome oficial de um encontro que inclui ainda vereadores eleitos nas capitais, técnicos e parlamentares, deve recomendar aos novos administradores que sejam rigorosos com a corrupção.

"O compromisso ético tem de ser prioridade. Qualquer deslize do PT será superestimado", diz o deputado José Genoino (SP).

"Será um seminário de troca de idéias e de discussão de quais devem ser as prioridades dos prefeitos petistas", disse João Paulo Cunha, do Grupo de Eleições.
 

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